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Territórios conquistados ou descobertos por Portugal no século XV
Entre o final do século XV e cerca de 1522 deu-se um notável alargamento do conhecimento do Mundo que os Europeus até então conheciam, através do descobrimento da América, das rotas marítimas para a Índia e da exploração do oceano Pacífico. A Europa acabara de ultrapassar a grave crise do século XIV e vivia um momento de recuperação económica, que foi simultaneamente acompanhado por um crescimento demográfico e pelo nascimento de uma nova mentalidade comercial.
Desde o período das Cruzadas cristãs, as classes sociais mais abastadas passaram a habituar-se à utilização de especiarias, tanto para fins culinários como farmacêuticos ou outros, e ao consumo de importantes produtos preciosos, como tecidos de seda e algodão, pérolas e pedras preciosas. Estas luxuosas mercadorias afluíam à Europa através dos comerciantes venezianos que detinham o monopólio deste tipo de comércio com o Levante. No entanto, a partir dos finais do século XV as transações com o mundo árabe complicaram-se, pois em 1453 os turcos tomaram a cidade de Constantinopla aos bizantinos, e em geral todo o Próximo Oriente se mostrou bastante hostil para com o Ocidente. Outro motivo que dificultou estas relações foi a obrigatoriedade de uma parte da mercadoria ter de ser paga em ouro ou prata, o que era especialmente complicado uma vez que as minas da Europa estavam a produzir quantidades insuficientes destes minérios, não acompanhando o crescimento das necessidades desta economia em expansão.
O grande pioneiro do conhecimento e exploração de novos mundos foi Portugal. Tudo começou em 1415.
A 21 de agosto do mesmo ano, Ceuta, no Norte de África, era tomada pelas armas portuguesas. Prosseguindo nesta região, refira-se o desastre da tomada de Tânger em 1437, com D. Duarte. As conquistas serão retomadas mais tarde. Em 1458 é conquistada Alcácer Ceguer. Em 1471, os exércitos portugueses tomam Arzila e, finalmente, ocupam a cidade de Tânger.
Entre 1418 e 1419 ocupam o arquipélago da Madeira (tarefa terminada por volta de 1425); entretanto, em 1424 ainda há uma expedição, fracassada, para ocupar a Grande Canária. Entre 1427 e 1439, navegadores como Diogo de Silves, por ordem de D. Henrique (grande impulsionador da frota ultramarina portuguesa no século XV), reconheceram e ocuparam os Açores. Ao atingir-se a metade do século estes arquipélagos estão plenamente tutelados por Portugal.
Em 1421, inicia-se o reconhecimento de territórios a sul do Cabo Não. Em 1434, Gil Eanes dobra o Cabo Bojador - eliminava-se um importante obstáculo físico e psicológico. As navegações prosseguiam para sul, agora a um ritmo mais elevado. No ano de 1436, Afonso Gonçalves Baldaia explora a zona a que se chamará Rio do Ouro. Em 1444, o navegador Lançarote, ao serviço do infante D. Henrique, captura mais duas centenas de escravos no golfo de Arguim e vende-os em Lagos, no Algarve. Nesse mesmo ano, Dinis Dias descobre Cabo Verde e empreende uma viagem à costa da Guiné. Pouco depois, constrói-se a feitoria de Arguim (1445). No ano de 1456, Diogo Gomes explora o estuário do rio Geba e algumas ilhas do arquipélago de Bijagós, na atual Guiné-Bissau.
A África ocidental começou a ser explorada. Em 1460, no ano em que morre o infante D. Henrique, um seu navegador, Pedro de Sintra, chega a Serra Leoa. Já com a exploração da costa africana arrendada a Fernão Gomes, entre 1471 e 1472, João de Santarém e Pero Escobar descobrem as ilhas de S. Tomé e Príncipe. Começava a procura de riquezas, como o ouro, no hemisfério Sul.
Em 1474 as viagens voltam a estar sob a direção da Coroa. D. João II, ainda príncipe, superintende a política marítima - o objetivo é, agora, claramente a Índia. Em 1482 ordena a construção da fortaleza de S. Jorge da Mina no golfo da Guiné. Em 1485, Diogo Cão chega ao Zaire. Em 1488, Bartolomeu Dias, como já se referiu, dobra o até então chamado Cabo das Tormentas. A Índia era a etapa seguinte: descoberto o caminho marítimo para a atingir em 1497-1498, apenas no século seguinte é explorada e "dominada" por Portugal.
Os principais objetivos da expansão marítima do século XV eram portanto a tentativa de encontrar nas Índias fontes de ouro, prata e especiarias para serem exploradas pela Europa, a vontade de vencer o mundo muçulmano através de uma possível aliança com o mítico rei cristão, o Preste João da Abissínia (ou Etiópia), e também o espírito de aventura e a curiosidade científica própria da época renascentista.
Com a conquista de Constantinopla pelo Império Otomano (1453), as rotas tradicionais do Mediterrâneo oriental estavam fechadas. A Europa, confrontada com a falta de alternativas, voltou-se para o mar. Os povos da Península Ibérica privilegiados com um bom posicionamento geográfico foram os primeiros a lançar-se nesta aventura da expansão.
Estava assim descoberto o caminho marítimo para a Índia. Entretanto, Cristóvão Colombo, que anteriormente oferecera os seus serviços à Coroa portuguesa na pessoa do rei D. João II, tinha "descoberto" a América. Ao mesmo tempo que os portugueses tentavam contornar a costa africana, os espanhóis pensavam chegar à Índia por oeste, pelo Oceano Atlântico.
