Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto
Criada a 6 de março de 1979, segundo o Decreto-Lei n.º 41/79, a Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto ocupa uma área de 666 hectares. As suas dunas são sistemas formados por pequenas elevações de areia que constituem uma barreira natural entre o mar e terra, impedindo assim o avanço da água sobre o continente. Situada entre o Atlântico e a ria de Aveiro, a reserva inclui uma área de dunas litorais em bom estado de conservação. O cordão litoral, que se estende de norte para sul, culmina na povoação de S. Jacinto, ajudando a fechar a ria.
Na Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto encontra-se a mata de S. Jacinto, criada em 1888 pelos Serviços Florestais, e que, apesar das dificuldades iniciais surgidas aquando das primeiras sementeiras de penisco, acabou por fixar as areias, possibilitou o aproveitamento agrícola de alguns terrenos e ajudou a fixar as dunas, que ainda hoje defendem a restinga das arremetidas do mar. Diante do oceano, e acompanhando a praia, estende-se um importante cordão dunar litoral, as dunas de S. Jacinto, afinal a razão da existência da própria reserva natural.
Da praia de S. Jacinto em direção à ria, encontram-se situações diversas no respeitante à vegetação. A praia apresenta-se como uma extensão quase deserta de plantas, que apenas fazem a sua aparição nas zonas menos expostas à água salobra. Mas é na duna primária que se torna bem visível a vegetação própria das areias litorais, aí se encontrando as mais variadas espécies de uma flora particular, de entre as quais se podem citar o estorno, o cordeiro-da-praia, a soldanela e o cardo-marítimo, o narciso-das-areias, a eruca-marítima e a madorneira. No caso de S. Jacinto, o coroamento da duna primária é, porém, dominado por espécies introduzidas pelo homem, caso da acácia e do chorão, que atualmente exigem uma atenção cuidada. De facto, se a acácia, por exemplo, cumpriu o objetivo para o qual foi plantada - estabilizar e consolidar as dunas -, por outro lado, e por se tratar de uma infestante, impediu a diversificação da flora nativa e, em consequência, do número de espécies animais à mesma associados, criando um povoamento homogéneo paisagisticamente monótono.
Ainda mais para o interior e após atravessar a zona interdunar - depressão entre as dunas primária e secundária dominada pela camarinheira e onde já surge o pinheiro bravo, que, por demasiado exposto à humidade, ao vento e à salsugem, fica prostrado e denota um reduzido crescimento -, chegaremos então à duna secundária. Esta última, cuja zona posterior se estende até à ria de Aveiro, é essencialmente ocupada por pinheiro bravo, ocorrendo também a acácia e o samouco, um ou outro pinheiro manso, e sendo visíveis nas baixas propensas à acumulação de águas alguns núcleos mistos de salgueiro-anão, de amieiro e de choupo-negro. No charco maior de S. Jacinto, vulgarmente designado por pateira, dado o número de anatídeos que o frequentam, observa-se uma vegetação típica das zonas húmidas, em que se destacam a tábua-larga, o caniço e o junco, bem como o salgueiro-anão.
No que diz respeito à fauna, destacam-se as aves. A galinha-d'água e o mergulhão-pequeno são uma presença constante nessas águas paradas, que periodicamente ou de forma ocasional registam a presença de patos-reais, marrequinhas, piadeiras, frisadas, negrinhas, arrábios e patos-trombeteiros. Por outro lado, as garças - a garça-branca, a garça-boieira, a garça-vermelha, a garça-pequena e a garça-real - são já visitantes frequentes de S. Jacinto, algumas permanecendo durante períodos de tempo relativamente longos. A águia-de-asa-redonda e o açor pairam sobre a Reserva Natural aguardando o momento de capturarem as suas presas, a coruja-do-mato também está presente juntamente com as raposas e ginetas, répteis como a lagartixa ou a cobra-d'água, e anfíbios como o sapo-de-unha-negra ou o pleurodelo.
Diante da zona dunar e já nas águas agitadas do oceano podem-se observar, consoante as épocas do ano, diversas aves marinhas. O pato-negro, um excelente mergulhador que se alimenta sobretudo de peixes e moluscos, frequenta o litoral durante o inverno, concentrando-se preferencialmente na zona de Aveiro. Há ainda gaivotas, guinchos e corvos-marinhos, algumas das espécies mais diretamente associadas ao mar, enquanto pilritos, borrelhos-de-coleira-interrompida e ostraceiros se passeiam na praia à borda de água.
