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Mosteiro de Santa Clara (Évora)
Se os franciscanos se instalaram precocemente na cidade de Évora durante o século XIII, o mesmo não aconteceu com o seu ramo feminino. Com efeito, as mendicantes clarissas estabelecem-se apenas entre os anos de 1452 e 1459, beneficiando do apoio do bispo D. Vasco Perdigão. Este eminente eclesiástico eborense compra o desafetado Paço dos Falcões à Rua de Alconchel, lançando a construção do Mosteiro. Este cenóbio mendicante seria consagrado em 1464, altura em que as freiras clarissas o ocuparam. A participação de figuras femininas das grandes famílias alentejanas no seio da comunidade de Sta. Clara, conduziu ao enobrecimento e riqueza maior do cenóbio eborense.
Do monumental empreendimento quatrocentista apenas subsiste a igreja conventual e o claustro renascentista, mesmo assim profundamente remodelados na 2.ª metade do século XVI. Como é norma nestas ordens mendicantes, a fachada principal dispõe-se lateralmente, reforçada por salientes e pesados contrafortes, sobressaindo da sua volumetria as recuadas torres-mirantes com grelha de tijoleira mourisca. Nesta fachada rasgam-se dois grandes portais graníticos de volta perfeita, encimados por salientes frontões triangulares.
Na nave única e proporcionada, o interior apresenta revestimento de azulejos-padrão seiscentistas. O teto, coberto por abóbada de berço, é ornamentado por pintura residual proto-barroca, versando nos seus medalhões temas hagiográficos e cristológicos. O friso, que era ornamentado por telas barrocas setecentistas de António de Oliveira Bernardes e que foram apeadas, revela frescos historiados, atribuídos a José de Escobar e datáveis de cerca do ano de 1590.
Na parte superior do arco triunfal estão colocadas pinturas de S. João Batista e de S. João Evangelista, vendo-se no seu tímpano a Apoteose da Ordem de S. Francisco de Assis e de Sta. Clara.
Os retábulos colaterais são obra simples, destacando-se um oratório com a escultura do século XVII alusiva a N. Sra. da Ajuda.
O retábulo-mor de talha dourada é uma obra barroca do Estilo Nacional da 1.ª metade do século XVIII, que veio substituir os anteriores retábulos do gótico final e maneirista, subsistindo deste último uma tábua do mestre eborense Francisco João, obra executada em 1592. O presente retábulo-mor setecentista possui um belo sacrário com a representação de um baixo-relevo alusivo à Ressurreição de Cristo, sendo ladeado por duas mísulas que sustentam as imagens de madeira estofada de S. Francisco de Assis e de Sta. Clara.
Raros e delicados são os barrocos frontais de altar e do púlpito, obra em damasco amarelo bordada a fio de ouro e prata, cravejada por pequenas placas relevadas em bronze dourado, com simbologia da liturgia cristã. Estas obras de arte sacra foram poupadas ao saque das tropas francesas em 1808 e, mais tarde, à avaliação dos zelosos funcionários da Fazenda Pública em 1903, aquando da extinção do mosteiro, porque, "afortunadamente, se encontravam como habitualmente, cobertos por frontais de tecelagem vulgar, embora antiga" (Túlio Espanca).
Do monumental empreendimento quatrocentista apenas subsiste a igreja conventual e o claustro renascentista, mesmo assim profundamente remodelados na 2.ª metade do século XVI. Como é norma nestas ordens mendicantes, a fachada principal dispõe-se lateralmente, reforçada por salientes e pesados contrafortes, sobressaindo da sua volumetria as recuadas torres-mirantes com grelha de tijoleira mourisca. Nesta fachada rasgam-se dois grandes portais graníticos de volta perfeita, encimados por salientes frontões triangulares.
Na nave única e proporcionada, o interior apresenta revestimento de azulejos-padrão seiscentistas. O teto, coberto por abóbada de berço, é ornamentado por pintura residual proto-barroca, versando nos seus medalhões temas hagiográficos e cristológicos. O friso, que era ornamentado por telas barrocas setecentistas de António de Oliveira Bernardes e que foram apeadas, revela frescos historiados, atribuídos a José de Escobar e datáveis de cerca do ano de 1590.
Os retábulos colaterais são obra simples, destacando-se um oratório com a escultura do século XVII alusiva a N. Sra. da Ajuda.
O retábulo-mor de talha dourada é uma obra barroca do Estilo Nacional da 1.ª metade do século XVIII, que veio substituir os anteriores retábulos do gótico final e maneirista, subsistindo deste último uma tábua do mestre eborense Francisco João, obra executada em 1592. O presente retábulo-mor setecentista possui um belo sacrário com a representação de um baixo-relevo alusivo à Ressurreição de Cristo, sendo ladeado por duas mísulas que sustentam as imagens de madeira estofada de S. Francisco de Assis e de Sta. Clara.
Raros e delicados são os barrocos frontais de altar e do púlpito, obra em damasco amarelo bordada a fio de ouro e prata, cravejada por pequenas placas relevadas em bronze dourado, com simbologia da liturgia cristã. Estas obras de arte sacra foram poupadas ao saque das tropas francesas em 1808 e, mais tarde, à avaliação dos zelosos funcionários da Fazenda Pública em 1903, aquando da extinção do mosteiro, porque, "afortunadamente, se encontravam como habitualmente, cobertos por frontais de tecelagem vulgar, embora antiga" (Túlio Espanca).
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Como referenciar
Porto Editora – Mosteiro de Santa Clara (Évora) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-06-27 22:10:53]. Disponível em
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