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Vanir
Venerados principalmente na Suécia, os Vanir ou Vanes são uma das castas de deuses existentes na mitologia nórdica, sendo a outra a dos Aesir ou Ases (às vezes a distinção entre uns e outros não é muito clara, chegando a haver confusões).
Os Vanir viviam num palácio chamado Vanaheim ("casa dos Vanir") e eram deuses mais pacíficos que os Aesir, associados à terra, ao culto dos mortos, à fertilidade e à agricultura. A esta casta pertenciam Freyr, Freya e seu pai Njord. Este último foi por Tácito, historiador romano, considerado uma divindade feminina chamada Nerthus. Este caso pode resultar do facto de existirem deuses andróginos ou sem sexo definido numa fase inicial da mitologia nórdica e também de no início ser venerada com este nome uma divindade que representava a Terra-Mãe, sendo casada com Freyr, um deus da procriação. Mas posteriormente Nerthus transformou-se no deus Njord e Freyr em seu filho. Njord casou-se com Skadi (que representa as terras nevadas do Norte), depois dela querer vingar o seu pai Thjazi, um gigante, atacando os Aesir. Recusando o ataque, estes propuseram-lhe escolher um deles para desposar, pois não se queriam bater com ela. Skadi viu chegada a oportunidade de se casar com Balder, aquele que amava; mas como apenas podia escolher a partir dos pés descalços porque se tinham escondido atrás de um cortinado não soube reconhecer os pés de Balder e escolheu Njord. Respeitou a promessa e desposou-o indo os dois morar para o palácio dos antepassados de Skadi na montanha. Njord ao fim de algum tempo sentiu-se deprimido com tanta neve e foi viver para ao pé do mar, separando-se de Skadi.
Fornecedores de fortuna, os deuses, Njord e Freyr, eram também protetores da navegação estando relacionados com a água e mais concretamente com os barcos. Freyr tem um navio mágico feito pelos anões, o Skidbladnir, que não precisa de piloto e navega mais rápido que qualquer outro, onde cabem todos Aesir e que se pode dobrar depois de ser usado. Este navio é a transposição divina dos barcos processionais desmontáveis escandinavos que subsistiram na Finlândia até ao século XIX.
Foi em Upsala, na Suécia, que se erigiu o templo mais sumptuoso a Freyr, deus do amor, das orgias e do dinheiro, havendo festas em sua honra e sacrifícios humanos e animais. Tinha uma espada que se brandia sozinha (símbolo do falo), que perdeu nos combates com os Gigantes para conquistar Gerda, a sua amada. A perda desta espada foi a causa da sua morte no dia de Ragnarok. Tinha também um cavalo que transpunha todos os obstáculos e um carro de oiro mais rápido que todos os cavalos, em forma de javali, feito pelos anões, e que incendiava a noite assim que aparecia.
Freyr apaixonou-se pela bela gigante Gerda (que representava a terra a ser fecundada), filha de Gymir, quando um dia observava o mundo do trono de Odin. Emprestou então a espada e o cavalo a Skirnir ("o Cintilante") para que vencesse os perigos quando fosse pedir a mão de Gerda. Mas esta só aceitou casar-se com Freyr sob ameaça de ser relegada para as profundezas no extremo do mundo por meio de uma vara com runas mágicas que Skinir encontrara na floresta. No entanto Freyr teve ainda de esperar nove noites para se encontrar com ela numa floresta sagrada e lutar várias vezes com os Gigantes para conseguir Gerda.
Os Vanir mandaram uma vez aos Aesir a deusa Gullveig, como mensageira. Estes torturaram-na para lhe extrair as riquezas e os Vanir exigiram como compensação terem direito aos mesmos sacrifícios por parte dos homens que os Aesir ou uma quantia avultada de dinheiro. Os Aesir encetaram uma guerra que terminou com a partilha dos direitos como iguais com os Vanir. Foi nesta altura que foram trocados como penhores Njord e Freyr por Mimir e Hoenir, dos Aesir. É por esta razão que muitas vezes se referem erradamente Freyr e Njord como deuses Aesir. Mais tarde, os Vanir verificaram que Hoenir não os conseguia governar sem a ajuda de Mimir e deceparam a cabeça deste último, mandando-a a Odin. Este, no entanto, não se vingou, limitando-se a ressuscitar a cabeça cortada.
Freyja, irmã de Freyr, era a mais importante das Valquírias e muitas vezes confundida com Frigg ou Frija, mulher de Odin. Morava no Folkwang, um palácio no céu, onde acolhia a metade dos guerreiros que lhe cabia de cada batalha. Era deslumbrantemente bela, lúbrica, e a sua predileção por joias fez com que passasse uma noite com cada um dos anões para que lhe fizessem um colar de ouro, chamado Brisingamen. Esta deusa tinha um carro puxado por gatos (que representam a sensualidade) e era assimilada por vezes à deusa da fecundidade Geffion (talvez por também ser chamada de Gefn e Guefjun), que teve um culto especial na ilha de Seeland, na Suécia. Estava também ligada à magia negra com sacerdotisas a seu serviço.
Os deuses Vanir estavam também relacionados com o culto muito comum do falo (fecundidade), como se pode verificar em pinturas rupestres, pedras com inscrições rúnicas e pequenas estatuetas usadas como amuletos.
