Taranis
Era o deus celta da chuva, das tempestades, do trovão, e da fertilidade, ao qual se faziam sacrifícios humanos cruéis para aplacar a sua sede de sangue. Entre estes sacrifícios estão o de queimar vivos uma série de homens num tonel de madeira ou cortar cabeças humanas e ofertá-las. O sacrifício pelo fogo devia ser o mais comum, uma vez que era o deus do relâmpago.
Pode ser também conhecido como Taranous, Tanarus ou Taranucnus e o seu nome provém do Indo-Europeu ou Gaélico taran que significa trovão.
Juntamente com Toutatis e Esus fazia parte de uma tríade de deuses primitivos que eram sobretudo adorados no continente.
Este deus de todas as calamidades, dos raios destruidores e dos ruídos assustadores das intempéries, representava as forças da natureza mais temidas pelos celtas, mas ao mesmo tempo a fecundidade trazida por essas mesmas forças; a água é a origem da vida.
Tinha como atributo uma roda, que simbolizava o relâmpago e o ruído do trovão que era provocado quando o deus a girava por entre as nuvens, e umas espirais que imitavam a sinuosidade do raio. A roda simbolizava também as Estações do ano, que se sucediam consoante as relações rituais de Taranis com Duir, um espírito feminino representado pela árvore mais sagrada para os Celtas, o carvalho. Estas relações eram simbolizadas pelos raios que atingiam a árvore, unindo o Céu e a Terra, e os pedaços da árvore destruídos pelos raios usavam-se como amuletos de proteção. Um dos objetos mais relevantes para os Celtas era a roda solar, que foi atribuída a Taranis por Proinsias mac Cana, colocando-o assim entre os deuses mais importantes.
Seria talvez o deus mais importante do panteão celta, pois as suas representações são muito parecidas às do deus Thor, um dos deuses mais relevantes da mitologia nórdica, e às de Júpiter, o chefe do panteão romano. Esta última analogia deu-se pelo contacto com os Romanos. O único vestígio literário deste deus, o poema Pharsalia, é também fornecido por um poeta romano, Lucano, que viveu entre 39 e 65 d. C.
Há em Chester, na Grã-Bretanha, em Scardona, na Jugoslávia, em Thauron, Orgon e Tours, em França, e em Godramstein e Bockingen, na Alemanha, altares dedicados a este deus com inscrições em grego ou latim.
É também importante mencionar que se chamavam tarans aos espíritos das crianças que morriam sem batismo no nordeste da Escócia. Estes espíritos flutuavam entre as árvores e nos sítios recônditos, lamentando-se da sua sorte com voz suave.
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