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Tibete
Região da Ásia Central, situada a oeste da China, estendendo-se pelo Norte da Índia. Esta região é formada por um planalto que fica entre os montes Cuenlum, a norte, e os Himalaias, a sul. A capital é Lassa (ou Lhasa). O clima é continental, caracterizado por grandes amplitudes térmicas. É banhado por vários rios (o Indo, o Bramaputra, o Amarelo, o Azul, o Mekong e o Saluen) e possui imensos lagos, quase todos salgados.
O povo tibetano é seminómada e vive do pastoreio, de uma agricultura incipiente e do artesanato. Até à ocupação da China em 1950, a língua oficial foi o tibetano. A partir daí o chinês passou a ser a língua oficial, embora também se fale o inglês. Em determinadas regiões do Tibete também se fala o mongol e um dialeto turco.
No que diz respeito à religião, o animismo foi substituído, no século VII, pelo budismo mahayana. Desde há muito tempo (1042), o budismo dominava todos os assuntos temporais do Tibete tendo perdido essa influência em 1950. Os monges são a classe privilegiada. A partir do século XII, adquirem especial importância os lamas reencarnados, principalmente o Dalai Lama, as danças rituais, os oráculos e a ascese. Cada família é obrigada a dar um filho aos mosteiros para que se torne monge, o que revela uma cultura impregnada de tradições e conservadora.
A população civil do Tibete divide-se em nobres e camponeses, pertencendo as maiores propriedades aos mosteiros.
Até 1951, o Dalai Lama exercia dois tipos de autoridade distintos: a direção espiritual e a administração da nação. O decano dos nobres é o primeiro-ministro. O órgão executivo é o conselho (Kashag) que é constituído por três nobres e um alto lama, do qual dependem a Assembleia Nacional, os ministérios, os governadores e os distritos.
A China e a Índia influenciaram fortemente o Tibete, principalmente no que diz respeito à arte.
Fazendo parte da China a partir de 1951, o Tibete encontra-se limitado a norte por este país e a sul pela Índia, Butão e Nepal.
A história do Tibete só é conhecida a partir do século VII, quando é pedida em casamento uma princesa chinesa para casar com o rei do Tibete (635). Antes desta data, sabe-se que existiram tribos nómadas (Chiang) que se instalaram, desde o século II, no Noroeste da China. No século VII, os tibetanos eram adeptos de uma forma de xamanismo (Bon), mas como as mulheres do monarca Song-tsen Gampo, fundador de Lassa, eram chinesas budistas, este mandou chamar monges da Índia. Porém, este budismo estava repleto de práticas tântricas e magias, o que levou a que fosse feita uma fusão entre este budismo e a religião Bon. A este monarca é também atribuída a criação do exército e a introdução da escrita. A importância do Tibete foi crescendo a ponto de rivalizar com as dinastias chinesas Tang e Sung, no que diz respeito ao seu poderio militar e político. Contudo, entre os nobres foi surgindo uma certa rivalidade que acabou por levar à queda da monarquia tibetana (838), à respetiva fragmentação do Tibete em principados e à aniquilação do budismo, acabando por sucumbir a dinastia reinante em 905, o que levou o Tibete a afastar-se para sempre e a ocupar o papel que hoje detém na cadeia montanhosa. Em 1042, o monge indiano Atisha restaurou o budismo e, em 1207, os nobres e os monges caíram nas mãos do temível Gengis Khan. Porém, em 1239, o Tibete foi invadido pelos Mongóis o que levou os tibetanos a confiar as suas vidas aos superiores do Mosteiro de Sakya. O Budismo corrompido só foi restaurado com a ida para o Tibete de um asceta proveniente da China Central, Tsong-kha-Pa (c. 1356-1418) que obrigou o clero ao celibato e a uma disciplina monástica rigorosa. No final do século XV, e devido às novas normas introduzidas por este monge, nasceu o lamaísmo tibetano que assenta em dois chefes: o Dalai Lama, reencarnação do Bodhisattva que reside em Lassa, e o Panchen Lama, reencarnação de Buda (Amitabha), que reside no Convento de T-shi-lhum-po.
No século XVI, o lamaísmo converteu ao budismo a Mongólia e, no século XVIII, os imperadores manchus da China intervieram no Tibete para afastar os zúngaros que o invadiam, instalando em 1720 uma base chinesa em Lassa e dando início ao protetorado sobre o Tibete que se iria manter até à revolução chinesa de 1911. Nesta altura, os ingleses, que tinham negociado um tratado com o Tibete em 7 de setembro de 1904 para a abertura de novos mercados ao comércio britânico, uma vez que a conquista da Índia era o novo centro das atenções dos ingleses e aproveitando-se da fraqueza da China que reconheceu este tratado em 1906, ajudaram os tibetanos a expulsar os chineses, restaurando-se o 13º Dalai Lama que os chineses destituíram em 1910, quando invadiram o Tibete, obrigando-o a exilar-se na Índia. Em 1914, a Convenção de Simla restituiu a independência ao Tibete. Em 1951, é novamente anexado pela China de Mao Tsé Tung e transformado numa região autónoma, levando o Dalai Lama a refugiar-se na União Indiana e desaparecendo o Tibete como nação independente, sendo o genocídio uma prática corrente contra os tibetanos.
