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Pedro, o Louco
Filme de culto franco-italiano realizado por Jean-Luc Godard em 1965, Pierrot le Fou foi interpretado por Jean-Paul Belmondo, Anna Karina, Dirk Sanders, Raymond Devos e Graziella Galvani, entre outros. O argumento foi escrito por Godard, adaptando a obra Obsession, de Lionel White.
Tal como é hábito na obra de Godard, a história não é muito linear nem usa os códigos narrativos habituais, antes assenta num experimentalismo que questiona sempre a história do cinema e a evolução da sua linguagem. Mistura diversos géneros como o thriller, a comédia e o drama romântico.
Ferdinand (Jean-Paul Belmondo), a quem Marianne chama Pierrot (Pedro), é casado com uma mulher (Graziella Galvani) que deixa para ir viver com a antiga namorada, Marianne (Anna Karina), que aparentemente matou um homem. Os dois fogem num carro roubado e envolvem-se numa trama misteriosa que também abrange Fred (Dirk Sanders), irmão de Marianne.
Mas mais importante do que os acontecimentos em si são o tom e as texturas daquilo que é dado a ver. Existem números musicais, inúmeras referências pictóricas e cinematográficas, assim como citações literárias. É particularmente relevante o trabalho de fotografia no filme - da autoria de Raoul Coutard - que assenta em cores primárias e que reinventa caminhos num incessante experimentalismo.
A fórmula do casal em fuga é muito conveniente, pois a partir desse pressuposto tudo pode literalmente acontecer. É o cenário ideal para as dissertações sobre os géneros de Hollywood e todas as convenções cinematográficas. Entre as muitas sequências antológicas do filme, há uma que envolve o famoso realizador norte-americano Samuel Fuller (que se interpreta a si próprio - uma imagem de marca de Godard é ter, nos seus filmes, conhecidos realizadores a interpretarem-se a si próprios). Essa cena passa-se numa festa para pessoas ligadas à publicidade, onde todos falam como se estivessem num anúncio, exceto o rebelde Fuller que anuncia estar em Paris para fazer um filme de ação. A sua presença e diálogo parece muito mais real do que as das outras pessoas à sua volta, demasiado artificiais. Para sublinhar essa dimensão, o realizador é filmado com cores vivas enquanto os outros surgem esbatidos.
Este é apenas um exemplo do tipo de cinema que Pedro, o Louco é: muito difícil de definir, mas um prazer de experimentar.
Venceu o Prémio da Crítica do Festival de Cinema de Veneza.
Tal como é hábito na obra de Godard, a história não é muito linear nem usa os códigos narrativos habituais, antes assenta num experimentalismo que questiona sempre a história do cinema e a evolução da sua linguagem. Mistura diversos géneros como o thriller, a comédia e o drama romântico.
Ferdinand (Jean-Paul Belmondo), a quem Marianne chama Pierrot (Pedro), é casado com uma mulher (Graziella Galvani) que deixa para ir viver com a antiga namorada, Marianne (Anna Karina), que aparentemente matou um homem. Os dois fogem num carro roubado e envolvem-se numa trama misteriosa que também abrange Fred (Dirk Sanders), irmão de Marianne.
Mas mais importante do que os acontecimentos em si são o tom e as texturas daquilo que é dado a ver. Existem números musicais, inúmeras referências pictóricas e cinematográficas, assim como citações literárias. É particularmente relevante o trabalho de fotografia no filme - da autoria de Raoul Coutard - que assenta em cores primárias e que reinventa caminhos num incessante experimentalismo.
A fórmula do casal em fuga é muito conveniente, pois a partir desse pressuposto tudo pode literalmente acontecer. É o cenário ideal para as dissertações sobre os géneros de Hollywood e todas as convenções cinematográficas. Entre as muitas sequências antológicas do filme, há uma que envolve o famoso realizador norte-americano Samuel Fuller (que se interpreta a si próprio - uma imagem de marca de Godard é ter, nos seus filmes, conhecidos realizadores a interpretarem-se a si próprios). Essa cena passa-se numa festa para pessoas ligadas à publicidade, onde todos falam como se estivessem num anúncio, exceto o rebelde Fuller que anuncia estar em Paris para fazer um filme de ação. A sua presença e diálogo parece muito mais real do que as das outras pessoas à sua volta, demasiado artificiais. Para sublinhar essa dimensão, o realizador é filmado com cores vivas enquanto os outros surgem esbatidos.
Este é apenas um exemplo do tipo de cinema que Pedro, o Louco é: muito difícil de definir, mas um prazer de experimentar.
Venceu o Prémio da Crítica do Festival de Cinema de Veneza.
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Como referenciar
Porto Editora – Pedro, o Louco na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-23 10:51:06]. Disponível em
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