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Romance de Alexandre
A primeira versão do Romance de Alexandre, da qual não existe nenhum exemplar, é atribuída ao grego Calístenes (360-327 a.C), que a terá escrito em Alexandria, no Egito. A razão do grande sucesso do romance na Idade Média (quase comparável ao da Bíblia), deve-se ao facto da obra, que descreve os feitos e as batalhas de Alexandre, o Grande, ser um dos documentos mais antigos sobre a capacidade que os homens têm não só de ver o que se passa à distância, como também de prever o futuro. Esta visão ou capacidade, geralmente atribuída a personagens com poderes extraordinários e simbólicos, tais como poetas, mágicos ou curandeiros, domina o Romance de Alexandre.
Neste texto grego, Alexandre não é filho de Filipe da Macedónia, mas do último faraó egípcio, Nectanébo, que se refugiou na Macedónia, porque ser perseguido pelo exército persa. O faraó Nectanébo tinha a capacidade de ver e agir à distância através de poderes mágicos e tinha a capacidade de adivinhar o futuro, por isso, o seu reino era pacífico. Derrotava os inimigos, simulando batalhas numa bacia mágica com água e com figuras de cera, às quais infligia derrotas, com a sua varinha de ébano que, por poderes mágicos, invocados aos deuses e aos espíritos, eram transferidas, na realidade, para os seus adversários. Mas quis o destino que os poderes, que os deuses lhe tinham concedido, o abandonassem, quando o reino foi invadido pelos persas. Nessa altura, o faraó escondeu muito ouro sob as vestes, cortou os cabelos e a barba e fugiu disfarçado.
A bacia mágica de Nectanébo ficou conhecida como uma das primeiras manifestações do mito da visão à distância.
O texto original grego foi perdido mas, como outras grandes obras da Antiguidade, foi redescoberto, no século XII, provavelmente, numa versão latina que, posteriormente, foi traduzida para romance, a língua vulgar de então. A primeira adaptação conhecida do Romance de Alexandre foi a de Alexandre de Albéric de Pisançon ou de Briançon (cerca de 1110), em francês provençal, da qual subsiste apenas um fragmento de 105 versos octossilábicos. Esta obra deu origem a uma outra, Alexandre, em versos decassilábicos, escrita entre 1160 e 1165, em Poitou. Depois foi adaptada por Alexandre de Bernay ou de Paris, a partir de 1180-85, e transformada em 20 000 versos dodecassilábicos, que deram origem ao verso alexandrino. Esta foi a versão definitiva do Romance de Alexandre, rei da Macedónia aos 20 anos, que nasceu em Pella, no ano de 356 a. C., e morreu na Macedónia, em 323 a. C. e que conquistou várias cidades gregas, a Ásia, a Síria e o Egito, onde fundou Alexandria.
Este romance está dividido em quatro partes: a infância e as primeiras conquistas de Alexandre; o ataque de Alexandre na região de Gaza; a derrota de Dario e dos traidores que preparam o envenenamento de Alexandre; a morte de Alexandre, o seu funeral e a partilha do seu império. Na terceira parte, expõe-se também de forma interessante alguns conceitos científicos.
Esta obra fabulosa sobre a vida de Alexandre, o Grande, introduziu na Europa o gosto do maravilhoso de inspiração oriental e foi o primeiro texto a ser considerado um romance.
Neste texto grego, Alexandre não é filho de Filipe da Macedónia, mas do último faraó egípcio, Nectanébo, que se refugiou na Macedónia, porque ser perseguido pelo exército persa. O faraó Nectanébo tinha a capacidade de ver e agir à distância através de poderes mágicos e tinha a capacidade de adivinhar o futuro, por isso, o seu reino era pacífico. Derrotava os inimigos, simulando batalhas numa bacia mágica com água e com figuras de cera, às quais infligia derrotas, com a sua varinha de ébano que, por poderes mágicos, invocados aos deuses e aos espíritos, eram transferidas, na realidade, para os seus adversários. Mas quis o destino que os poderes, que os deuses lhe tinham concedido, o abandonassem, quando o reino foi invadido pelos persas. Nessa altura, o faraó escondeu muito ouro sob as vestes, cortou os cabelos e a barba e fugiu disfarçado.
A bacia mágica de Nectanébo ficou conhecida como uma das primeiras manifestações do mito da visão à distância.
O texto original grego foi perdido mas, como outras grandes obras da Antiguidade, foi redescoberto, no século XII, provavelmente, numa versão latina que, posteriormente, foi traduzida para romance, a língua vulgar de então. A primeira adaptação conhecida do Romance de Alexandre foi a de Alexandre de Albéric de Pisançon ou de Briançon (cerca de 1110), em francês provençal, da qual subsiste apenas um fragmento de 105 versos octossilábicos. Esta obra deu origem a uma outra, Alexandre, em versos decassilábicos, escrita entre 1160 e 1165, em Poitou. Depois foi adaptada por Alexandre de Bernay ou de Paris, a partir de 1180-85, e transformada em 20 000 versos dodecassilábicos, que deram origem ao verso alexandrino. Esta foi a versão definitiva do Romance de Alexandre, rei da Macedónia aos 20 anos, que nasceu em Pella, no ano de 356 a. C., e morreu na Macedónia, em 323 a. C. e que conquistou várias cidades gregas, a Ásia, a Síria e o Egito, onde fundou Alexandria.
Este romance está dividido em quatro partes: a infância e as primeiras conquistas de Alexandre; o ataque de Alexandre na região de Gaza; a derrota de Dario e dos traidores que preparam o envenenamento de Alexandre; a morte de Alexandre, o seu funeral e a partilha do seu império. Na terceira parte, expõe-se também de forma interessante alguns conceitos científicos.
Esta obra fabulosa sobre a vida de Alexandre, o Grande, introduziu na Europa o gosto do maravilhoso de inspiração oriental e foi o primeiro texto a ser considerado um romance.
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Como referenciar
Porto Editora – Romance de Alexandre na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-10-01 00:32:29]. Disponível em
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