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Milagres de Santo António

São muitos os milagres atribuídos a Santo António, ocorridos tanto em vida como após a morte. O Santo nasceu provavelmente no verão de 1195, com o nome de Fernando de Bulhões, perto da Sé de Lisboa, onde ainda criança iniciou a sua instrução. Aos 15 anos, entrou para o Mosteiro de S. Vicente de Fora, de frades agostinhos, e, mais tarde, completou a sua educação em Santa Cruz de Coimbra, também da mesma ordem. Após ter aprendido em Portugal tudo o que era possível saber naquela altura, a sua natureza curiosa e o seu insaciável desejo de aprender levaram o jovem a embarcar para Marrocos, com a intenção de evangelizar os povos, dando-lhes a conhecer a palavra de Deus. No entanto, devido a problemas de saúde, rapidamente, embarcou de regresso a Portugal, onde nunca chegou, pois o barco, em que navegava, foi atingido por uma tempestade e chegou à Sicília, tendo depois rumado para o centro de Itália, onde se encontrava S. Francisco de Assis. Foi companheiro deste e tornou-se franciscano, tomando o nome de António. Começou a manifestar dotes de orador, tendo ficado famoso pela simplicidade e força dos seus sermões. Santo António morreu aos 36 anos e foi canonizado pelo Papa Gregório IX, um ano apenas após a sua morte.

Conta a lenda que Santo António foi um dia pregar à cidade de Limoges, em França. Dizia-se que os seus sermões eram ouvidos por mais de 30 mil pessoas de cada vez e que, por isso, era obrigado a pregar ao ar livre. Estavam todos em silêncio a ouvir o Santo quando desabou uma grande tempestade sobre a multidão, que ficou atemorizada pela violência dos raios e dos trovões. Santo António, porém, aconselhou os ouvintes a ficar, assegurando-lhes que, com a ajuda de Deus, nem uma gota de chuva os atingiria. O local onde estavam os ouvintes ficou enxuto, enquanto, à volta, ficou completamente encharcado.
Estátua de Santo António, frente à Igreja de Santo António, Lisboa
Festejos de Santo António, frente à Igreja de São Miguel, Alfama, Lisboa
Santo António, no Museu Nacional de Arte Antiga
Estátua de Santo António, da autoria de Jaime Azinheira (1987), em Famalicão
Uma outra vez, em Rimini, perante hereges cátaros que se tinham reunido para evitar a evangelização, houve um sermão que ficou célebre. Defrontado com a indiferença da população, Santo António dirigiu-se aos peixes do mar que surgiram, aos milhares e, muito organizados, emergiram as suas pequenas cabeças para ouvir a palavra de Deus. Homens e mulheres acorreram para ver esta maravilha, tendo muitos deles acabado convertidos.
A imagem de Santo António é, como se sabe, representada com o Menino Jesus ao colo pela grande cumplicidade e companheirismo entre os dois. Conta a lenda que, em Mação, ia o Santo buscar lenha do outro lado do Tejo, a pedido de sua mãe, quando verificou, na volta, que barco e barqueiro tinham desaparecido. Preocupado por saber que a mãe o esperava do outro lado, Santo António pediu ajuda ao Menino que lhe apareceu. Este disse-lhe que atirasse o feixe de lenha ao rio que Ele o conduziria para a outra margem. Diz a lenda que Santo António apareceu do outro lado do rio com o Menino ao colo.
Uma outra vez, em Pádua, Santo António hospedou-se em casa de um homem rico que o surpreendeu a conversar com o Menino Jesus e que só foi autorizado a revelar o que tinha visto depois da morte do Santo.
Ainda em Pádua, veio, um dia, um homem chamado Leonardo confessar-lhe um grande pecado: Leonardo tinha dado um pontapé a sua mãe. Santo António comentou que uma pessoa que comete tal ofensa deveria ter o pé cortado. Não percebendo as palavras do Santo e levando-as à letra, Leonardo cortou o pé com a sua espada. A mãe deste correu indignada ao convento, queixando-se do frade que quase lhe tinha morto o filho. Santo António desculpou-se e explicou que não era aquela a sua intenção e acompanhou-a a casa de Leonardo onde, depois de rezar a Deus, lhe juntou o pé à perna com tanta fé que estes se soldaram por milagre.
Um dos muitos milagres de Santo António passou-se com o seu próprio pai quando este foi injustamente condenado à forca por assassínio, em Lisboa. Por milagre de Santo António, o homem que tinha sido morto voltou a viver para jurar a inocência do condenado.
Este Santo é muito estimado pelo povo português que lhe dedicou muitas poesias populares, quer orais, quer escritas, para além do grande culto que lhe é prestado. É considerado o Santo casamenteiro e no dia em que se celebra o seu culto, a 13 de junho, em Lisboa, realizam-se casamentos em conjunto, na cerimónia tradicionalmente chamada "Noivas de Santo António".
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Como referenciar
Porto Editora – Milagres de Santo António na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-07 18:03:32]. Disponível em
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