prosopopeia (retória)
Figura de retórica, também conhecida por personificação e próxima do animismo (esta figura consiste em atribuir qualidades humanas a seres inanimados, de onde se excluem os animais), que consiste na atribuição de propriedades, atitudes ou vozes humanas a animais, a seres inanimados, ou entidades abstratas. As fábulas e os contos maravilhosos são géneros literários onde abundam as prosopopeias:
"Aquelas palavras não eram ditas, rompera o pai raposo a maldizer do bicho-homem e da danada invenção das armas de fogo. E depois de muito praguejar e de muito chorar a má estrela, foi levado, como estava em seus hábitos de velho impostor, a fazer grande alarde da ligeireza e coragem que possuíra nos bons tempos, quando estafava um galgo na carreira."
(Aquilino Ribeiro, (1924), 1996. O Romance da Raposa, Bertrand Ed.: Venda Nova)
A prosopopeia é mais um recurso presente na épica de Camões:
"Que tenham longos tempos o governo
Do mar que vê do Sol a roxa entrada" (personificação do mar do Oriente)
(Camões, Os Lusíadas, I, 28)
"Não acabava, quando hua figura
Se nos mostrava no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos." (personificação do Cabo das Tormentas)
(Camões, Os Lusíadas, V, 39)
"Aquelas palavras não eram ditas, rompera o pai raposo a maldizer do bicho-homem e da danada invenção das armas de fogo. E depois de muito praguejar e de muito chorar a má estrela, foi levado, como estava em seus hábitos de velho impostor, a fazer grande alarde da ligeireza e coragem que possuíra nos bons tempos, quando estafava um galgo na carreira."
(Aquilino Ribeiro, (1924), 1996. O Romance da Raposa, Bertrand Ed.: Venda Nova)
A prosopopeia é mais um recurso presente na épica de Camões:
"Que tenham longos tempos o governo
Do mar que vê do Sol a roxa entrada" (personificação do mar do Oriente)
(Camões, Os Lusíadas, I, 28)
"Não acabava, quando hua figura
Se nos mostrava no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos." (personificação do Cabo das Tormentas)
(Camões, Os Lusíadas, V, 39)
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – prosopopeia (retória) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-08 23:49:24]. Disponível em
Artigos
-
Os LusíadasIntrodução Célebre poema épico de Luís de Camões, publicado em 1572, que, narrando a descoberta do c...
-
CamõesPoema lírico-narrativo, datado do primeiro exílio de Garrett, considerado a primeira obra romântica ...
-
Aquilino RibeiroFiccionista, autor dramático, cronista e ensaísta português, nasceu em Sernancelhe, na Beira Alta, a...
-
ginetaAntigamente, o termo gineta referia-se a uma insígnia de autoridade dos militares, especificamente d...
-
glosaComposição poética de origem peninsular, constituída por uma estrofe inicial, onde é apresentado o t...
-
GongorismoCorrente poética que imitava o espanhol Luís de Gongora e que existiu nos séculos XVII e XVIII. A su...
-
romance góticoGénero de romance, cultivado mais significativamente em Inglaterra e nos Estados Unidos da América, ...
-
GóticoTermo que caracteriza a literatura narrativa que surge em meados do século XVIII, cuja ação decorre ...
-
GóticoIntrodução Desvalorizado enquanto criação artística pelos humanistas da Renascença, defensores dum c...
-
GouvarinhosOs Gouvarinhos faziam parte da sociedade de elite em Os Maias. O conde de Gouvarinho era um político...
Partilhar
Como referenciar 
Porto Editora – prosopopeia (retória) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-08 23:49:24]. Disponível em