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O Brado Africano
O Brado Africano - um dos jornais mais marcantes e decisivos na verdadeira divulgação da poesia moçambicana - publicado em Lourenço Marques (Maputo), apareceu no cenário jornalístico moçambicano em 1955 e terminou a sua atividade em 1958.
Ao contrário de periódicos anteriores - que abriam as suas páginas a poetas, contistas e prosadores de diversas linhas de orientação - O Brado Africano agrupou poetas e escritores exclusivamente por afinidades e semelhanças nas linhas ideológicas e estéticas que contribuíssem para definir uma poesia medularmente vinculada ao chão moçambicano.
Durante os seus três anos de vida (1955-1958), a referida "linha moçambicana" acentuou-se e tudo parecia indicar que ela se transformava na estrada real da poesia moçambicana.
Um número razoável de poetas que constavam já das páginas de periódicos anteriores, apareceram n' "O Brado Africano" representando a voz real de Moçambique. Além destes, outros surgiram, pela primeira vez, para reforçar essa mesma linha moçambicana, contribuindo, indubitavelmente, para o nascimento de uma poesia retintamente moçambicana.
O amor, a denúncia, a fraternidade, a exaltação, o sofrimento, o mito, a história e a rebeldia encerram em si o grande campo semântico que caracterizava a poesia publicada n' O Brado Africano, evidenciando, assim, o objetivo principal definido por este periódico - apresentar a denúncia possível num tempo, numa época histórica incómoda.
Como em quase todas as possessões portuguesas, foi preciso esperar cerca de meio século para que uma atividade cultural efetiva, e de extrema importância, se instalasse. Assim, a imprensa representada neste caso pelo O Brado Africano colocava, então, perante o povo moçambicano e os restantes povos atentos a esta colónia portuguesa, o real problema da colonização de Moçambique e as respetivas consequências específicas para o país. Reunia em seu torno negros, mestiços, às vezes indianos e mesmo, embora raramente, brancos, com o único objetivo de falar sobre e para Moçambique. Era necessário levar a cabo a tarefa - árdua e bastante dificultada pelo sistema colonial da época - de virar todas as atenções para a terra, para os homens da terra, com o intuito de denunciar os problemas, delinear soluções e preparar um novo caminho, livre, para que se pudesse começar a traçar o futuro daquela Nação.
Apesar de ter sido breve a vida deste periódico, O Brado Africano contribuiu, sem margem para dúvidas, para lançar as verdadeiras bases do que, mais tarde, viria a definir-se por literatura moçambicana.
Ao contrário de periódicos anteriores - que abriam as suas páginas a poetas, contistas e prosadores de diversas linhas de orientação - O Brado Africano agrupou poetas e escritores exclusivamente por afinidades e semelhanças nas linhas ideológicas e estéticas que contribuíssem para definir uma poesia medularmente vinculada ao chão moçambicano.
Durante os seus três anos de vida (1955-1958), a referida "linha moçambicana" acentuou-se e tudo parecia indicar que ela se transformava na estrada real da poesia moçambicana.
Um número razoável de poetas que constavam já das páginas de periódicos anteriores, apareceram n' "O Brado Africano" representando a voz real de Moçambique. Além destes, outros surgiram, pela primeira vez, para reforçar essa mesma linha moçambicana, contribuindo, indubitavelmente, para o nascimento de uma poesia retintamente moçambicana.
O amor, a denúncia, a fraternidade, a exaltação, o sofrimento, o mito, a história e a rebeldia encerram em si o grande campo semântico que caracterizava a poesia publicada n' O Brado Africano, evidenciando, assim, o objetivo principal definido por este periódico - apresentar a denúncia possível num tempo, numa época histórica incómoda.
Como em quase todas as possessões portuguesas, foi preciso esperar cerca de meio século para que uma atividade cultural efetiva, e de extrema importância, se instalasse. Assim, a imprensa representada neste caso pelo O Brado Africano colocava, então, perante o povo moçambicano e os restantes povos atentos a esta colónia portuguesa, o real problema da colonização de Moçambique e as respetivas consequências específicas para o país. Reunia em seu torno negros, mestiços, às vezes indianos e mesmo, embora raramente, brancos, com o único objetivo de falar sobre e para Moçambique. Era necessário levar a cabo a tarefa - árdua e bastante dificultada pelo sistema colonial da época - de virar todas as atenções para a terra, para os homens da terra, com o intuito de denunciar os problemas, delinear soluções e preparar um novo caminho, livre, para que se pudesse começar a traçar o futuro daquela Nação.
Apesar de ter sido breve a vida deste periódico, O Brado Africano contribuiu, sem margem para dúvidas, para lançar as verdadeiras bases do que, mais tarde, viria a definir-se por literatura moçambicana.
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Como referenciar
Porto Editora – O Brado Africano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-02-06 06:30:16]. Disponível em
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