mitologia indiana
Com um dos maiores panteões de divindades, a mitologia hindu, ou indiana, mantém-se como a arca depositária de todo o complexo sistema filosófico e metafísico da religião que lhe está intrinsecamente relacionada. Apresenta vários subgrupos e é ainda a justificação transcendental e religiosa do sistema de castas hindu.
Inicialmente a religião Hindu era monoteísta, embora possuísse uma vasta amálgama de símbolos. Foi através destes mesmos símbolos que se criaram uma série de superstições que se converteram por seu turno, posteriormente, em ídolos de proporções e feições monstruosas. O simbolismo dividiu também a própria nação em castas, multiplicando ainda os ídolos. Há uma vaga tradição de uma "trindade" no Hinduísmo - Trimurti, ou "Três formas" -, uma espécie de esperança na incarnação. O Trimurti era composto por Brama, Shiva e Vishnu. Brama era conhecido também por Brihm ou Brahm, e desde o início foi considerado como o deus supremo do panteão hindu. Associados ao Trimurti surgem outros deuses, como Indra e Vayu (associados a Vishnu) e Varuna e Yama (a Shiva).
Cada deus Trimurti era hermafrodita. Brama emanou Sorasnati; Vishnu em Lakmi e Shiva em Bhavani. Os crentes no Trimurti ofereciam três sacrifícios: do cavalo Aswamedha, do touro Gomegha e do homem Neramegha. Este último sacrifício foi mais tarde substituído por pressupor o aniquilamento voluntário.
A religião hindu assenta em cinco grandes compartimentos, quatro dos quais com uma carga mitológica bastante expressiva: Vedismo, Bramanismo, Vishnuísmo, Shivaísmo e o Budismo (mais um sentimento religioso e uma forma de viver a espiritualidade). A primeira das religiões foi professada pelos Arianos (chegaram à Índia entre c. 2000 e 1500 a. C.), cuja língua se perdeu com o tempo, mas alguns dos seus vestígios permanecem em diversos idiomas. Esta "religião" assentava em quatro livros sagrados, os Vedas (Veda, em sânscrito, significa "saber"), de Revelação (Shruti). Correspondem à primeira época védica (c. 1500-1000 a. C.) e a uma segunda época (c. 1000-600 a. C.). Nos Vedas vinham enumeradas as divindades, que não passavam de forças da natureza e de agentes celestiais humanizados. Estão os deuses védicos divididos em três "classes" funcionais com correspondência social: a classe sacerdotal, com poderes mágico-religiosos e jurídico-religiosos, incluindo Mitra, Aryaman, Bhaga e Varuna; a classe de função "combatente" (socialmente, os guerreiros), com poderes militares, temporais, compreendendo Indra, Rudra, Marut, por exemplo; depois, a classe de função "fecundativa" (os vaishya, ou produtores), como Agni, Suria, Sâvitr, Soma, Vishnu e Yama. À parte destas três, estava uma "não-classe", "sem sacrifícios" (casta dos sudras, ou servos), com os espíritos dos Asura ou dos Apsaras, por exemplo.
Quanto ao Bramanismo, ao Vishnuísmo e ao Shivaismo, se é que se podem considerar autonomamente, fazem parte do chamado panteão hindu, propriamente dito. Por exemplo, Brama não tem qualquer culto e raros são os seus templos, enquanto que Shiva e Vishnu têm um culto a eles ligado e são tidos pelos seus fiéis como deuses supremos. O Bramanismo, no entanto, modificou a mitologia védica. Brama encontra-se no topo da hierarquia, ao qual se sucedem Indra, Iama, Agni, Varuna, Kuvera, Niwiti, Vayu e Isagna. Agni e Soma eram os deuses do sacrifício e da libação. Rudra é o pai dos ventos. Cada deus tinha a sua deusa consorte. O Vishnuismo tinha como deus principal Vishnu, do qual se reconheciam dez incarnações ou manifestações distintas. O Shivaísmo tinha como objeto de adoração a Shiva. Shiva é a esposa de Parvarti, de quem teve dois filhos, Genese, deus da inteligência, e Kartikeya, deus guerreiro. Vishnu e Shiva, foram inventados pelos Bramanes para poderem captar a atenção dos hereges e evitarem a influência do Budismo. O budismo era considerado como uma heresia, segundo a teologia hindu. Brama é para os budistas um produto dos cinco budas que representam os elementos cósmicos. Por sua vez, estes formaram os Bodhisatvas, autores dos vários mundos. Debaixo do mundo metafísico encontramos o mundo terrestre, que tem como forma uma nave. O Shivaismo teve tanta popularidade como o Bramanismo. Apoiava-se em Shiva, da terceira figura do Trimurti, que modificava tudo consoante o que queria fazer nascer. Este deus não era um destruidor mas sim um criador.
