< voltar
2 min
situação social
O conceito de situação, entendido ao nível da situação de interação social na qual o sentido é construído pelos participantes, ocupa um lugar importante nas teorias do interacionismo simbólico (de Blumer ou Goffman). Uma ou mais interações podem desenvolver-se no quadro de uma situação social, que se desenvolve e evolui em função dessas mesmas interações. Por isso, a situação é dinâmica e apresenta uma certa estruturação. É, aliás, um mínimo de estruturação ao nível da experiência espacial, temporal e de contexto, que permite quer as perspetivas de ação, quer a definição comum da situação.
A situação pode ser definida e na realidade acontece que os atores sociais se ocupam, frequentemente, a definir as situações. Segundo Habermas, a situação deve ser objeto de uma definição cooperativa, ou seja, de uma definição comum em vista de uma intercompreensão: "os participantes da interação exprimem-se sempre numa situação que eles devem definir em conjunto, desde o momento que agem em vista de uma intercompreensão". A definição comum de uma situação de ação faz-se, geralmente, em função dos objetivos, dos temas e dos planos de ação.
Não é fácil distinguir as noções de contexto, situação e meio ambiente. Louis Quéré considera que "se passa do meio ambiente à situação por meio de uma orientação da experiência, porque a situação depende do registo da organização da experiência - o que não é o caso do meio ambiente". Mesmo quando o meio ambiente é ordenado e organizado (um espaço de trabalho, por exemplo), não o é segundo uma organização da experiência e uma estruturação temporal. A temporalidade faz parte da noção de situação.
A estrutura temporal e a experiência estão também na base da distinção entre situação e contexto. Este é fundamentalmente composto de um conjunto de elementos do meio institucional, de circunstâncias, de normas sociais e de valores culturais. No caso da situação, é a experiência que a organiza; a situação está ligada à maneira como as pessoas a vivem, como são afetadas, como a experimentam e como lhe respondem. É, portanto, ao nível da situação, e não do contexto ou do meio ambiente, que se fala de experiência, seja a experiência coletiva ou a experiência pessoal. Por isso, quando os atores sociais falam da situação, referem-se à experiência pessoal ou coletiva e a um desenvolvimento temporal (um antes e um depois). Mas tanto a experiência temporal como a experiência da situação são estruturadas (enquanto nem todos os contextos constituem situações, faltando-lhes, por exemplo, uma estrutura temporal).
A situação - desde o momento que é uma situação dinâmica e não uma situação estática ou um estado de coisas - tem uma duração, com um início que se desenvolve e evolui até um final, em função de um conjunto de circunstâncias, de causas, de ações e das suas consequências, de motivos, de interesses em jogo, de projetos, de planos de ação, de decisões, de resultados inesperados, de ajudas ou de obstáculos, que se inter-relacionam segundo uma ordem. A situação é, portanto, um "todo contextual" que apresenta uma estrutura temporal e uma configuração.
A situação pode ser definida e na realidade acontece que os atores sociais se ocupam, frequentemente, a definir as situações. Segundo Habermas, a situação deve ser objeto de uma definição cooperativa, ou seja, de uma definição comum em vista de uma intercompreensão: "os participantes da interação exprimem-se sempre numa situação que eles devem definir em conjunto, desde o momento que agem em vista de uma intercompreensão". A definição comum de uma situação de ação faz-se, geralmente, em função dos objetivos, dos temas e dos planos de ação.
Não é fácil distinguir as noções de contexto, situação e meio ambiente. Louis Quéré considera que "se passa do meio ambiente à situação por meio de uma orientação da experiência, porque a situação depende do registo da organização da experiência - o que não é o caso do meio ambiente". Mesmo quando o meio ambiente é ordenado e organizado (um espaço de trabalho, por exemplo), não o é segundo uma organização da experiência e uma estruturação temporal. A temporalidade faz parte da noção de situação.
A estrutura temporal e a experiência estão também na base da distinção entre situação e contexto. Este é fundamentalmente composto de um conjunto de elementos do meio institucional, de circunstâncias, de normas sociais e de valores culturais. No caso da situação, é a experiência que a organiza; a situação está ligada à maneira como as pessoas a vivem, como são afetadas, como a experimentam e como lhe respondem. É, portanto, ao nível da situação, e não do contexto ou do meio ambiente, que se fala de experiência, seja a experiência coletiva ou a experiência pessoal. Por isso, quando os atores sociais falam da situação, referem-se à experiência pessoal ou coletiva e a um desenvolvimento temporal (um antes e um depois). Mas tanto a experiência temporal como a experiência da situação são estruturadas (enquanto nem todos os contextos constituem situações, faltando-lhes, por exemplo, uma estrutura temporal).
A situação - desde o momento que é uma situação dinâmica e não uma situação estática ou um estado de coisas - tem uma duração, com um início que se desenvolve e evolui até um final, em função de um conjunto de circunstâncias, de causas, de ações e das suas consequências, de motivos, de interesses em jogo, de projetos, de planos de ação, de decisões, de resultados inesperados, de ajudas ou de obstáculos, que se inter-relacionam segundo uma ordem. A situação é, portanto, um "todo contextual" que apresenta uma estrutura temporal e uma configuração.
Partilhar
Como referenciar
Porto Editora – situação social na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-26 06:50:22]. Disponível em
Artigos
-
normas sociaisAs normas sociais são prescrições de comportamento. O conceito de norma social corresponde às expect...
-
interacionismo simbólicoO interacionismo simbólico escolhe para objeto de estudo os processos de interação que ocorrem em me...
-
interação socialPark e Burgess são considerados como os primeiros autores que aplicaram o conceito de interação às r...
-
competição (sociologia)A competição respeita a rivalidade entre concorrentes individuais ou coletivos, em vista à obtenção ...
-
complexo de inferioridadeA denominação de complexo de inferioridade foi criada pelo discípulo de Freud, Alfred Adler, para de...
-
comportamento de massasO fenómeno do comportamento de massas é explicado como sendo agrupamentos humanos espontâneos e, por...
-
comportamento esperado e comportamento desvianteO comportamento dos atores sociais corresponde àquilo que se espera das posições que ocupam socialme...
-
modelos de comportamentoO que caracteriza os comportamentos do Homem que vive em sociedade é uma certa conformidade a modelo...
-
comportamentosDo ponto de vista psicológico, e numa aceção mais geral, este termo designa a conduta que um indivíd...
-
conhecimento comumAlfred Schütz defende a tese do carácter intersubjetivo do mundo e do carácter intersubjetivo e soci...
Partilhar
Como referenciar 
Porto Editora – situação social na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-26 06:50:22]. Disponível em