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tuberculose

Doença infectocontagiosa provocada pelo Mycobacterium tuberculosis, uma bactéria aeróbia estrita, de multiplicação lenta, com grande capacidade de sofrer mutações e de permanecer quiescente por longos períodos (características que condicionam o tipo de manifestações clínicas, bem como o seu tratamento).

A tuberculose em Portugal mantém-se um importante problema de saúde pública, com uma incidência anual de cerca de 56 novos casos/100 000 habitantes, valor praticamente estável desde 1976, atingindo sobretudo as grandes áreas urbanas de Lisboa e Porto. Em países desenvolvidos, como a Dinamarca, a incidência é de cerca de 5/100 000. A mortalidade, atualmente e em Portugal (cerca de 4 óbitos por 100 000 habitantes/ano), tem um interesse epidemiológico pouco significativo, ao contrário da morbilidade, pelo carácter crónico e pelas sequelas que acarreta.

Radiografia de um doente com tuberculose
Camille Guérin, criador, com Albert Calmette, da vacina BCG, contra a tuberculose
A tuberculose atinge sobretudo os indivíduos do sexo masculino, dos 15 aos 35 anos.

A transmissão faz-se de pessoa a pessoa, por via inalatória em 95% dos casos (através da inalação de pequenas gotículas contendo bacilos, provenientes da expetoração dos doentes quando tossem, espirram ou falam, e mais raramente da manipulação de tecidos ou secreções infetadas pelo pessoal de saúde). As vias digestiva (outrora importante, pela ingestão de leite infetado), percutânea, amigdalina, placentária e genital são raras atualmente.

O risco de infeção depende do grau de infeciosidade do doente, das possibilidades de contacto (que aumentam com a urbanização, a promiscuidade e as más condições socioeconómicas) e da imunidade do indivíduo exposto. Uma vez o indivíduo infetado, o risco de desenvolver a doença vai depender da interação do hospedeiro e seu estado imunitário com o agente infetante e também das dimensões da reação à tuberculina. Estima-se que cerca de 10% das pessoas infetadas desenvolvem a doença, surgindo esta nos dois primeiros anos em metade dos casos.

As características do bacilo e o facto de a via inalatória ser a forma predominante de contágio fazem com que seja a tuberculose pulmonar a forma clínica mais frequente, podendo no entanto qualquer outro órgão ser atingido: gânglios linfáticos, rim, osso, meninges, etc.

Na tuberculose do aparelho respiratório, as manifestações clínicas dependem da localização e extensão da doença, bem como da virulência da infeção e do estado imunológico do hospedeiro.

O quadro clínico na criança é muitas vezes inespecífico e difícil de distinguir de outras situações, variando desde a ausência de sintomas, viragem tuberculínica, astenia, anorexia, emagrecimento, tosse e febre, até às alterações de comportamento.

No adulto, a tosse e a expetoração que persistem mais de três semanas são os sintomas mais frequentes. Outros sintomas são: hemoptise, dor torácica, febre muitas vezes vespertina, astenia, anorexia, perda de peso, sudorese noturna. É também possível que o doente esteja assintomático.

Na tuberculose extra-pulmonar, os sintomas são condicionados pelo(s) órgão(s) atingido(s) e/ou pelas suas relações de proximidade.

Na tuberculose pulmonar existem, na maior parte dos casos, alterações na radiografia do tórax. O diagnóstico da tuberculose é estabelecido pelo exame bacteriológico de expetoração, no caso da tuberculose pulmonar, ou outros produtos (líquido pleural, urina, tecidos) no caso da tuberculose extra-pulmonar. São utilizados métodos de coloração (Ziehl-Nielsen) e meios de cultura especiais (Lowenstein) para a identificação do Mycobacterium tuberculosis.

Devem ser efetuadas análises de três amostras colhidas em dias consecutivos. Em casos especiais pode haver necessidade de recorrer a outros exames mais invasivos para confirmar o diagnóstico, nomeadamente à broncofibroscopia.

O tratamento da tuberculose consiste na administração de medicamentos com atividade contra o Mycobacterium tuberculosis (antibacilares), durante pelo menos seis meses, numa toma única diária. Nos dois primeiros meses são utilizados pelo menos três antibacilares e nos quatro seguintes pelo menos dois. Em Portugal, a medicação antituberculosa é fornecida gratuitamente pelas instituições responsáveis pela luta contra a tuberculose, os CDP (Centros de Diagnóstico Pneumológico), outrora conhecidos como STDR, SLAT ou Dispensários.

A tuberculose é uma doença curável e o sucesso da terapêutica depende essencialmente do cumprimento da medicação. Os antibacilares de primeira linha são a Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida, Estreptomicina e Etambutol, todos são administrados por via oral, exceto a Estreptomicina, que é administrada por via intra-muscular.

São importantes os efeitos secundários da medicação, nomeadamente sobre a função hepática, renal, o sistema nervoso, as reações alérgicas, a interferência com outras medicações, como é o caso dos anticoncetivos orais, antidiabéticos, antiepiléticos, bem como a potenciação da toxicidade hepática por outros tóxicos, nomeadamente o álcool.

A prevenção da tuberculose passa em primeiro lugar pelo diagnóstico e tratamento eficaz dos casos contagiosos (o risco de contágio diminui depois de duas-três semanas de tratamento); pelo rastreio de grupos de risco: indivíduos com queixas suspeitas, conviventes com doentes, portadores de doenças (neoplasias, infeção HIV) ou sujeitos a terapêuticas que alterem a imunidade, residentes em áreas ou locais de risco (hospitais, lares, prisões); pela vacinação BCG; pela administração profilática de medicação (quimioprofilaxia) aos indivíduos em risco de contágio (crianças, imunodeprimidos em contacto com doentes contagiosos); e pelo tratamento dos indivíduos infetados com maior risco de desenvolver a doença (crianças não vacinadas com BCG e com prova de tuberculina positiva, adultos em que foi documentada "conversão" tuberculínica nos últimos dois anos).

A 24 de março, assinala-se o Dia Mundial da Tuberculose.

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Como referenciar
Porto Editora – tuberculose na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-28 07:15:48]. Disponível em
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