Assim, no século XV Portugal dominava territórios no Norte de África, estabelecera uma série de entrepostos na costa ocidental africana e, no final da centúria, chegava à Índia, ao mesmo tempo que os seus navios continuavam a explorar novos rumos.
Desde o período das Cruzadas cristãs, as classes sociais mais abastadas passaram a habituar-se à utilização de especiarias, tanto para fins culinários como farmacêuticos ou outros, e ao consumo de importantes produtos preciosos, como tecidos de seda e algodão, pérolas e pedras preciosas. Estas luxuosas mercadorias afluíam à Europa através dos comerciantes venezianos que detinham o monopólio deste tipo de comércio com o Levante. No entanto, a partir dos finais do século XV as transações com o mundo árabe complicaram-se, pois em 1453 os turcos tomaram a cidade de Constantinopla aos bizantinos, e em geral todo o Próximo Oriente se mostrou bastante hostil para com o Ocidente. Outro motivo que dificultou estas relações foi a obrigatoriedade de uma parte da mercadoria ter de ser paga em ouro ou prata, o que era especialmente complicado uma vez que as minas da Europa estavam a produzir quantidades insuficientes destes minérios, não acompanhando o crescimento das necessidades desta economia em expansão.
O grande pioneiro do conhecimento e exploração de novos mundos foi Portugal. Tudo começou em 1415.
Entre 1418 e 1419 ocupam o arquipélago da Madeira (tarefa terminada por volta de 1425); entretanto, em 1424 ainda há uma expedição, fracassada, para ocupar a Grande Canária. Entre 1427 e 1439, navegadores como Diogo de Silves, por ordem de D. Henrique (grande impulsionador da frota ultramarina portuguesa no século XV), reconheceram e ocuparam os Açores. Ao atingir-se a metade do século estes arquipélagos estão plenamente tutelados por Portugal.
Em 1421, inicia-se o reconhecimento de territórios a sul do Cabo Não. Em 1434, Gil Eanes dobra o Cabo Bojador - eliminava-se um importante obstáculo físico e psicológico. As navegações prosseguiam para sul, agora a um ritmo mais elevado. No ano de 1436, Afonso Gonçalves Baldaia explora a zona a que se chamará Rio do Ouro. Em 1444, o navegador Lançarote, ao serviço do infante D. Henrique, captura mais duas centenas de escravos no golfo de Arguim e vende-os em Lagos, no Algarve. Nesse mesmo ano, Dinis Dias descobre Cabo Verde e empreende uma viagem à costa da Guiné. Pouco depois, constrói-se a feitoria de Arguim (1445). No ano de 1456, Diogo Gomes explora o estuário do rio Geba e algumas ilhas do arquipélago de Bijagós, na atual Guiné-Bissau.
A África ocidental começou a ser explorada. Em 1460, no ano em que morre o infante D. Henrique, um seu navegador, Pedro de Sintra, chega a Serra Leoa. Já com a exploração da costa africana arrendada a Fernão Gomes, entre 1471 e 1472, João de Santarém e Pero Escobar descobrem as ilhas de S. Tomé e Príncipe. Começava a procura de riquezas, como o ouro, no hemisfério Sul.
Em 1474 as viagens voltam a estar sob a direção da Coroa. D. João II, ainda príncipe, superintende a política marítima - o objetivo é, agora, claramente a Índia. Em 1482 ordena a construção da fortaleza de S. Jorge da Mina no golfo da Guiné. Em 1485, Diogo Cão chega ao Zaire. Em 1488, Bartolomeu Dias, como já se referiu, dobra o até então chamado Cabo das Tormentas. A Índia era a etapa seguinte: descoberto o caminho marítimo para a atingir em 1497-1498, apenas no século seguinte é explorada e "dominada" por Portugal.
Os principais objetivos da expansão marítima do século XV eram portanto a tentativa de encontrar nas Índias fontes de ouro, prata e especiarias para serem exploradas pela Europa, a vontade de vencer o mundo muçulmano através de uma possível aliança com o mítico rei cristão, o Preste João da Abissínia (ou Etiópia), e também o espírito de aventura e a curiosidade científica própria da época renascentista.
Com a conquista de Constantinopla pelo Império Otomano (1453), as rotas tradicionais do Mediterrâneo oriental estavam fechadas. A Europa, confrontada com a falta de alternativas, voltou-se para o mar. Os povos da Península Ibérica privilegiados com um bom posicionamento geográfico foram os primeiros a lançar-se nesta aventura da expansão.
Estava assim descoberto o caminho marítimo para a Índia. Entretanto, Cristóvão Colombo, que anteriormente oferecera os seus serviços à Coroa portuguesa na pessoa do rei D. João II, tinha "descoberto" a América. Ao mesmo tempo que os portugueses tentavam contornar a costa africana, os espanhóis pensavam chegar à Índia por oeste, pelo Oceano Atlântico.
Assim, no século XV Portugal dominava territórios no Norte de África, estabelecera uma série de entrepostos na costa ocidental africana e, no final da centúria, chegava à Índia, ao mesmo tempo que os seus navios continuavam a explorar novos rumos.
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Como referenciar
Porto Editora – Territórios conquistados ou descobertos por Portugal no século XV na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-27 12:06:24]. Disponível em
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