Reserva Natural da Berlenga
A algumas milhas da costa portuguesa, a Noroeste de Peniche e do Cabo Carvoeiro, afloram no mar alguns maciços graníticos batizados com os nomes: Cerro da Velha, Estela, Meda do Norte, Pedra de Todo-o-Peixe, Grilhão, Farilhão Grande e Farilhão dos Olhos, Rabo de Asno, Forcada do Norte e Forcada do Sul, alguns dos ilhéus que rodeiam a grande rocha que é a Berlenga.
Pelas suas dimensões, estrutura e constituição a Berlenga é, de entre todos os ilhéus, aquele que oferece maior diversidade. Esta é constituída por um bloco granítico de contorno recortado, perfurado por inúmeras grutas e túneis, tombando por vezes a pique sobre o mar, como é o caso da encosta Nordeste, e rodeado por inúmeros recifes.
Os carreiros do Mosteiro e dos Cações infiltram-se pela ilha, estrangulando-a e subdividindo-a em duas ilhas - daí a designação de ilha Velha, dada à metade Leste, e de ilha Berlenga, à metade Oeste. É na primeira, virada a Sul, que se desembarca através da única abertura existente no cinturão de falésias que envolve a ilha e a torna inacessível a partir de outros quadrantes.
Na ilha vegetam mais de 80 espécies, algumas das quais são endémicas.
Nos anos 40 foi introduzida na ilha uma espécie exótica: o chorão, espécie infestante, cujo posterior alastramento acabou por pôr em perigo a vegetação indígena, estando atualmente a sua expansão já controlada.
Nidificam na ilha diversas espécies de aves marinhas, de entre as quais a gaivota-argêntea, a mais frequente e de mais ampla distribuição das gaivotas europeias que é, sem dúvida, a espécie dominante, formando na Berlenga o maior núcleo populacional da costa portuguesa.
Para além da gaivota, a ilha dá abrigo à pardela-de bico-amarelo ou cagarra, no seu limite Norte da área atlântica de criação, e ao corvo-marinho-de crista ou galheta, que aqui possui o seu único local de nidificação na Península Ibérica. Reproduzem-se também nesta ilha a gaivota-de-asa-escura, o peneireiro-vulgar, o falcão-peregrino, bem como a andorinha-dos-beirais e a gaivota-tridáctila. O valor ornitológico desta Reserva Natural é ainda reforçado pelo facto de a Berlenga e um ou outro dos ilhéus que lhe ficam próximos servirem de ponto de escala para um número muito apreciável de espécies migradoras nas suas rotas transcontinentais.
Os únicos mamíferos representados na Berlenga são o coelho e a ratazana-preta, ambos introduzidos pelo homem. O primeiro é um animal estritamente herbívoro, vivendo em colónias muito densas, alimentando-se de cascas, ervas, raízes e todo o material vegetal disponível, ocupando zonas de solo arenoso.
A ratazana distribui-se por toda a ilha. Sendo um animal omnívoro, alimenta-se de vegetais, outros animais e detritos humanos, facto que a faz concentrar-se junto ao farol e ao bairro de pescadores, locais onde os resíduos proporcionam maior disponibilidade alimentar.
A fauna herpetológica - os répteis - está representada por duas populações: o sardão e a lagartixa. O primeiro existe apenas na Península Ibérica e no Sul de França, enquanto a segunda é uma espécie exclusivamente ibérica, bem adaptada às condições de insularidade, como, aliás, o atestam os milhares de indivíduos presentes na Berlenga. Isoladas do continente, as populações de répteis da Berlenga apresentam características morfológicas, ecológicas e de comportamento únicas, o que lhes confere um elevado valor científico e as tornam um elemento valorizador do património natural da ilha.
As sua águas albergam, a par dos mais diversos peixes - robalos, taínhas, sargos, pargos, douradas -, todo um conjunto de animais e plantas - mexilhões, lapas, ouriços, as mais diversas algas -, que se concentram numa estreita faixa do litoral que não excede alguns metros.
O mar que circunda as ilhas tem águas excecionalmente claras, é local privilegiado de desova para muitas espécies da fauna ictiológica (é aqui, por exemplo, que o cação faz as suas posturas) e é de uma grande riqueza quanto à variedade de peixes presentes, razões mais do que suficientes para se ter criado a única reserva marinha oceânica existente em Portugal. Em 1988 foi classificada pelo Conselho da Europa como Reserva Biogética.
Por fim, resta salientar que a Berlenga é também conhecida pelo forte de S.João Batista, construído em 1502 por ordem de D. Manuel I, para defesa contra os piratas barbarescos e normandos, e ainda pelo seu farol construído em 1839-1840.
Pelas suas dimensões, estrutura e constituição a Berlenga é, de entre todos os ilhéus, aquele que oferece maior diversidade. Esta é constituída por um bloco granítico de contorno recortado, perfurado por inúmeras grutas e túneis, tombando por vezes a pique sobre o mar, como é o caso da encosta Nordeste, e rodeado por inúmeros recifes.
Os carreiros do Mosteiro e dos Cações infiltram-se pela ilha, estrangulando-a e subdividindo-a em duas ilhas - daí a designação de ilha Velha, dada à metade Leste, e de ilha Berlenga, à metade Oeste. É na primeira, virada a Sul, que se desembarca através da única abertura existente no cinturão de falésias que envolve a ilha e a torna inacessível a partir de outros quadrantes.