O panteão hindu constituiu-se cerca de 300 a. C., apresentando, no entanto, algumas diferenças em relação ao panteão védico.
Inicialmente a religião Hindu era monoteísta, embora possuísse uma vasta amálgama de símbolos. Foi através destes mesmos símbolos que se criaram uma série de superstições que se converteram por seu turno, posteriormente, em ídolos de proporções e feições monstruosas. O simbolismo dividiu também a própria nação em castas, multiplicando ainda os ídolos. Há uma vaga tradição de uma "trindade" no Hinduísmo - Trimurti, ou "Três formas" -, uma espécie de esperança na incarnação. O Trimurti era composto por Brama, Shiva e Vishnu. Brama era conhecido também por Brihm ou Brahm, e desde o início foi considerado como o deus supremo do panteão hindu. Associados ao Trimurti surgem outros deuses, como Indra e Vayu (associados a Vishnu) e Varuna e Yama (a Shiva).
Cada deus Trimurti era hermafrodita. Brama emanou Sorasnati; Vishnu em Lakmi e Shiva em Bhavani. Os crentes no Trimurti ofereciam três sacrifícios: do cavalo Aswamedha, do touro Gomegha e do homem Neramegha. Este último sacrifício foi mais tarde substituído por pressupor o aniquilamento voluntário.
Quanto ao Bramanismo, ao Vishnuísmo e ao Shivaismo, se é que se podem considerar autonomamente, fazem parte do chamado panteão hindu, propriamente dito. Por exemplo, Brama não tem qualquer culto e raros são os seus templos, enquanto que Shiva e Vishnu têm um culto a eles ligado e são tidos pelos seus fiéis como deuses supremos. O Bramanismo, no entanto, modificou a mitologia védica. Brama encontra-se no topo da hierarquia, ao qual se sucedem Indra, Iama, Agni, Varuna, Kuvera, Niwiti, Vayu e Isagna. Agni e Soma eram os deuses do sacrifício e da libação. Rudra é o pai dos ventos. Cada deus tinha a sua deusa consorte. O Vishnuismo tinha como deus principal Vishnu, do qual se reconheciam dez incarnações ou manifestações distintas. O Shivaísmo tinha como objeto de adoração a Shiva. Shiva é a esposa de Parvarti, de quem teve dois filhos, Genese, deus da inteligência, e Kartikeya, deus guerreiro. Vishnu e Shiva, foram inventados pelos Bramanes para poderem captar a atenção dos hereges e evitarem a influência do Budismo. O budismo era considerado como uma heresia, segundo a teologia hindu. Brama é para os budistas um produto dos cinco budas que representam os elementos cósmicos. Por sua vez, estes formaram os Bodhisatvas, autores dos vários mundos. Debaixo do mundo metafísico encontramos o mundo terrestre, que tem como forma uma nave. O Shivaismo teve tanta popularidade como o Bramanismo. Apoiava-se em Shiva, da terceira figura do Trimurti, que modificava tudo consoante o que queria fazer nascer. Este deus não era um destruidor mas sim um criador.
O panteão hindu constituiu-se cerca de 300 a. C., apresentando, no entanto, algumas diferenças em relação ao panteão védico.
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Como referenciar
Porto Editora – mitologia indiana na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-07 21:16:41]. Disponível em
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