Livros e Autores

Weyward

Emilia Hart

O perigo de estar no meu perfeito juízo

Rosa Montero

Os segredos de Juvenal Papisco

Bruno Paixão

Bom português

gratuito ou gratuíto?

ver mais

isenção ou insenção?

ver mais

precariedade ou precaridade?

ver mais

moinho ou moínho?

ver mais

verosímil ou verosímel?

ver mais

convalescença ou convalescência?

ver mais

incerto ou inserto?

ver mais

bolos-reis ou bolos-rei?

ver mais

Nigéria

Geografia
País da África Ocidental. Situado na costa meridional do golfo da Guiné, o país deve o seu nome ao facto de ser atravessado pelo rio Níger, que desagua num extenso delta. Ocupa uma área de 923 768 km2. A Nigéria faz fronteira com o Níger, a norte, o Chade, a nordeste, os Camarões, a leste e a sudeste, e o Benim, a oeste, e é banhada pelo golfo da Guiné, a sul. A capital é Abuja. As maiores cidades são Lagos, com 8 682 200 habitantes (2003), Kano (3 412 900 hab.), Ibadan (3 201 500 hab.) e Kaduna (1 563 300 hab.).
O relevo da Nigéria é, na sua generalidade, caracterizado pela predominância de planaltos com altitudes entre os 600 e os 1200 metros, divididos por pequenas planícies por onde correm os seus principais rios, o Níger e o Benué. Estes dois rios juntam-se na região Centro do país, desaguando no golfo da Guiné. Toda a costa nigeriana é constituída por planícies arenosas.
Arte nigeriana da zona de Benin
Bandeira da Nigéria
Vista da Cidade de Kano, no Norte da Nigéria
Pescadores nigerianos, perto de Lagos
Clima
O clima da Nigéria varia de equatorial, no litoral sul, a tropical seco, nas regiões do Norte.
Economia
A economia da Nigéria depende, em larga medida, das receitas da exploração de petróleo. O país é o principal produtor africano de petróleo e é membro da OPEP desde 1975. Também o estanho e a pedra de cal são extraídos em grande quantidade, e a produção de gás natural desenvolve-se a passos largos. No entanto, as indústrias dedicadas à manufatura continuam subdesenvolvidas.
O desenvolvimento das plantações de borracha, embora torne a Nigéria um grande produtor (60% de toda a produção africana), coloca problemas ambientais, dada a extensão da área de floresta derrubada. O setor do cacau, que também é responsável pela desflorestação, atravessa dificuldades que se traduzem em desemprego. Entre as produções agrícolas destinadas ao consumo interno, destaca-se a mandioca, o inhame, o sorgo, o milho, o arroz e o amendoim. Os principais parceiros comerciais da Nigéria são os Estados Unidos da América, o Reino Unido, a Espanha e a França.
Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 0,3.
População
A Nigéria é o país africano mais populoso: em 2006 tinha 131 859 731 habitantes, equivalente a uma densidade populacional de 139,4 hab./km2. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 40,43%o e 16,94%o. A esperança média de vida é de 47,08 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,463 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,450 (2001). Estima-se que, em 2025, a população seja cerca de 204 000 000 habitantes.
A população nigeriana é composta por mais de 200 etnias, facto que se deve à localização geográfica da Nigéria no ponto de encontro de várias rotas migratórias transcontinentais, sendo as etnias mais importantes os Haúças (21%), os Ioruba (21%), os Ibos (18%), os Fulas (11%), os Ibibio (6%) e os Kanuri (4%).
História
Como se deduz pelo número de etnias residentes na Nigéria, a história inicial deste país escreve-se pela influência de vários povos. Assim, entre 500 a. C. e 200 d. C., a Nigéria teve no povo Nok (estabelecido na confluência dos rios Níger e Benué) a sua primeira civilização devidamente estruturada. No século XI, formou-se o império de Kanem, que incluía a província de Bornu e os territórios a leste e oeste do lago Chade, e que resultou das migrações dos povos Kanuri (de Bornu), Haúças e Fulas em direção ao Norte. Este império desmembrar-se-ia no século XIV, sobrevivendo apenas a região de Bornu como reino. Por esta altura já o Islão tinha sido introduzido na Nigéria (século XIII), e este facto viria favorecer o aparecimento, no início do século XIX, de outro império, o império dos Fulas, que se formou a norte dos reinos Ioruba e Benim (situados na que viria a ser a região ocidental do país) e do reino dos Ibos.
