< voltar
1 min
Retrato (Alexandre O'Neill)
Com ascendência irlandesa (da avó paterna), o poeta Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões (1924-1986) nasceu e morreu em Lisboa. Frequentemente satírico em relação a Portugal e aos portugueses, não deixou de se incluir na própria sátira.
O soneto Retrato oferece-nos o seu autorretrato, a imagem que tem de si próprio como típico homem português: moreno, de cabelo negro, de "olho triste".
Lembrando uma certa angústia, que se reflete no rosto, onde sobressai o nariz e uma cicatriz, O'Neill retrata, também, o lado moral com "os seus quês", onde sobressai a vida de amores e desamores (desde a atração por Bertilde, aos 11 anos, que lhe ia custar uma expulsão do colégio, ao amor dorido por Nora Mitrani, a quem dedica "Um Adeus Português", ou dos casamentos com a Noémia Delgado e com Teresa Gouveia à paixão por Laurinda Bom). Ao lado do sofrimento "de ternura", onde se incluem os seus amores e os seus amigos, reconhece que "bebe de mais", o que pode ter acelerado a doença cardíaca de que morre.
No soneto, como afirma no final, ri-se de si e da própria vida, muitas vezes triste e angustiada, mas sempre aventurosa "ou não fosse ele O'Neill!" (o poeta e publicitário contava que, de acordo com a lenda, ao longo de um milénio, nenhum O'Neill morreu de morte natural).
O soneto Retrato oferece-nos o seu autorretrato, a imagem que tem de si próprio como típico homem português: moreno, de cabelo negro, de "olho triste".
Lembrando uma certa angústia, que se reflete no rosto, onde sobressai o nariz e uma cicatriz, O'Neill retrata, também, o lado moral com "os seus quês", onde sobressai a vida de amores e desamores (desde a atração por Bertilde, aos 11 anos, que lhe ia custar uma expulsão do colégio, ao amor dorido por Nora Mitrani, a quem dedica "Um Adeus Português", ou dos casamentos com a Noémia Delgado e com Teresa Gouveia à paixão por Laurinda Bom). Ao lado do sofrimento "de ternura", onde se incluem os seus amores e os seus amigos, reconhece que "bebe de mais", o que pode ter acelerado a doença cardíaca de que morre.
No soneto, como afirma no final, ri-se de si e da própria vida, muitas vezes triste e angustiada, mas sempre aventurosa "ou não fosse ele O'Neill!" (o poeta e publicitário contava que, de acordo com a lenda, ao longo de um milénio, nenhum O'Neill morreu de morte natural).
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – Retrato (Alexandre O'Neill) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-05-18 13:30:30]. Disponível em
Artigos
-
TeresaAmada de Simão na novela Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, uma "menina de 15 an
-
Um Adeus PortuguêsFilme realizado por João Botelho em 1985, e que contou com a participação de Rui Furtado, Isabel de ...
-
LisboaAspetos geográficos Cidade, capital de Portugal, sede de distrito e de concelho. Localiza-se na Regi...
-
Écloga de CrisfalÉcloga editada primeiro anonimamente e posteriormente reeditada em 1554 em conjunto com as obras de ...
-
Lampadário de CristalO poema Lampadário de Cristal foi escrito por Frei Jerónimo Baía, poeta barroco, nascido em 1620 e f...
ver+