Nos anos 40 foi introduzida na ilha uma espécie exótica: o chorão, espécie infestante, cujo posterior alastramento acabou por pôr em perigo a vegetação indígena, estando atualmente a sua expansão já controlada.
Nidificam na ilha diversas espécies de aves marinhas, de entre as quais a gaivota-argêntea, a mais frequente e de mais ampla distribuição das gaivotas europeias que é, sem dúvida, a espécie dominante, formando na Berlenga o maior núcleo populacional da costa portuguesa.
Para além da gaivota, a ilha dá abrigo à pardela-de bico-amarelo ou cagarra, no seu limite Norte da área atlântica de criação, e ao corvo-marinho-de crista ou galheta, que aqui possui o seu único local de nidificação na Península Ibérica. Reproduzem-se também nesta ilha a gaivota-de-asa-escura, o peneireiro-vulgar, o falcão-peregrino, bem como a andorinha-dos-beirais e a gaivota-tridáctila. O valor ornitológico desta Reserva Natural é ainda reforçado pelo facto de a Berlenga e um ou outro dos ilhéus que lhe ficam próximos servirem de ponto de escala para um número muito apreciável de espécies migradoras nas suas rotas transcontinentais.
Os únicos mamíferos representados na Berlenga são o coelho e a ratazana-preta, ambos introduzidos pelo homem. O primeiro é um animal estritamente herbívoro, vivendo em colónias muito densas, alimentando-se de cascas, ervas, raízes e todo o material vegetal disponível, ocupando zonas de solo arenoso.
A ratazana distribui-se por toda a ilha. Sendo um animal omnívoro, alimenta-se de vegetais, outros animais e detritos humanos, facto que a faz concentrar-se junto ao farol e ao bairro de pescadores, locais onde os resíduos proporcionam maior disponibilidade alimentar.
A fauna herpetológica - os répteis - está representada por duas populações: o sardão e a lagartixa. O primeiro existe apenas na Península Ibérica e no Sul de França, enquanto a segunda é uma espécie exclusivamente ibérica, bem adaptada às condições de insularidade, como, aliás, o atestam os milhares de indivíduos presentes na Berlenga. Isoladas do continente, as populações de répteis da Berlenga apresentam características morfológicas, ecológicas e de comportamento únicas, o que lhes confere um elevado valor científico e as tornam um elemento valorizador do património natural da ilha.
As sua águas albergam, a par dos mais diversos peixes - robalos, taínhas, sargos, pargos, douradas -, todo um conjunto de animais e plantas - mexilhões, lapas, ouriços, as mais diversas algas -, que se concentram numa estreita faixa do litoral que não excede alguns metros.
O mar que circunda as ilhas tem águas excecionalmente claras, é local privilegiado de desova para muitas espécies da fauna ictiológica (é aqui, por exemplo, que o cação faz as suas posturas) e é de uma grande riqueza quanto à variedade de peixes presentes, razões mais do que suficientes para se ter criado a única reserva marinha oceânica existente em Portugal. Em 1988 foi classificada pelo Conselho da Europa como Reserva Biogética.
Por fim, resta salientar que a Berlenga é também conhecida pelo forte de S.João Batista, construído em 1502 por ordem de D. Manuel I, para defesa contra os piratas barbarescos e normandos, e ainda pelo seu farol construído em 1839-1840.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Reserva Natural da Berlenga na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-11-29 21:05:59]. Disponível em
Artigos
-
Conselho da EuropaOrganização europeia constituída por representantes de 46 estados do continente europeu. São países ...
-
FrançaGeografia País da Europa Ocidental, a França é banhada pelo canal da Mancha a norte, pelo golfo da B...
-
Península IbéricaPenínsula que se situa na parte mais ocidental da Europa e compreende dois países: Espanha e Portuga...
-
Parque Nacional da Peneda-GerêsCriado em 1971 segundo o Decreto-Lei n.º 187/71, de 8 de maio, o Parque Nacional da Peneda-Gerês abr...
-
Parque Natural da Serra da EstrelaO Parque Natural da Serra da Estrela foi criado a 16 de julho de 1976, segundo o Decreto-Lei n.º 557...
-
Parque Natural da Serra de S. MamedeO Parque Natural da Serra de S. Mamede foi criado a 14 de abril de 1989, segundo o Decreto-Lei n.º 1...
-
Reserva Natural da Serra da MalcataA Reserva Natural da Serra da Malcata ocupa uma área de cerca de 22 000 hectares, parte no concelho ...
-
Parque Natural da Ria FormosaO Parque Natural da Ria Formosa foi criado a 2 de maio de 1978, segundo o Decreto-Lei n.º 45/78, ocu...
-
Reserva Natural das Dunas de S. JacintoCriada a 6 de março de 1979, segundo o Decreto-Lei n.º 41/79, a Reserva Natural das Dunas de S. Jaci...
-
Parque Natural de MontesinhoO Parque Natural de Montesinho foi criado a 30 de agosto de 1979, segundo o Decreto-Lei n.º 355/79, ...
Partilhar
Como referenciar 
Porto Editora – Reserva Natural da Berlenga na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-11-29 21:05:59]. Disponível em