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Pescadores da Nazaré
Mais do que qualquer outra vila piscatória de Portugal, a Nazaré tem alimentado a mitologia do homem do mar, o herói que enfrenta grandes perigos para retirar o sustento do seu dia a dia. Apesar de esta ideia se encontrar muito generalizada, a tradição piscatória da Nazaré não é muito antiga e remonta apenas, tanto quanto se sabe, a 1643, alcançando a vila apenas uma dimensão notável no século XVIII. Mas é no final do século XIX que se estabelece definitivamente a fama e o mito dos pescadores da Nazaré, narrados por muitos escritores, como Raul Brandão, e imortalizados no cinema por Leitão de Barros no filme Maria Mar, da década de 40, uma obra típica da cinematografia do Estado Novo.
A dura batalha diária travada entre os pescadores e o mar, com a coragem suicida de um amanhã marcado pela tragédia de ontem. As mulheres que descalças esperam os seus homens e os seus filhos na praia, enquanto desfiam lágrimas amargas por aqueles que perderam ou no temor antecipado de quando chegará a sua hora de sofrer. Ao alívio da chegada dos barcos sucede-se o descarregar do peixe e dos utensílios da faina. Os homens remendam as redes que os prendem àquela vida enquanto as mulheres vão vender o peixe.
Ao imaginário do passado pertencem os barcos típicos - a neta, o candil, a xavasca, o batelinho e a lanchinha - que descansam ao sol, na areia, e o vestuário característico dos homens com as suas camisas de quadrados de várias cores, calções dobrados pelos joelhos, também aos quadrados, um barrete de lã na cabeça tombado sobre o ombro, a lembrar um pouco o dos campinos, e os pés normalmente descalços. As mulheres levavam também roupas coloridas quando o luto ainda não lhes tinha enegrecido a indumentária e a vida. Estas imagens permanecem hoje apenas no folclore local e a arte da pesca foi substituída pelo turismo, que se tornou na principal fonte de rendimento local.
A dura batalha diária travada entre os pescadores e o mar, com a coragem suicida de um amanhã marcado pela tragédia de ontem. As mulheres que descalças esperam os seus homens e os seus filhos na praia, enquanto desfiam lágrimas amargas por aqueles que perderam ou no temor antecipado de quando chegará a sua hora de sofrer. Ao alívio da chegada dos barcos sucede-se o descarregar do peixe e dos utensílios da faina. Os homens remendam as redes que os prendem àquela vida enquanto as mulheres vão vender o peixe.
Ao imaginário do passado pertencem os barcos típicos - a neta, o candil, a xavasca, o batelinho e a lanchinha - que descansam ao sol, na areia, e o vestuário característico dos homens com as suas camisas de quadrados de várias cores, calções dobrados pelos joelhos, também aos quadrados, um barrete de lã na cabeça tombado sobre o ombro, a lembrar um pouco o dos campinos, e os pés normalmente descalços. As mulheres levavam também roupas coloridas quando o luto ainda não lhes tinha enegrecido a indumentária e a vida. Estas imagens permanecem hoje apenas no folclore local e a arte da pesca foi substituída pelo turismo, que se tornou na principal fonte de rendimento local.
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Como referenciar
Porto Editora – Pescadores da Nazaré na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-21 14:31:37]. Disponível em
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