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Ostpolitik
É conhecido por este nome o projeto de uma nova política externa, iniciada no decorrer dos anos 70 pelo chanceler alemão Willy Brandt, tendo como principal objetivo a melhoria das relações Este-Oeste, nomeadamente entre as duas Alemanhas (RFA e RDA).
Candidato, sem sucesso, a chanceler federal nas eleições gerais de 1961, contra Konrad Adenauer, e derrotado de novo, em 1965, por Ludwig Erhard, Willy Brandt só conseguiu ser eleito para o cargo em setembro de 1969. Formou, então, Governo em coligação com o Partido Liberal Alemão. Embora tivesse tentado imprimir uma nova orientação à política externa quando exercia, em 1966, o cargo de vice-chanceler e de ministro dos Negócios Estrangeiros, foi sobretudo a partir de 1969 que pôde pôr em prática as novas medidas para a política externa.
Não descurando os laços de amizade e cooperação que uniam a Alemanha Federal aos Estados Unidos da América, Brandt empenhou-se em normalizar as relações entre Bona e os países socialistas do Bloco de Leste.
As linhas diretrizes da Ostpolitik foram sintetizadas pelo próprio Brandt num dos seus primeiros discursos como chanceler, em que apontou a tarefa de "[...] salvaguardar a unidade da nação, preocupando-se em pôr fim ao estado de crispação atual que caracteriza as relações entre as duas partes da Alemanha". Ofereceu aos responsáveis políticos da RDA a possibilidade de se efetuarem negociações bilaterais com vista à cooperação.
A estratégia de Brandt conduziu à assinatura de uma série de tratados: com a URSS e a Polónia, em 1970, em que foram oficialmente reconhecidas a linha Oder-Neisse como fronteira germano-polaca e a divisão da Alemanha em dois Estados (foram definidas as respetivas fronteiras mas salvaguardou-se a eventualidade de uma unificação pacífica no futuro); e com a RDA, em 1972, um tratado fundamental, que estabelecia as relações diplomáticas entre as duas Alemanhas.
A Ostpolitik de Brandt foi alvo de críticas violentas por parte dos democratas-cristãos, que se encontravam na oposição. Brandt, no entanto, recebeu o Prémio Nobel da Paz e foi reeleito em 1972. Demitiu-se em maio de 1974, devido a um dos elementos do seu Governo ser acusado de espionagem a favor da RDA, deixando o lugar de chanceler a um outro social-democrata, Helmut Schmidt. Confrontado com uma série de problemas de política interna, Schmidt afastou-se da Ostpolitik.
Em 1982, o democrata-cristão Helmut Kohl sucedeu a Schmidt. Foi ele quem teve oportunidade de efetuar a reunificação da Alemanha, em outubro de 1990. A Ostpolitik dos anos 70 foi o primeiro passo neste sentido. Sem ter conseguido mudar a oposição de fundo existente entre os dois modelos de sociedade, foi, de qualquer forma, essencial para que, duas décadas depois, esse grande projeto político se concretizasse.
Candidato, sem sucesso, a chanceler federal nas eleições gerais de 1961, contra Konrad Adenauer, e derrotado de novo, em 1965, por Ludwig Erhard, Willy Brandt só conseguiu ser eleito para o cargo em setembro de 1969. Formou, então, Governo em coligação com o Partido Liberal Alemão. Embora tivesse tentado imprimir uma nova orientação à política externa quando exercia, em 1966, o cargo de vice-chanceler e de ministro dos Negócios Estrangeiros, foi sobretudo a partir de 1969 que pôde pôr em prática as novas medidas para a política externa.
Não descurando os laços de amizade e cooperação que uniam a Alemanha Federal aos Estados Unidos da América, Brandt empenhou-se em normalizar as relações entre Bona e os países socialistas do Bloco de Leste.
As linhas diretrizes da Ostpolitik foram sintetizadas pelo próprio Brandt num dos seus primeiros discursos como chanceler, em que apontou a tarefa de "[...] salvaguardar a unidade da nação, preocupando-se em pôr fim ao estado de crispação atual que caracteriza as relações entre as duas partes da Alemanha". Ofereceu aos responsáveis políticos da RDA a possibilidade de se efetuarem negociações bilaterais com vista à cooperação.
A estratégia de Brandt conduziu à assinatura de uma série de tratados: com a URSS e a Polónia, em 1970, em que foram oficialmente reconhecidas a linha Oder-Neisse como fronteira germano-polaca e a divisão da Alemanha em dois Estados (foram definidas as respetivas fronteiras mas salvaguardou-se a eventualidade de uma unificação pacífica no futuro); e com a RDA, em 1972, um tratado fundamental, que estabelecia as relações diplomáticas entre as duas Alemanhas.
A Ostpolitik de Brandt foi alvo de críticas violentas por parte dos democratas-cristãos, que se encontravam na oposição. Brandt, no entanto, recebeu o Prémio Nobel da Paz e foi reeleito em 1972. Demitiu-se em maio de 1974, devido a um dos elementos do seu Governo ser acusado de espionagem a favor da RDA, deixando o lugar de chanceler a um outro social-democrata, Helmut Schmidt. Confrontado com uma série de problemas de política interna, Schmidt afastou-se da Ostpolitik.
Em 1982, o democrata-cristão Helmut Kohl sucedeu a Schmidt. Foi ele quem teve oportunidade de efetuar a reunificação da Alemanha, em outubro de 1990. A Ostpolitik dos anos 70 foi o primeiro passo neste sentido. Sem ter conseguido mudar a oposição de fundo existente entre os dois modelos de sociedade, foi, de qualquer forma, essencial para que, duas décadas depois, esse grande projeto político se concretizasse.
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Como referenciar
Porto Editora – Ostpolitik na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-22 19:31:58]. Disponível em
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