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tipos de carta

Introdução

Designa-se por carta uma missiva constituída por "folha ou folhas, de papel escrito, que serve de intermédio para correspondência entre pessoas ausentes".

Com o aparecimento da internet, estas missivas passaram, muitas vezes, a surgir escritas em páginas eletrónicas enviadas por e-mail. Com frequência, entre os interlocutores há um contexto de cumplicidade resultante do ambiente, das relações ou das situações que conhecem.

A carta é, desde a antiguidade, uma das formas de comunicação ou conversação escrita com pessoas ausentes. Julga-se que 4000 anos a. C., na China, e 2500 anos a. C., no Egito, já existiam redes de mensageiros (escravos ou homens livres) que faziam circular diversas missivas entre cidades e pessoas. Na antiga Roma, o imperador Augusto criou em todo o Império uma organização estatal de correio eficaz e regular.

O primeiro exemplo de carta, em tábuas de argila (a que se seguiram as de terracota) surge no fim do III milénio a. C., na Babilónia e na Assíria. Depois surgem tábuas de madeira, mas são os pergaminhos e, sobretudo, os papiros, no Egito e na Mesopotâmia, que se tornam importantes suportes para o envio de mensagens.

Na Grécia e em Roma, em especial durante a Idade Média, o pergaminho adquire grande importância na correspondência escrita. Para evitar que a carta se sujasse ou pudesse ser lida por outrem, durante um longo trajeto, começou-se a envolvê-la numa folha, que hoje é representada pelo envelope.

Marco do correio, recipiente onde é depositada a correspondência escrita para ser distribuída

Tipos de carta

A carta que se escreve a pessoas com quem se tem laços afetivos - parentes ou amigos - designa-se por carta pessoal ou familiar ; a que utiliza a língua escrita para finalidades relacionadas com negócios ou com profissão pode classificar-se como comercial, de cortesia ou de apresentação (e de candidatura ou pedido de emprego). Enquanto a primeira faz parte da correspondência particular, a segunda pode pertencer à denominada correspondência empresarial ou à correspondência oficial, conforme acontece no âmbito das empresas ou dos órgãos da administração pública.

O tom ou modo de estruturar ou formular o que se escreve, permite distinguir o tipo formal do informal. A carta comercial, de cortesia ou de apresentação é mais formal que a familiar, embora deva haver amabilidade e cortesia em qualquer uma delas.

Estrutura

Em geral, a carta não tem uma extensão obrigatória definida, mas deve ter as seguintes partes constitutivas: cabeçalho, introdução (com saudações), corpo da carta, despedida e assinatura (e em algumas ocasiões, P.S. - post-scriptum - e notas).

É imprescindível conhecer o tratamento que corresponde à pessoa a quem se dirige, tendo em conta o cargo que ocupa, a função que desempenha ou a relação que tem com o remetente, e que deve estar em consonância com o tom de amizade, de cortesia ou respeito. Importante, também, é a correção formal e a adequação do discurso à situação de comunicação.

Carta comercial, de cortesia ou de apresentação

As cartas, que surgem frequentemente como textos normativos, podem variar pelo conteúdo e pelos temas. As de cortesia, em geral, podem, de acordo com o conteúdo, ter um número infinito de possibilidades, denominando-se, por exemplo, cartas de felicitação, de recomendação, de pêsames; ou podem abarcar os mais diversos temas, desde os de índole política aos de cariz social, desportivo, religioso, cultural ou outro.

Muitas cartas comerciais dos jovens são de candidatura a emprego, podendo ser de apresentação e/ou pedido de emprego; anúncios e respostas; pedido de informações, reclamações...

A carta comercial, de cortesia ou de apresentação deve ser breve e direta. Das suas partes constitutivas deve incluir:

No início - o cabeçalho (à esquerda); identificação do emissor (possível logótipo; nome e morada da pessoa ou entidade que escreve a carta); local e data (à direita); destinatário, com o respetivo endereço (que não tem de estar tão completo como no envelope); possível referência de classificação ou arquivo, com N/Ref (a nossa referência) ou S/Ref (a sua referência); indicação do assunto, através de uma palavra ou expressão-chave;

Na introdução - saudação inicial através de vocativo, sempre seguido de vírgula (tratamento de cortesia, sem esquecer o cargo da pessoa a quem se dirige). As fórmulas mais comuns, que variam conforme a relação entre emissor e destinatário, são, por exemplo: Excelentíssimo Senhor, Distinta Senhora, Estimado amigo, Querida amiga...

No corpo da carta - contexto ou assunto. Na sua elaboração, duas ou três linhas após a saudação, convém ter em conta a clareza, a precisão, a ordem, a coerência e a apresentação. O corpo pode conter introdução (com o motivo do escrito), desenvolvimento (com a narração dos acontecimentos, ideias ou argumentação) e conclusão (com exposição concreta da nossa posição e consequência lógica da exposição).

Na despedida - de acordo com o grau de confiança, pode terminar com "sinceros cumprimentos", "atentamente", "cordialmente"...