Já no interior da mata destacam-se os chapins - chapim-real, chapim-carvoeiro e chapim-de-poupa.
Finalmente, e nos charcos artificiais abertos no interior da mata a partir de 1984, é possível contactar com outras espécies da avifauna, atraídas por um plano de água abrigado cuja implantação visava proporcionar um refúgio aos patos da ria de Aveiro e um incentivo ao retorno das garças que em S. Jacinto já tiveram o seu ponto de nidificação mais setentrional em território português, existindo, ainda no final dos anos 70, uma colónia da garças-brancas e garças-boieiras.
A Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto representa fundamentalmente um dos sistemas dunares mais bem conservados do nosso litoral.
Na Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto encontra-se a mata de S. Jacinto, criada em 1888 pelos Serviços Florestais, e que, apesar das dificuldades iniciais surgidas aquando das primeiras sementeiras de penisco, acabou por fixar as areias, possibilitou o aproveitamento agrícola de alguns terrenos e ajudou a fixar as dunas, que ainda hoje defendem a restinga das arremetidas do mar. Diante do oceano, e acompanhando a praia, estende-se um importante cordão dunar litoral, as dunas de S. Jacinto, afinal a razão da existência da própria reserva natural.
Da praia de S. Jacinto em direção à ria, encontram-se situações diversas no respeitante à vegetação. A praia apresenta-se como uma extensão quase deserta de plantas, que apenas fazem a sua aparição nas zonas menos expostas à água salobra. Mas é na duna primária que se torna bem visível a vegetação própria das areias litorais, aí se encontrando as mais variadas espécies de uma flora particular, de entre as quais se podem citar o estorno, o cordeiro-da-praia, a soldanela e o cardo-marítimo, o narciso-das-areias, a eruca-marítima e a madorneira. No caso de S. Jacinto, o coroamento da duna primária é, porém, dominado por espécies introduzidas pelo homem, caso da acácia e do chorão, que atualmente exigem uma atenção cuidada. De facto, se a acácia, por exemplo, cumpriu o objetivo para o qual foi plantada - estabilizar e consolidar as dunas -, por outro lado, e por se tratar de uma infestante, impediu a diversificação da flora nativa e, em consequência, do número de espécies animais à mesma associados, criando um povoamento homogéneo paisagisticamente monótono.
No que diz respeito à fauna, destacam-se as aves. A galinha-d'água e o mergulhão-pequeno são uma presença constante nessas águas paradas, que periodicamente ou de forma ocasional registam a presença de patos-reais, marrequinhas, piadeiras, frisadas, negrinhas, arrábios e patos-trombeteiros. Por outro lado, as garças - a garça-branca, a garça-boieira, a garça-vermelha, a garça-pequena e a garça-real - são já visitantes frequentes de S. Jacinto, algumas permanecendo durante períodos de tempo relativamente longos. A águia-de-asa-redonda e o açor pairam sobre a Reserva Natural aguardando o momento de capturarem as suas presas, a coruja-do-mato também está presente juntamente com as raposas e ginetas, répteis como a lagartixa ou a cobra-d'água, e anfíbios como o sapo-de-unha-negra ou o pleurodelo.
Diante da zona dunar e já nas águas agitadas do oceano podem-se observar, consoante as épocas do ano, diversas aves marinhas. O pato-negro, um excelente mergulhador que se alimenta sobretudo de peixes e moluscos, frequenta o litoral durante o inverno, concentrando-se preferencialmente na zona de Aveiro. Há ainda gaivotas, guinchos e corvos-marinhos, algumas das espécies mais diretamente associadas ao mar, enquanto pilritos, borrelhos-de-coleira-interrompida e ostraceiros se passeiam na praia à borda de água.
Já no interior da mata destacam-se os chapins - chapim-real, chapim-carvoeiro e chapim-de-poupa.
Finalmente, e nos charcos artificiais abertos no interior da mata a partir de 1984, é possível contactar com outras espécies da avifauna, atraídas por um plano de água abrigado cuja implantação visava proporcionar um refúgio aos patos da ria de Aveiro e um incentivo ao retorno das garças que em S. Jacinto já tiveram o seu ponto de nidificação mais setentrional em território português, existindo, ainda no final dos anos 70, uma colónia da garças-brancas e garças-boieiras.
A Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto representa fundamentalmente um dos sistemas dunares mais bem conservados do nosso litoral.
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Como referenciar
Porto Editora – Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-22 08:38:26]. Disponível em
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