Robert Desnos
Poeta e homem de letras francês, Robert Desnos nasceu a 4 de julho de 1900 na cidade de Paris. Oriundo de uma família da pequena burguesia, era filho do dono de um café. Após ter concluído o ensino preparatório, ingressou numa escola comercial, que acabou eventualmente por abandonar aos dezasseis anos de idade. Aluno medíocre, Robert Desnos encontrou na leitura a melhor distração dos estudos que nunca o haviam cativado.
Assim sendo, e por iniciativa paterna, começou a trabalhar numa drogaria parisiense de renome. Aproveitando os seus tempos livres para compor poemas, passou a publicá-los a partir de 1918 numa revista juvenil de tendências socialistas, a Tribune des Jeunes. Relacionando-se com os meios literários da cidade, foi aceite no ano seguinte como gerente de uma editora e secretário particular do seu proprietário, Jean de Bonnefon. Prosseguindo, não obstante, o seu esforço literário, passou a colaborar com alguns dos seus poemas para a Trait d'Union, publicação vanguardista através da qual chegou a conhecer André Breton, na época ainda comprometido com o Dadaísmo.
O progresso de Desnos sofreu uma interrupção em 1920, altura em que foi chamado a cumprir o serviço militar. Destacado primeiramente para o Quartel de Chaumont e depois enviado para Marrocos, retomou a vida civil apenas no ano seguinte.
Em 1922 publicou o seu primeiro livro, uma compilação de aforismos surrealistas intitulada Rrose Selavy, e que colocou Robert Desnos entre os mais proeminentes poetas do movimento surrealista, chegando também a ser considerado como o mais exímio executante da chamada técnica da escrita automática. Foi, para além disso, altamente elogiado no Manifesto do Surrealismo da autoria de André Breton.
Encorajado pelo sucesso, publicou Language Cuit em 1923 e Deuil par Deuil em 1924, ano em que também assumiu os cargos de redator da revista La Révolution Surréaliste e de tesoureiro da importante publicação Paris Soir, onde veio a exercer eventualmente as funções de jornalista. Depois do aparecimento de Journal d'une Apparition (1927), e de sobremaneira em consequência da sua recusa em aderir ao Partido Comunista, Robert Desnos passou a ser criticado pelos demais surrealistas, que viam também na carreira jornalística uma comercialização da sua escrita.
Rompendo com o movimento surrealista, Robert Desnos acatou porém a repreensão e, embora continuando a publicar trabalhos como Corps et Biens (1930) e Les Sans Cous (1934), fraquejou na prolificidade, e abandonou o jornalismo quotidiano, passando a contribuir apenas a título semanal ou esporádico com a imprensa.
Lançou-se então em novas direções, trabalhando como mediador imobiliário, locutor de folhetins radiofónicos, redator publicitário e cançonetista. A deflagração da Segunda Guerra Mundial fez com que de novo tivesse que servir o exército francês, no qual se alistou prontamente devido às suas convicções anti-fascistas. Após a ocupação da França pelas tropas Nacional-Socialistas juntou-se à Resistência, reconvertendo o seu talento para a composição de panfletos. Aprisionado nos inícios do ano de 1944, foi transferido para Auschwitz e, mais tarde, para o campo de concentração de Terezin, na antiga Checoslováquia. Contraindo a febre tifoide, Robert Desnos faleceu a 8 de junho de 1945, pouco tempo antes da libertação dos prisioneiros pelas tropas aliadas.
Em 1953 foi publicado Domaine public, livro que reúne o essencial da sua obra poética.
Assim sendo, e por iniciativa paterna, começou a trabalhar numa drogaria parisiense de renome. Aproveitando os seus tempos livres para compor poemas, passou a publicá-los a partir de 1918 numa revista juvenil de tendências socialistas, a Tribune des Jeunes. Relacionando-se com os meios literários da cidade, foi aceite no ano seguinte como gerente de uma editora e secretário particular do seu proprietário, Jean de Bonnefon. Prosseguindo, não obstante, o seu esforço literário, passou a colaborar com alguns dos seus poemas para a Trait d'Union, publicação vanguardista através da qual chegou a conhecer André Breton, na época ainda comprometido com o Dadaísmo.
O progresso de Desnos sofreu uma interrupção em 1920, altura em que foi chamado a cumprir o serviço militar. Destacado primeiramente para o Quartel de Chaumont e depois enviado para Marrocos, retomou a vida civil apenas no ano seguinte.
Encorajado pelo sucesso, publicou Language Cuit em 1923 e Deuil par Deuil em 1924, ano em que também assumiu os cargos de redator da revista La Révolution Surréaliste e de tesoureiro da importante publicação Paris Soir, onde veio a exercer eventualmente as funções de jornalista. Depois do aparecimento de Journal d'une Apparition (1927), e de sobremaneira em consequência da sua recusa em aderir ao Partido Comunista, Robert Desnos passou a ser criticado pelos demais surrealistas, que viam também na carreira jornalística uma comercialização da sua escrita.
Rompendo com o movimento surrealista, Robert Desnos acatou porém a repreensão e, embora continuando a publicar trabalhos como Corps et Biens (1930) e Les Sans Cous (1934), fraquejou na prolificidade, e abandonou o jornalismo quotidiano, passando a contribuir apenas a título semanal ou esporádico com a imprensa.
Lançou-se então em novas direções, trabalhando como mediador imobiliário, locutor de folhetins radiofónicos, redator publicitário e cançonetista. A deflagração da Segunda Guerra Mundial fez com que de novo tivesse que servir o exército francês, no qual se alistou prontamente devido às suas convicções anti-fascistas. Após a ocupação da França pelas tropas Nacional-Socialistas juntou-se à Resistência, reconvertendo o seu talento para a composição de panfletos. Aprisionado nos inícios do ano de 1944, foi transferido para Auschwitz e, mais tarde, para o campo de concentração de Terezin, na antiga Checoslováquia. Contraindo a febre tifoide, Robert Desnos faleceu a 8 de junho de 1945, pouco tempo antes da libertação dos prisioneiros pelas tropas aliadas.
Em 1953 foi publicado Domaine public, livro que reúne o essencial da sua obra poética.
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Como referenciar
Porto Editora – Robert Desnos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-10-03 16:22:33]. Disponível em
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