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O Pai Tirano
Realizada por António Lopes Ribeiro e escrita por Ribeirinho, em 1941, esta comédia é unanimemente considerada como um dos expoentes máximos do período de ouro do cinema português, encabeçado por títulos como A Canção de Lisboa (1933) ou O Pátio das Cantigas (1942). O protagonista é Chico Mega (Ribeirinho), empregado de sapataria dos Grandes Armazéns do Grandella, que nutre uma grande paixão por Tatão (Leonor Maia), empregada na Perfumaria da Moda. Esta, por seu turno, é cortejada por Artur Castro (Arthur Duarte), um bon-vivant. Como Tatão é uma fervorosa cinéfila, Chico esconde-lhe que é ator num grupo de teatro amador: os "Grandelinhas", dirigidos pelo mestre José Santana (Vasco Santana). Do grupo fazem também parte Gracinha (Graça Maria), apaixonada por Chico, Dona Cândida (Luísa Durão), Lopes (Barroso Lopes), Seixas (Seixas Pereira), o contrarregra Machado (Armando Machado) e o ponto Pinto (Reginaldo Duarte). O grupo decide levar à cena a peça "O Pai Tirano ou o Último dos Almeidas". Enquanto que o Mestre Santana procura ocultar de Gracinha a paixão de Chico por Tatão, este resolve albergar-se na mesma pensão onde mora Tatão, só para ficar mais próximo dela. A pensão é dirigida por Dona Emília (Emília de Oliveira), auxiliada pela criada Laura (Laura Alves) e entre os hóspedes encontram-se o contabilista Prata (Joaquim Prata), a dactilógrafa Amélia (Nelly Esteves) e o refugiado russo Ciriloff (Eliezer Kamenesky). Tatão vai rejeitando os avanços de Chico até ao dia em que ela erroneamente se convence que Chico é o herdeiro rico de uma família aristocrata. Decide então aceitar o pedido de namoro de Chico e pede-lhe para conhecer a sua família. Confrontado com esta situação, Chico resolve pedir ajuda ao Mestre Santana, que decide ensaiar um ato da peça num palacete onde trabalha como governanta a sua prima Teresa (Teresa Gomes), uma alcoólica inveterada. Conseguem enganar Tatão, até ao dia em que Artur descobre que Chico é ator e resolve convidar Tatão e todos os hóspedes da pensão para a estreia da peça. Num tom satírico, pautado por um frenético humor nonsense, ficaram célebres alguns gags como o ensaio da cena da "Torre de Saint-Dennis" ou o punchline de Teresa Gomes "eram dois copinhos de vinho branco". António Lopes Ribeiro pretendeu sobretudo satirizar uma certa pequena burguesia lisboeta e uma conceção de interpretação teatral totalmente anacrónica, pautada pelo tom excessivamente formal e melodramático. O filme foi um êxito de público tanto em Portugal como no Brasil, algo que se explica pelo facto de a maioria do elenco ter sido recrutado entre intérpretes de teatro de revista, o que forneceu dinamismo e vivacidade à ação do filme. João Villaret fez uma breve aparição no papel de pedinte mudo.
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Como referenciar
Porto Editora – O Pai Tirano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-30 11:41:23]. Disponível em
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