O povo tibetano é seminómada e vive do pastoreio, de uma agricultura incipiente e do artesanato. Até à ocupação da China em 1950, a língua oficial foi o tibetano. A partir daí o chinês passou a ser a língua oficial, embora também se fale o inglês. Em determinadas regiões do Tibete também se fala o mongol e um dialeto turco.
No que diz respeito à religião, o animismo foi substituído, no século VII, pelo budismo mahayana. Desde há muito tempo (1042), o budismo dominava todos os assuntos temporais do Tibete tendo perdido essa influência em 1950. Os monges são a classe privilegiada. A partir do século XII, adquirem especial importância os lamas reencarnados, principalmente o Dalai Lama, as danças rituais, os oráculos e a ascese. Cada família é obrigada a dar um filho aos mosteiros para que se torne monge, o que revela uma cultura impregnada de tradições e conservadora.
Até 1951, o Dalai Lama exercia dois tipos de autoridade distintos: a direção espiritual e a administração da nação. O decano dos nobres é o primeiro-ministro. O órgão executivo é o conselho (Kashag) que é constituído por três nobres e um alto lama, do qual dependem a Assembleia Nacional, os ministérios, os governadores e os distritos.
A China e a Índia influenciaram fortemente o Tibete, principalmente no que diz respeito à arte.
Fazendo parte da China a partir de 1951, o Tibete encontra-se limitado a norte por este país e a sul pela Índia, Butão e Nepal.
A história do Tibete só é conhecida a partir do século VII, quando é pedida em casamento uma princesa chinesa para casar com o rei do Tibete (635). Antes desta data, sabe-se que existiram tribos nómadas (Chiang) que se instalaram, desde o século II, no Noroeste da China. No século VII, os tibetanos eram adeptos de uma forma de xamanismo (Bon), mas como as mulheres do monarca Song-tsen Gampo, fundador de Lassa, eram chinesas budistas, este mandou chamar monges da Índia. Porém, este budismo estava repleto de práticas tântricas e magias, o que levou a que fosse feita uma fusão entre este budismo e a religião Bon. A este monarca é também atribuída a criação do exército e a introdução da escrita. A importância do Tibete foi crescendo a ponto de rivalizar com as dinastias chinesas Tang e Sung, no que diz respeito ao seu poderio militar e político. Contudo, entre os nobres foi surgindo uma certa rivalidade que acabou por levar à queda da monarquia tibetana (838), à respetiva fragmentação do Tibete em principados e à aniquilação do budismo, acabando por sucumbir a dinastia reinante em 905, o que levou o Tibete a afastar-se para sempre e a ocupar o papel que hoje detém na cadeia montanhosa. Em 1042, o monge indiano Atisha restaurou o budismo e, em 1207, os nobres e os monges caíram nas mãos do temível Gengis Khan. Porém, em 1239, o Tibete foi invadido pelos Mongóis o que levou os tibetanos a confiar as suas vidas aos superiores do Mosteiro de Sakya. O Budismo corrompido só foi restaurado com a ida para o Tibete de um asceta proveniente da China Central, Tsong-kha-Pa (c. 1356-1418) que obrigou o clero ao celibato e a uma disciplina monástica rigorosa. No final do século XV, e devido às novas normas introduzidas por este monge, nasceu o lamaísmo tibetano que assenta em dois chefes: o Dalai Lama, reencarnação do Bodhisattva que reside em Lassa, e o Panchen Lama, reencarnação de Buda (Amitabha), que reside no Convento de T-shi-lhum-po.
No século XVI, o lamaísmo converteu ao budismo a Mongólia e, no século XVIII, os imperadores manchus da China intervieram no Tibete para afastar os zúngaros que o invadiam, instalando em 1720 uma base chinesa em Lassa e dando início ao protetorado sobre o Tibete que se iria manter até à revolução chinesa de 1911. Nesta altura, os ingleses, que tinham negociado um tratado com o Tibete em 7 de setembro de 1904 para a abertura de novos mercados ao comércio britânico, uma vez que a conquista da Índia era o novo centro das atenções dos ingleses e aproveitando-se da fraqueza da China que reconheceu este tratado em 1906, ajudaram os tibetanos a expulsar os chineses, restaurando-se o 13º Dalai Lama que os chineses destituíram em 1910, quando invadiram o Tibete, obrigando-o a exilar-se na Índia. Em 1914, a Convenção de Simla restituiu a independência ao Tibete. Em 1951, é novamente anexado pela China de Mao Tsé Tung e transformado numa região autónoma, levando o Dalai Lama a refugiar-se na União Indiana e desaparecendo o Tibete como nação independente, sendo o genocídio uma prática corrente contra os tibetanos.
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Como referenciar
Porto Editora – Tibete na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-09-29 10:27:37]. Disponível em
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