Os Vanir viviam num palácio chamado Vanaheim ("casa dos Vanir") e eram deuses mais pacíficos que os Aesir, associados à terra, ao culto dos mortos, à fertilidade e à agricultura. A esta casta pertenciam Freyr, Freya e seu pai Njord. Este último foi por Tácito, historiador romano, considerado uma divindade feminina chamada Nerthus. Este caso pode resultar do facto de existirem deuses andróginos ou sem sexo definido numa fase inicial da mitologia nórdica e também de no início ser venerada com este nome uma divindade que representava a Terra-Mãe, sendo casada com Freyr, um deus da procriação. Mas posteriormente Nerthus transformou-se no deus Njord e Freyr em seu filho. Njord casou-se com Skadi (que representa as terras nevadas do Norte), depois dela querer vingar o seu pai Thjazi, um gigante, atacando os Aesir. Recusando o ataque, estes propuseram-lhe escolher um deles para desposar, pois não se queriam bater com ela. Skadi viu chegada a oportunidade de se casar com Balder, aquele que amava; mas como apenas podia escolher a partir dos pés descalços porque se tinham escondido atrás de um cortinado não soube reconhecer os pés de Balder e escolheu Njord. Respeitou a promessa e desposou-o indo os dois morar para o palácio dos antepassados de Skadi na montanha. Njord ao fim de algum tempo sentiu-se deprimido com tanta neve e foi viver para ao pé do mar, separando-se de Skadi.
Fornecedores de fortuna, os deuses, Njord e Freyr, eram também protetores da navegação estando relacionados com a água e mais concretamente com os barcos. Freyr tem um navio mágico feito pelos anões, o Skidbladnir, que não precisa de piloto e navega mais rápido que qualquer outro, onde cabem todos Aesir e que se pode dobrar depois de ser usado. Este navio é a transposição divina dos barcos processionais desmontáveis escandinavos que subsistiram na Finlândia até ao século XIX.
Foi em Upsala, na Suécia, que se erigiu o templo mais sumptuoso a Freyr, deus do amor, das orgias e do dinheiro, havendo festas em sua honra e sacrifícios humanos e animais. Tinha uma espada que se brandia sozinha (símbolo do falo), que perdeu nos combates com os Gigantes para conquistar Gerda, a sua amada. A perda desta espada foi a causa da sua morte no dia de Ragnarok. Tinha também um cavalo que transpunha todos os obstáculos e um carro de oiro mais rápido que todos os cavalos, em forma de javali, feito pelos anões, e que incendiava a noite assim que aparecia.
Freyr apaixonou-se pela bela gigante Gerda (que representava a terra a ser fecundada), filha de Gymir, quando um dia observava o mundo do trono de Odin. Emprestou então a espada e o cavalo a Skirnir ("o Cintilante") para que vencesse os perigos quando fosse pedir a mão de Gerda. Mas esta só aceitou casar-se com Freyr sob ameaça de ser relegada para as profundezas no extremo do mundo por meio de uma vara com runas mágicas que Skinir encontrara na floresta. No entanto Freyr teve ainda de esperar nove noites para se encontrar com ela numa floresta sagrada e lutar várias vezes com os Gigantes para conseguir Gerda.
Os Vanir mandaram uma vez aos Aesir a deusa Gullveig, como mensageira. Estes torturaram-na para lhe extrair as riquezas e os Vanir exigiram como compensação terem direito aos mesmos sacrifícios por parte dos homens que os Aesir ou uma quantia avultada de dinheiro. Os Aesir encetaram uma guerra que terminou com a partilha dos direitos como iguais com os Vanir. Foi nesta altura que foram trocados como penhores Njord e Freyr por Mimir e Hoenir, dos Aesir. É por esta razão que muitas vezes se referem erradamente Freyr e Njord como deuses Aesir. Mais tarde, os Vanir verificaram que Hoenir não os conseguia governar sem a ajuda de Mimir e deceparam a cabeça deste último, mandando-a a Odin. Este, no entanto, não se vingou, limitando-se a ressuscitar a cabeça cortada.
Freyja, irmã de Freyr, era a mais importante das Valquírias e muitas vezes confundida com Frigg ou Frija, mulher de Odin. Morava no Folkwang, um palácio no céu, onde acolhia a metade dos guerreiros que lhe cabia de cada batalha. Era deslumbrantemente bela, lúbrica, e a sua predileção por joias fez com que passasse uma noite com cada um dos anões para que lhe fizessem um colar de ouro, chamado Brisingamen. Esta deusa tinha um carro puxado por gatos (que representam a sensualidade) e era assimilada por vezes à deusa da fecundidade Geffion (talvez por também ser chamada de Gefn e Guefjun), que teve um culto especial na ilha de Seeland, na Suécia. Estava também ligada à magia negra com sacerdotisas a seu serviço.
Os deuses Vanir estavam também relacionados com o culto muito comum do falo (fecundidade), como se pode verificar em pinturas rupestres, pedras com inscrições rúnicas e pequenas estatuetas usadas como amuletos.
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Como referenciar
Porto Editora – Vanir na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-04 21:53:38]. Disponível em
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