Livros e Autores

Weyward

Emilia Hart

O perigo de estar no meu perfeito juízo

Rosa Montero

Os segredos de Juvenal Papisco

Bruno Paixão

Bom português

gratuito ou gratuíto?

ver mais

isenção ou insenção?

ver mais

precariedade ou precaridade?

ver mais

moinho ou moínho?

ver mais

verosímil ou verosímel?

ver mais

convalescença ou convalescência?

ver mais

incerto ou inserto?

ver mais

bolos-reis ou bolos-rei?

ver mais

novela

Na novela predomina o evento, a história linearmente contada, onde se sente uma forte presença do autor como narrador, chegando o leitor a sentir mesmo o "tom" da sua voz.
Antes do Romantismo (século XVIII/XIX), a novelística portuguesa é relativamente pobre, apesar de no século XVI ser até fértil e mesmo bastante variada. Na época, a novela apresentava-se como uma longa sucessão, encadeamento de histórias que se iam alterando ou sucedendo, dando azo à imaginação, ao gosto de aventuras fora de série e, até, à avidez do inesperado.
São, basicamente, três os rumos da novela: a novela sentimental, a novela de cavalaria e a novela pastoril. A novela de cavalaria está bastante bem representada nas letras portuguesas, através de nomes como João de Barros (1496-1570), Francisco de Morais (1500-1572), Jorge Ferreira de Vasconcelos (1515-1585), Fernão Mendes Pinto (1510-1583), entre outros. A linha da novela de cavalaria parece traduzir a nostalgia dos tempos medievais, quase lendários, com todo o idealismo religioso, a ação heroica e a quase frequente presença do tom fantástico (feiticeiros, castelos encantados, etc.); a novela pastoril - cultivada por nomes como Jorge de Montemor (1520/24?-1561), Rodrigues Lobo (1580-1622), Fernão Álvares do Oriente (1540-?), Elói Sotto Mayor (ou Souto Maior), entre outros - retrata, essencialmente, o fino amor dos pastores tradicionais, em que o verso e a prosa se misturam, ficando a ação como que diluída entre episódios soltos, passageiros e trechos líricos; por fim, a novela sentimental, a típica novela do século XVII, cultivada por nomes como Gaspar Pires Rebelo, Gerardo Escobar (pseudónimo do carmelita Frei António de Escobar), entre muitos outros. Esta novela sentimental destaca-se, essencialmente, pelos relatos amorosos de forte intensidade, pelas histórias de enganos e desenganos, pelas lutas e intrigas entre rivais, tudo extremamente "empolado", num estilo extremamente trabalhado.
Chegada a época do Romantismo (século XVIII/XIX) aparecem nomes sonantes como Almeida Garrett (1799-1854) e Alexandre Herculano (1810-1877), que tão preciosamente ensaiaram a chamada novela de tema contemporâneo, incluindo as tão abrangentes temáticas sentimentais, passionais e de costumes, conduzindo os enredos conforme o sabor da imaginação dos eventos e das ideias preestabelecidas iam saindo.
Há que ressaltar o grande nome de Camilo Castelo Branco (1825-1890) como o primeiro grande criador da ficção novelística em Portugal, mostrando aos seus leitores uma imaginação fogosa revelada através de inúmeras novelas passionais, tocando, também, o tom satírico e as novelas de costumes.
Já dentro do Naturalismo (século XIX e derivado mesmo do Realismo) aparece o nome de Fialho de Almeida (1857-1911) como o grande novelista e contista da época, demonstrando uma fortíssima imaginação sensorial, descrevendo magnificamente as violências surgidas pelo instinto humano.
Chegados ao século XX, mais concretamente à Geração do Orpheu (iniciada em 1915), ao Modernismo, aparece Almada Negreiros com uma linha de novela com expressão simbólica de inquietante drama interior. Ampliam-se, assim, os horizontes da novelística através da inclusão nos textos das novelas de profundas análises de novos aspetos da vida interior.
Atualmente, é de congratular a grande importância dada ao género novela, revelando-se uma notável diminuição da preocupação da "boa prosa", impeditiva de uma transmissão fiel, exata, do visto ou imaginado, dando-se, assim, preferência à vida real, com todas as suas variabilidades, à denúncia social e aos valores morais da atualidade. Aqui, aparecem nomes como o de Urbano Tavares Rodrigues, um dos mais fecundos novelistas portugueses de finais do século XX.
Seja a novela datada do século XVI ou do século XX, ela aparece sempre sob a forma de romance mais curto, em que o autor expõe os seus sentimentos, mais ou menos ficcionados, através de uma ação rápida e de imediato impacto nos seus leitores.
Com cambiantes notáveis a nível temático, a novela permanece como o género literário que melhor serve a intenção de fluidez de raciocínio e sentimento, enredada por uma ação curta que lhe permite imediatizar a mensagem.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – novela na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-06 04:44:06]. Disponível em
Artigos
ver+
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – novela na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-06 04:44:06]. Disponível em
Livros e Autores

Weyward

Emilia Hart

O perigo de estar no meu perfeito juízo

Rosa Montero

Os segredos de Juvenal Papisco

Bruno Paixão

Bom português

gratuito ou gratuíto?

ver mais

isenção ou insenção?

ver mais

precariedade ou precaridade?

ver mais

moinho ou moínho?

ver mais

verosímil ou verosímel?

ver mais

convalescença ou convalescência?

ver mais

incerto ou inserto?

ver mais

bolos-reis ou bolos-rei?

ver mais