No final - assinatura (debaixo do nome, muitas vezes, é conveniente escrever o cargo de quem escreve.)

Nota: Se após terminar a carta ficou algum detalhe importante por dizer, insere-se uma anotação final chamada P.S. (post-scriptum).

Em algumas cartas, em baixo à esquerda, surgem, em maiúsculas, as iniciais da pessoa que redigiu a carta e, em minúsculas, de quem a transcreveu, separadas por uma barra.

A carta comercial, é mais do que um simples veículo de comunicação, ela é, ainda, um veículo de promoção, exercendo um eficiente papel de Relações Públicas, pela sua linguagem adequada, convincente e persuasiva. Como cada destinatário é único, a carta deve esforçar-se por revelar esta unicidade através do recurso à criatividade. A carta comercial é frequente no mundo dos negócios, onde constitui o documento escrito mais importante, dizendo respeito à compra e venda de alguma coisa. O seu estilo não só deve permitir uma comunicação eficaz, como deve deixar uma impressão favorável na pessoa que a recebe. O seu objetivo principal é obter uma reação positiva. Para isso contribuem qualidades como: a clareza, a concisão, a precisão, o tom cortês e a correção.

As cartas de apresentação devem ser breves (com dois ou três parágrafos), formais (obedecendo às formalidades da sua posição, recorrendo às fórmulas de tratamento, apresentação e despedida), simples (com frases claras) e corretas (sem erros gramaticais e ortográficos). Na sua elaboração é necessário colocar a identificação do candidato (nome, morada e telefone); identificação do anúncio a que responde, se for o caso; título do posto de trabalho a que se candidata e da empresa; referência ao envio do currículo em anexo.

Carta familiar ou pessoal

Nas cartas mais informais inscrevem-se as pessoais, familiares ou privadas. A carta de carácter pessoal encontra-se afetada por uma grande subjetividade e traduz a expressão pessoal do emissor/destinador.

São consideradas cartas de carácter pessoal, as cartas de amor e todas as que recorrem à língua familiar, como as dirigidas aos membros da família ou aos amigos. Com frequência, o conteúdo semântico é muito pobre, redundante, e a interpretação da mensagem depende do tipo de relação e de aceitação do destinatário.

Podem ser também cartas de carácter pessoal as literárias e as doutrinárias, onde se expõem críticas e ensinamentos variados conforme a sua finalidade e o assunto que se pretende explorar. O conteúdo destas cartas é quase sempre rico, esteticamente bem construído e, muitas vezes, o seu destinatário é muito mais amplo e não aquele a quem foram dirigidas num primeiro momento. Em vários escritores, estas cartas encontram-se integradas em obras onde predomina um género literário diferente.

Muitos escritores recorreram ao discurso epistolar, tornando-se célebres as suas cartas. Basta recordar as cartas de Cícero, de Petrarca, de Rousseau, de Virgínia Wolf, ou, entre os portugueses, as cartas de Sá de Miranda, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, José Régio ou Manuel Alegre.

Carta de reclamação

Sendo a reclamação uma ação reivindicativa do que se considera como um direito, a carta de reclamação tem de defender um ponto de vista, devidamente fundamentado, sobre o objeto de protesto. A carta de reclamação é, em geral, um texto formal, mas argumentativo, que exige uma exposição clara daquilo que se reclama e raciocínios lógicos para convencer o interlocutor das nossas razões.

Como texto utilitário ou normativo, a carta de reclamação pode acontecer através da carta tradicional, de e-mail, de fax, de telegrama, de cartão ou de simples bilhetes.

Frequentemente, escreve-se uma carta de reclamação, que, em geral, tem as mesmas partes e características observadas nas cartas comerciais, ou seja:

- Destinatário : pessoa ou empresa a quem vai dirigida.
- Corpo da carta : introdução (por exemplo, "venho por este meio, reclamar", "sirvo-me da presente carta para fazer a seguinte reclamação"…); desenvolvimento, com a exposição concreta dos assuntos ou acontecimentos: data e indicação do que se reclama; conclusão, com a solicitação de uma solução para o que reclama.
- Despedida : agradecimento da atenção.
- Assinatura.

Circular

A circular é um meio de correspondência - carta, ofício, memorando ou manifesto - dirigido, ao mesmo tempo, a várias pessoas, entidades ou instituições. É, portanto, correspondência multidirecional. De acordo com a forma ou meio de correspondência da mensagem escrita, diz-se carta-circular, ofício-circular, memorando-circular ou manifesto-circular. Na circular, não se coloca nenhum destinatário específico, que surge apenas no endereçamento (muitas vezes só no envelope).

Nota: diz-se ofício se se trata de uma participação escrita, em forma de correspondência externa, usada principalmente pelos órgãos de governo, autarquias, associações, etc., endereçada aos subordinados, iguais ou superiores, em objeto de serviço público ou privado.

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Como referenciar
Porto Editora – tipos de carta na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-10-01 02:28:08]. Disponível em
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