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metáfora

Retórica: Figura de estilo que etimologicamente significava "transposição" e que efetivamente consiste na passagem de um significado a outro, na transposição do sentido inicial de uma palavra para outro significado diferente, assente numa relação de transferência de propriedades semânticas. Por tradição latina costuma definir-se a metáfora por uma comparação abreviada (Quintiliano entendia por metáfora "brevior est similitudo"), à qual faltaria o termo de comparação. A metáfora consiste assim na referência a uma entidade não nomeada que é substituída por outra que com ela partilha de algum traço de significado. Ou por outras palavras, a metáfora atribui um sentido abstrato construído a partir de uma relação de semelhança com o significado real.
No excerto que se segue de Vergílio Ferreira, em que o narrador faz uma descrição da cidade de Évora, observa-se a certa altura uma substituição de palavras por termos de outro domínio semântico, como a palavra "enredada", que estabelece a semelhança entre as ruas da cidade e os fios de um tecido; como a palavra "semeada", pertencente ao domínio agrícola, para dar a imagem de uma certa desorganização na fixação das ruínas; ou ainda na aproximação da cidade a um "ossuário", decorrente da sua atmosfera antiga e da sua cor branca, como a cor dos ossos:
"A cidade resplandecia a um sol familiar, branca, enredada de ruas como de velhas ciladas, semeada de ruínas, de arcos partidos, nichos de santos das orações de outras eras, janelas góticas, como olhares embiocados. Évora mortuária, encruzilhada de raças, ossuário dos séculos e dos sonhos dos homens, como te lembro, como te dóis!"
(Vergílio Ferreira, 1994, Aparição, Lisboa, Bertand Editora, pp. 23-24).
Linguística: Processo linguístico e cognitivo que consiste na projeção de uns conceitos pertencentes a um certo domínio conceptual de origem para outro domínio conceptual de destino. A metáfora recebeu um tratamento muito especial à luz da linguística cognitiva por Geoge Lakoff e Mark Johnson (1980) que defendiam que a metáfora irrompia do uso da língua a todo o momento, e que o seu uso era de tal forma extenso e ao mesmo tempo invisível para o falante normal que só poderia ser o resultado de um processo cognitivo fundamental que merecia ser analisado com atenção. A linguística cognitiva analisa a metáfora usada na linguagem quotidiana e não a metáfora usada como figura de estilo. São exemplos de "metáforas adormecidas" ou "metáforas encobertas", expressões como "folha de papel", "céu da boca", "pé da mesa", "dente de alho", "olhos de alface", "matar a sede", "matar o tempo", "romper o dia", "cair da noite", "bombardear com palavras", etc.
Segundo Lakoff & Johnson, o processo cognitivo da metáfora possui a seguinte estrutura interna: um domínio de origem, que empresta os seus conceitos, e um domínio de chegada ou de destino, sobre o qual se sobrepõem os tais conceitos de origem.

A metáfora é uma projeção de um domínio para outro, projeção essa que se concretiza através de correspondências ontológicas ou epistemológicas.
Ocorrem correspondências ontológicas nos casos em que apenas se associam subestruturas dos domínios de origem e de destino através de uma relação de analogia. Por exemplo na metáfora "não engoli o que ele me disse", temos no domínio de origem "alimentos" e no domínio de destino "ideias". A metáfora dá-se pela sobreposição entre alimentos e ideias e consequentemente através de palavras e expressões linguísticas associadas a cada domínio: "digerir um problema", "engolir um insulto/ ofensa/ pessoa", "cozinhar uma ideia", etc.
Ocorrem correspondências epistemológicas nos casos em que se fazem transposições entre domínios de conhecimento cultural. Por exemplo, a metáfora "as pessoas são (como) animais" é muito produtiva de exemplos, destacando as propriedades mais relevantes dessa aproximação: "o chefe é uma besta", "é um porco a comer", "parto-te o focinho", "tira as patas daqui", etc.
Às metáforas apresentadas, ditas metáforas conceptuais, acrescentam-se as metáforas de imagem em que se verifica uma projeção da estrutura esquemática de uma imagem sobre outra imagem: "o rato (do computador)", "a Itália é uma bota", etc.
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Como referenciar
Porto Editora – metáfora na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-06 23:23:28]. Disponível em
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