ser
Do ponto de vista do senso comum, Ser significa aquilo que é ou pode vir a ser, independentemente da sua natureza. Pode-se referir igualmente à identidade.
Numa perspetiva da antiga Filosofia grega, Ser é estável e imutável, em oposição a mudança ou Devir.
Segundo Parménides e a escola eleática, na realidade material existe apenas o Ser, total e eterno. Para ele, tudo o que implica mudança é de carácter ilusório, pois aquilo que não é não pode ser e aquilo que é, não pode deixar de ser.
O materialista Demócrito, pelo contrário, afirmava que a existência das coisas pressupunha a sua possível mudança ou movimento, o que implica necessariamente a existência do contrário do Ser, ou seja, o não Ser ou vazio.
Segundo Platão, o pensamento é distinto da matéria e afirma que o Devir ou Ser é imutável, apesar de ser de natureza sensorial. Para Aristóteles, o Ser como essência das coisas é eterno em si mesmo, mas tem manifestações de mudança, já que as ideias são dependentes da realidade das coisas.
Na tradição escolástica, pretende-se que o Ser seja entendido como uma existência absoluta que permanece sempre igual a si própria, daí que São Tomás de Aquino interprete Ser como a realidade suprema, isto é, Deus.
Hegel constitui uma teoria interessante como resolução da problemática do Ser: a natureza esforça-se para excluir as contradições, negando-as; assim, ser e não ser são momentos do mesmo processo cósmico, o qual se origina no Ser, mas que contém o não Ser em si mesmo, o que remete para a sua união sintética no Devir.
Com Espinosa, o Ser é aquilo que é, a fonte e o sujeito. Espinosa divide o Ser em aquilo que é em si mesmo e aquilo que é no outro. O Ser é também definido como absoluto, isto é, Deus, "Ser absolutamente infinito".
Com Descartes, surgem as primeiras controvérsias em que se coloca o Ser como sujeito cognoscente em oposição ao ser das coisas. Mas é Kant que o estabelece como sendo unicamente da ordem do fenómeno, já que o Ser em si mesmo não é passível de ser conhecido, sendo inacessível. Não se pode então provar que Deus existe, pois a existência só pode ser provada pela experiência.
Wittgenstein, filósofo anglo-saxão, caracteriza o ser como uma união, ou seja, uma categoria lógico-gramatical e não o representante de uma realidade.
Heidegger afirmou que a Filosofia ocidental confunde ente com ser, mas para ele é primordial que se estabeleça esta diferença.
Para Nietzsche, o Ser é simplesmente o mais vazio dos conceitos.
Numa perspetiva da antiga Filosofia grega, Ser é estável e imutável, em oposição a mudança ou Devir.
Segundo Parménides e a escola eleática, na realidade material existe apenas o Ser, total e eterno. Para ele, tudo o que implica mudança é de carácter ilusório, pois aquilo que não é não pode ser e aquilo que é, não pode deixar de ser.
O materialista Demócrito, pelo contrário, afirmava que a existência das coisas pressupunha a sua possível mudança ou movimento, o que implica necessariamente a existência do contrário do Ser, ou seja, o não Ser ou vazio.
Segundo Platão, o pensamento é distinto da matéria e afirma que o Devir ou Ser é imutável, apesar de ser de natureza sensorial. Para Aristóteles, o Ser como essência das coisas é eterno em si mesmo, mas tem manifestações de mudança, já que as ideias são dependentes da realidade das coisas.
Na tradição escolástica, pretende-se que o Ser seja entendido como uma existência absoluta que permanece sempre igual a si própria, daí que São Tomás de Aquino interprete Ser como a realidade suprema, isto é, Deus.
Hegel constitui uma teoria interessante como resolução da problemática do Ser: a natureza esforça-se para excluir as contradições, negando-as; assim, ser e não ser são momentos do mesmo processo cósmico, o qual se origina no Ser, mas que contém o não Ser em si mesmo, o que remete para a sua união sintética no Devir.
Com Espinosa, o Ser é aquilo que é, a fonte e o sujeito. Espinosa divide o Ser em aquilo que é em si mesmo e aquilo que é no outro. O Ser é também definido como absoluto, isto é, Deus, "Ser absolutamente infinito".
Com Descartes, surgem as primeiras controvérsias em que se coloca o Ser como sujeito cognoscente em oposição ao ser das coisas. Mas é Kant que o estabelece como sendo unicamente da ordem do fenómeno, já que o Ser em si mesmo não é passível de ser conhecido, sendo inacessível. Não se pode então provar que Deus existe, pois a existência só pode ser provada pela experiência.
Wittgenstein, filósofo anglo-saxão, caracteriza o ser como uma união, ou seja, uma categoria lógico-gramatical e não o representante de uma realidade.
Heidegger afirmou que a Filosofia ocidental confunde ente com ser, mas para ele é primordial que se estabeleça esta diferença.
Para Nietzsche, o Ser é simplesmente o mais vazio dos conceitos.
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Como referenciar
Porto Editora – ser na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-27 04:22:19]. Disponível em
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