Manuel Bocarro Francês
Médico e matemático português, Manuel Bocarro (dito Francês por ter estudado em Montpellier) nasceu em 1588, em Lisboa, e faleceu em 1662, em Florença. Era filho de Fernão Bocarro, insigne médico, e bisneto de António Bocarro, Capitão de Safim. Doutorou-se pelas Universidades de Montpellier e Alcalá de Henares (nesta última este grau foi-lhe conferido pelo catedrático Pedro Garcia Carrero), e também em Coimbra, sendo versado nas matemáticas e na astrologia. Estes últimos estudos chegaram a Manuel Bocarro Francês pela boca de mestres do seu tempo como Galileu e Kepler.
Distinguiu-se como médico em várias cortes europeias. O método que usava no tratamento dos seus pacientes conferiu-lhe tanta fama, que era chamado pelos maiores príncipes para combater as enfermidades que os assolavam, como foi o caso das duas imperatrizes Leonor e Maria e do Príncipe da Dinamarca, filho de Cristerno IV.
Dotado de engenho perspicaz e sublime compreensão, este autor conheceu também as línguas latina, grega e hebraica.
A aliar-se a todos estes dotes científicos, a sua afabilidade natural ligou-o a pessoas importantes do seu tempo como foram o Duque de Bragança, D. Teodósio e o seu irmão D. Constantino; D. Luís de Lencastre, Comendador-mor de Santiago; D. Fr. Aleixo de Meneses, Arcebispo de Braga e Vice-rei de Portugal. Na Alemanha, o imperador Fernando III concedeu-lhe o título honorífico de Conde Palatino por alvará passado a 17 de julho de 1647. Vaticinou a aclamação de D. João IV e, por sua causa, foi preso pelos castelhanos, acusado de incitar a tumultos o povo português. Acedendo à sua liberdade pela intervenção de D. Fernando de Alvia, viajou para Roma, onde por benefício de impressão fez patente o vaticínio da Restauração de Portugal do jugo castelhano.
Faleceu com 74 anos, em Florença, após ter sido chamado da cidade de Lorne, onde assistia a Duquesa de Strozzi.
A sua obra mais famosa é o poema épico Anacephaleoses da Monarquia Lusitana (1624), formado por quatro partes, das quais apenas a primeira, constituída por 131 oitavas heroicas, foi editada. O padre António Vieira foi um grande admirador deste poema, chegando mesmo a resumir o que apelidou de "narração poética e elegante" em A Palavra do Pregador Empenhada e Defendida. Para além dos textos que permaneceram inéditos, o autor escreveu ainda um Tratado dos Cometas que Apareceram em Novembro Passado de 1618 (1619), revelador das suas preocupações e conhecimentos astrológicos, a Luz Pequena Lunar e Estelífera da Monarquia Lusitana, proibida pela Inquisição no século XVIII, Carmen Intelectuale (1639), Faetus Astrologicus (1644), Regnum Astrorum Reformatum (1644) e versos heroicos em latim.
Distinguiu-se como médico em várias cortes europeias. O método que usava no tratamento dos seus pacientes conferiu-lhe tanta fama, que era chamado pelos maiores príncipes para combater as enfermidades que os assolavam, como foi o caso das duas imperatrizes Leonor e Maria e do Príncipe da Dinamarca, filho de Cristerno IV.
Dotado de engenho perspicaz e sublime compreensão, este autor conheceu também as línguas latina, grega e hebraica.
A aliar-se a todos estes dotes científicos, a sua afabilidade natural ligou-o a pessoas importantes do seu tempo como foram o Duque de Bragança, D. Teodósio e o seu irmão D. Constantino; D. Luís de Lencastre, Comendador-mor de Santiago; D. Fr. Aleixo de Meneses, Arcebispo de Braga e Vice-rei de Portugal. Na Alemanha, o imperador Fernando III concedeu-lhe o título honorífico de Conde Palatino por alvará passado a 17 de julho de 1647. Vaticinou a aclamação de D. João IV e, por sua causa, foi preso pelos castelhanos, acusado de incitar a tumultos o povo português. Acedendo à sua liberdade pela intervenção de D. Fernando de Alvia, viajou para Roma, onde por benefício de impressão fez patente o vaticínio da Restauração de Portugal do jugo castelhano.
Faleceu com 74 anos, em Florença, após ter sido chamado da cidade de Lorne, onde assistia a Duquesa de Strozzi.
A sua obra mais famosa é o poema épico Anacephaleoses da Monarquia Lusitana (1624), formado por quatro partes, das quais apenas a primeira, constituída por 131 oitavas heroicas, foi editada. O padre António Vieira foi um grande admirador deste poema, chegando mesmo a resumir o que apelidou de "narração poética e elegante" em A Palavra do Pregador Empenhada e Defendida. Para além dos textos que permaneceram inéditos, o autor escreveu ainda um Tratado dos Cometas que Apareceram em Novembro Passado de 1618 (1619), revelador das suas preocupações e conhecimentos astrológicos, a Luz Pequena Lunar e Estelífera da Monarquia Lusitana, proibida pela Inquisição no século XVIII, Carmen Intelectuale (1639), Faetus Astrologicus (1644), Regnum Astrorum Reformatum (1644) e versos heroicos em latim.
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Como referenciar
Porto Editora – Manuel Bocarro Francês na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-08 07:08:29]. Disponível em
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