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Ortega y Gasset
Escritor espanhol, José Ortega y Gasset nasceu em 1883, em Madrid, e morreu em 1955, na mesma cidade. Formou-se em Direito pela Universidade de Madrid.
É considerado um dos escritores espanhóis que alcançou a mais ampla e variada ressonância em todo o mundo, destacando-se as suas produções La Deshumanización del arte (1925) - onde Ortega y Gasset se revela como um perfeito prosador do desengano e do descontentamento com a vida, traduzindo para a obra a sua mais intensa veia de ensaísta filosófico -, Obras Completas (1932) - uma espécie de compilação de grande parte da produção teórica e filosófica do seu entendimento da vida - e Estudios sobre el amor (1939) - inicialmente publicado em Buenos Aires, é constituído por uma série de ensaios sobre o grande tema do Amor. O seu pensamento central baseia-se na consideração da vida humana entendida como realidade radical, ou seja, apenas possível quando entendida pelos suportes básicos da dualidade, virilidade e feminilidade.
O grande objetivo de Ortega y Gasset era o de ocupar-se do tema do Amor, uma vez que o considerava um pouco "esquecido", "mal tratado" e mal entendido pela humanidade. Desde os seus escritos mais jovens até aos de idade mais madura, Ortega y Gasset conseguiu, nesta obra, cumprir plenamente o seu objetivo de ocupar-se extensa e quase exclusivamente deste magnífico tema.
Considera-se que Ortega y Gasset foi mais escritor que literato: recorreu à literatura apenas como mero instrumento para fazer passar conceitos filosóficos.
Ortega foi, sobretudo, um dos grandes pensadores espanhóis. Em toda a sua obra, sempre recorreu à Metáfora (o seu estilo de linguagem privilegiado) simultaneamente como meio de conhecimento (de si próprio e do mundo que o rodeava) e como meio de comunicação, de passagem desse mesmo conhecimento.
A sua vasta obra, seja ela traduzida em ensaio, artigo, discurso ou livro, tem permanentemente espelhado um profundo dramatismo, descontentamento e uma enorme tensão, fruto do seu entendimento filosófico da vida e das coisas e da própria realidade espanhola da época.
O artigo de jornal constitui o seu género literário preferido. Todos os artigos tinham o seu propósito, o seu argumento, o que fazia com que revelassem sempre uma filosofia de alerta, que nunca perdia de vista a realidade daquela época em Espanha. De facto, em todos eles se via a exaltação de valores universais mas sempre compatíveis com as raízes regionais espanholas.
Ortega y Gasset é um dos escritores que pertencem à chamada "Geração de 1914", tendo mesmo sido um dos seus fundadores. Na realidade, em 1914, no Teatro da Comédia, Ortega y Gasset proferiu o discurso de apresentação oficial da Geração, definindo-a como uma geração sem ambições pessoais, austera, livre de mestres hispânicos (ou seja, sem mentores, modelos), sem concessões aos tópicos do patriotismo, em suma, uma geração que pensa, em primeiro lugar, na voz das minorias. Toda a cultura vital desta Geração apresenta-se com a intenção de se projetar no tema da Espanha como realidade a ser analisada.
O aparecimento desta Geração origina, deste modo, o início de grandes polémicas intelectuais, em que Ortega y Gasset é visto como o grande mentor das elites juvenis.
Em 1915 funda a Revista España - semanario de la vida nacional, órgão anteriormente pertencente à Liga de Educação Política Espanhola.
É curioso o aparecimento desta Revista: Luís Garcia Bilbao (escritor espanhol da mesma época) entregou a Ortega y Gasset uma substancial herança que acabava de receber, para que desse andamento a um órgão semanal de expressão da Liga de Educação Política. Assim, a 29 de janeiro de 1915, saía às bancas o periódico político mais importante da altura. Segundo o próprio Ortega y Gasset, em discurso impresso na primeira página do número de lançamento da Revista, España serviria para dar voz a todos aqueles que - mais jovens ou menos jovens - assistiram desde 1898 ao desenvolvimento da vida espanhola e que apenas recolhiam dela impressões ingratas. Assim, este periódico pretendia dar voz à vida das províncias, aos problemas internos e, sobretudo, à verdadeira vontade nacional.
Em 1917, fundou uma outra Revista, a Revista de Occidente, onde espelha verdadeiramente os traços políticos, sociais e culturais de toda a sua geração. Ainda hoje a revista é dirigida por descendentes seus.
Pelas obras que deixou - mais de trezentos artigos e quase quatrocentos livros - pela influência filosófica, política, literária e crítica que fez passar, Ortega y Gasset é objeto de análise em diversos países, revelando a extrema importância literária e pedagógica que teve e continua a ter até aos dias de hoje.
