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Monopólio do Tabaco
Considera-se muitas vezes Portugal como sendo o primeiro país da Europa a conhecer a planta do tabaco. A opinião prevalecente contudo é a de que o tabaco foi trazido para a Europa, no século XVI, pelo espanhol Francisco Hernán de Toledo, que a encontrou na América, continente de origem desta planta. Contudo, a sua divulgação para cheirar e depois mascar e fumar em cachimbos apenas deverá ter acontecido durante a segunda metade do século XVI. Em meados do século XVII, o tabaco era já um produto com uma crescente importância económica.
No entanto, o desenvolvimento propriamente dito da indústria do tabaco só veio a acontecer em Oitocentos, com a introdução da manufatura de cigarros, de fabrico mais fácil e rápido do que o tabaco picado de cachimbo, ou tabaco enrolado em charutos. Este processo de industrialização do tabaco estendeu-se, assim, entre a segunda metade do século XVIII e a última metade do século XIX, período durante o qual ainda se utilizava uma tecnologia pouco avançada no tratamento das folhas do tabaco.
O primeiro grande contrato relacionado com este produto celebrou-se em meados do século XVII: na corte madrilena um comerciante português pagou pelo regime de exclusividade 40$000 réis pelo prazo de um ano; todavia as primeiras "fábricas" datam da segunda metade do século XVIII, numa época em que estavam em vigor políticas comerciais monopolistas e se concediam privilégios aos contratadores, beneficiando as condições da sua comercialização. Um dos grandes interessados neste comércio segundo se consta era o próprio Marquês de Pombal.
O tabaco, em estado puro, começava a ser um dos principais produtos de exportação nacional bastante lucrativo. Aproximadamente em 1788, em Portugal havia duas manufaturas tabaqueiras, uma em Lisboa e outra no Porto.
Em meados do século XIX a sua indústria cresceu: em 1844, abriu a Companhia Nacional de Tabacos, situada em Xabregas, Lisboa; depois, com a fundação, na mesma cidade, das fábricas de Santa Apolónia, em 1865; da Regalia em 1866; da de Santa Justa em 1868; em 1871 abre a fábrica da Centeno & C.a e em 1876 a da Companhia Lusitana.
No terceiro quartel do século XIX, era esta a principal indústria do país, relativamente ao valor total da produção. Aliás, como reflexo deste facto, as políticas protecionistas sobre a indústria do tabaco continuaram a ser discutidas até 1927. A questão da renovação do monopólio, colocada em 1904, arrastou a queda de dois governos, até que em 1906 foi celebrado um contrato com a Companhia dos Tabacos de Portugal.
Este monopólio foi de novo discutido em 1926, na viragem política do 28 de maio, sendo decidida a reorganização do monopólio, através da fundação de duas empresas que passavam a partilhar a produção e a venda deste produto com a Companhia dos Tabacos de Portugal: eram elas a Companhia Portuguesa de Tabacos e a Tabaqueira.
No entanto, o desenvolvimento propriamente dito da indústria do tabaco só veio a acontecer em Oitocentos, com a introdução da manufatura de cigarros, de fabrico mais fácil e rápido do que o tabaco picado de cachimbo, ou tabaco enrolado em charutos. Este processo de industrialização do tabaco estendeu-se, assim, entre a segunda metade do século XVIII e a última metade do século XIX, período durante o qual ainda se utilizava uma tecnologia pouco avançada no tratamento das folhas do tabaco.
O primeiro grande contrato relacionado com este produto celebrou-se em meados do século XVII: na corte madrilena um comerciante português pagou pelo regime de exclusividade 40$000 réis pelo prazo de um ano; todavia as primeiras "fábricas" datam da segunda metade do século XVIII, numa época em que estavam em vigor políticas comerciais monopolistas e se concediam privilégios aos contratadores, beneficiando as condições da sua comercialização. Um dos grandes interessados neste comércio segundo se consta era o próprio Marquês de Pombal.
O tabaco, em estado puro, começava a ser um dos principais produtos de exportação nacional bastante lucrativo. Aproximadamente em 1788, em Portugal havia duas manufaturas tabaqueiras, uma em Lisboa e outra no Porto.
Em meados do século XIX a sua indústria cresceu: em 1844, abriu a Companhia Nacional de Tabacos, situada em Xabregas, Lisboa; depois, com a fundação, na mesma cidade, das fábricas de Santa Apolónia, em 1865; da Regalia em 1866; da de Santa Justa em 1868; em 1871 abre a fábrica da Centeno & C.a e em 1876 a da Companhia Lusitana.
No terceiro quartel do século XIX, era esta a principal indústria do país, relativamente ao valor total da produção. Aliás, como reflexo deste facto, as políticas protecionistas sobre a indústria do tabaco continuaram a ser discutidas até 1927. A questão da renovação do monopólio, colocada em 1904, arrastou a queda de dois governos, até que em 1906 foi celebrado um contrato com a Companhia dos Tabacos de Portugal.
Este monopólio foi de novo discutido em 1926, na viragem política do 28 de maio, sendo decidida a reorganização do monopólio, através da fundação de duas empresas que passavam a partilhar a produção e a venda deste produto com a Companhia dos Tabacos de Portugal: eram elas a Companhia Portuguesa de Tabacos e a Tabaqueira.
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Como referenciar
Porto Editora – Monopólio do Tabaco na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-29 05:06:30]. Disponível em
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