Embora tenham sido os Portugueses os primeiros europeus a atingirem a costa nigeriana, no século XV, seriam os Ingleses a estabelecerem-se no território. O interesse inglês na Nigéria começou no século XVII, quando o comércio escravagista florescia. Com o fim desse comércio em 1807, imposto, curiosamente, pela Inglaterra, este país enviou uma esquadra para o golfo da Guiné para fazer cumprir aquele decreto, e não demorou muito tempo para que os mercadores ingleses começassem a abordar a costa nigeriana à procura de produtos comerciáveis. Assim, a presença britânica começou oficialmente pelo controlo de Lagos em 1861. Em 1866, a Nigéria passa a ser colónia inglesa, assumindo o estatuto de Colónia e Protetorado da Nigéria em 1914.
A origem do federalismo na Nigéria remonta ao ano de 1939, quando foram criadas as regiões administrativas ocidental e oriental, e ao ano de 1954, altura em que foi criada uma terceira região, a do norte. Os dez anos anteriores à declaração da independência, a 1 de outubro de 1960, foram marcados por várias iniciativas constitucionais subordinadas à autonomia nigeriana com objetivos independentistas. Destas se destaca a Constituição de Lyttelton, que conseguiu levar em consideração os desequilíbrios existentes a vários níveis entre as regiões. Mas seriam estes desequilíbrios a estar na origem do golpe de Estado militar ocorrido a 15 de janeiro de 1966 (já com o território dividido em 12 estados), liderado pelo general Johnson Aguiyi-Ironsi, que, por tentar dissolver o federalismo, seria assassinado a 29 de julho desse ano, sendo substituído pelo coronel (mais tarde general) Yakubu Gowon.
Os conflitos étnicos conduziram a uma guerra civil quando, a 30 de maio de 1967, o líder da região oriental declarou a independência da República do Biafra. Mas, apesar do reconhecimento e apoio dados por alguns estados africanos à nova república, a verdade é que a 15 de janeiro de 1970 uma delegação do Biafra se rendeu formalmente ao governo nigeriano em Lagos.
O general Gowon, ao comunicar o adiamento da entrada em vigor de uma administração civil, provocou a sua deposição, levada a cabo em 29 de julho de 1975 pelo brigadeiro Murtala Ramat Mohammed, que seria assassinado a 13 de fevereiro de 1976, ano em que o número de estados no território passou para 19 (em 1991, este número aumentou para 30).
A II República, instaurada a 1 de outubro de 1979, tem vivido também em permanente instabilidade governativa. Após o derrube do primeiro presidente eleito da II República, Shehu Shagari, por um golpe de Estado militar a 31 de dezembro de 1993, outro golpe ocorreu a 27 de agosto de 1985, liderado pelo general Ibrahim Babangida, que governou o país até 1993, ano em que, após ter anulado as eleições presidenciais, foi deposto pelos militares, subindo ao poder o general Sani Abacha.
A política de Abacha pautou-se pelo autoritarismo político, reprimindo e ilegalizando qualquer movimento pró-democracia, do qual se destacava Moshood Abiola, presumível vencedor das eleições de 1993, que foram anuladas. Quando Abiola se proclamou, a 11 de junho de 1994 e perante uma multidão de 3000 pessoas, presidente, chefe das forças armadas e líder do governo, causou de imediato uma violenta reação governamental culminada com a prisão de Abiola a 23 de junho, que foi posteriormente condenado por traição. Esta decisão do Alto Tribunal de Abuja conduziu a inúmeros levantamentos populares que, conjuntamente com greves levadas a cabo nas explorações petrolíferas, minaram a já de si débil economia nigeriana. Este quadro de instabilidade social e política manteve-se até setembro desse ano, quando os líderes dos sindicatos dos trabalhadores petrolíferos decidiram acabar com a greve. A 6 de setembro, Abacha decretou poderes absolutos para o seu regime, negando qualquer direito de jurisdição por parte dos tribunais sobre o seu governo.
Após dezasseis anos de governo militar, o Partido Democrático do Povo (PDP) ganhou as eleições de 1999 e de 2003, tendo como Presidente Olusegun Obasanjo que, no segundo mandato, prometeu reforçar a democracia e promover estabilidade política e crescimento económico.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Nigéria na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-05 00:26:46]. Disponível em
Artigos
ver+
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Nigéria na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-05 00:26:46]. Disponível em
Livros e Autores

Weyward

Emilia Hart

O perigo de estar no meu perfeito juízo

Rosa Montero

Os segredos de Juvenal Papisco

Bruno Paixão

Bom português

gratuito ou gratuíto?

ver mais

isenção ou insenção?

ver mais

precariedade ou precaridade?

ver mais

moinho ou moínho?

ver mais

verosímil ou verosímel?

ver mais

convalescença ou convalescência?

ver mais

incerto ou inserto?

ver mais

bolos-reis ou bolos-rei?

ver mais