É considerado um dos escritores espanhóis que alcançou a mais ampla e variada ressonância em todo o mundo, destacando-se as suas produções La Deshumanización del arte (1925) - onde Ortega y Gasset se revela como um perfeito prosador do desengano e do descontentamento com a vida, traduzindo para a obra a sua mais intensa veia de ensaísta filosófico -, Obras Completas (1932) - uma espécie de compilação de grande parte da produção teórica e filosófica do seu entendimento da vida - e Estudios sobre el amor (1939) - inicialmente publicado em Buenos Aires, é constituído por uma série de ensaios sobre o grande tema do Amor. O seu pensamento central baseia-se na consideração da vida humana entendida como realidade radical, ou seja, apenas possível quando entendida pelos suportes básicos da dualidade, virilidade e feminilidade.
O grande objetivo de Ortega y Gasset era o de ocupar-se do tema do Amor, uma vez que o considerava um pouco "esquecido", "mal tratado" e mal entendido pela humanidade. Desde os seus escritos mais jovens até aos de idade mais madura, Ortega y Gasset conseguiu, nesta obra, cumprir plenamente o seu objetivo de ocupar-se extensa e quase exclusivamente deste magnífico tema.
Ortega foi, sobretudo, um dos grandes pensadores espanhóis. Em toda a sua obra, sempre recorreu à Metáfora (o seu estilo de linguagem privilegiado) simultaneamente como meio de conhecimento (de si próprio e do mundo que o rodeava) e como meio de comunicação, de passagem desse mesmo conhecimento.
A sua vasta obra, seja ela traduzida em ensaio, artigo, discurso ou livro, tem permanentemente espelhado um profundo dramatismo, descontentamento e uma enorme tensão, fruto do seu entendimento filosófico da vida e das coisas e da própria realidade espanhola da época.
O artigo de jornal constitui o seu género literário preferido. Todos os artigos tinham o seu propósito, o seu argumento, o que fazia com que revelassem sempre uma filosofia de alerta, que nunca perdia de vista a realidade daquela época em Espanha. De facto, em todos eles se via a exaltação de valores universais mas sempre compatíveis com as raízes regionais espanholas.
Ortega y Gasset é um dos escritores que pertencem à chamada "Geração de 1914", tendo mesmo sido um dos seus fundadores. Na realidade, em 1914, no Teatro da Comédia, Ortega y Gasset proferiu o discurso de apresentação oficial da Geração, definindo-a como uma geração sem ambições pessoais, austera, livre de mestres hispânicos (ou seja, sem mentores, modelos), sem concessões aos tópicos do patriotismo, em suma, uma geração que pensa, em primeiro lugar, na voz das minorias. Toda a cultura vital desta Geração apresenta-se com a intenção de se projetar no tema da Espanha como realidade a ser analisada.
O aparecimento desta Geração origina, deste modo, o início de grandes polémicas intelectuais, em que Ortega y Gasset é visto como o grande mentor das elites juvenis.
Em 1915 funda a Revista España - semanario de la vida nacional, órgão anteriormente pertencente à Liga de Educação Política Espanhola.
É curioso o aparecimento desta Revista: Luís Garcia Bilbao (escritor espanhol da mesma época) entregou a Ortega y Gasset uma substancial herança que acabava de receber, para que desse andamento a um órgão semanal de expressão da Liga de Educação Política. Assim, a 29 de janeiro de 1915, saía às bancas o periódico político mais importante da altura. Segundo o próprio Ortega y Gasset, em discurso impresso na primeira página do número de lançamento da Revista, España serviria para dar voz a todos aqueles que - mais jovens ou menos jovens - assistiram desde 1898 ao desenvolvimento da vida espanhola e que apenas recolhiam dela impressões ingratas. Assim, este periódico pretendia dar voz à vida das províncias, aos problemas internos e, sobretudo, à verdadeira vontade nacional.
Em 1917, fundou uma outra Revista, a Revista de Occidente, onde espelha verdadeiramente os traços políticos, sociais e culturais de toda a sua geração. Ainda hoje a revista é dirigida por descendentes seus.
Pelas obras que deixou - mais de trezentos artigos e quase quatrocentos livros - pela influência filosófica, política, literária e crítica que fez passar, Ortega y Gasset é objeto de análise em diversos países, revelando a extrema importância literária e pedagógica que teve e continua a ter até aos dias de hoje.
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Como referenciar
Porto Editora – Ortega y Gasset na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-22 11:49:23]. Disponível em
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