Velas
Aspetos Geográficos
Vila e sede do concelho, Velas localiza-se na Região Autónoma dos Açores (NUT II e NUT III), na ilha de São Jorge, ilha pertencente ao grupo central do arquipélago dos Açores. O concelho é limitado a leste pelo concelho de Calheta, ocupando uma superfície de 119,1 km2, distribuída por seis freguesias: Norte Grande (Neves), Rosais, Manadas (Santa Bárbara), Santo Amaro, São Jorge e Urzelina (São Mateus).
Em 2001, o concelho apresentava 5605 habitantes.
O clima nesta região é ameno e húmido, com temperaturas médias que oscilam entre os 14 ºC e os 22 ºC, e com uma precipitação regular ao longo do ano, responsável pela fertilidade dos solos e pela existência de alguns recursos hídricos, de que são exemplo as ribeiras da Fonte e do Belo. O relevo é caracterizado por basaltos e aglomerados, sendo constituído por diferentes formações geológicas, nomeadamente: Fajã do João Dias, Fajã da Ponte Furada, Morro Grande (150 m), monte Trigo (503 m), Pico Pelado (475 m) e Pico do Carvão (954 m).
História e Monumentos
A ilha de S. Jorge foi descoberta em meados do século XV, iniciando-se o seu povoamento entre 1439 e 1470. Velas recebeu o foral de vila no final do século XV. A economia do concelho baseava-se no cultivo da vinha e do trigo e na exportação de pastel e urzelina para as tinturarias da Flandres e Europa, conhecendo nessa altura algum desenvolvimento económico. A ocupação espanhola e o facto de não oferecer bons portos de abrigo levaram a que a ilha de S. Jorge não prosperasse como as ilhas vizinhas. No entanto, sofreu vários ataques de corsários durante os séculos XVI a XVIII, incluindo dos famosos corsários conde Essex e Du-Gnay-Trouin. Além disso, nesse período a população esteve sujeita a várias calamidades, tais como sismos, erupções vulcânicas e maus anos de colheitas, acabando por conduzir a um ainda maior isolamento da ilha.
No século XX a construção do aeroporto e a reabilitação dos portos de Calheta e Velas promoveram o desenvolvimento económico da região.
Do património arquitetónico de Velas destacam-se a igreja matriz, que substituiu o edifício mandado erguer pelo Infante D. Henrique, e a Igreja da Misericórdia Velha.
No concelho existem várias capelas, nomeadamente a Capela de Nossa Senhora do Rosário, que pertenceu ao antigo Convento das Freiras de Santa Clara, a Capela de São João, de meados do século XIX, a Capela de Santo André, a Capela de Nossa Senhora do Pilar, de fins do século XVIII, a Capela das Almas, a Capela de Nossa Senhora da Piedade, a Capela de Santa Ana e a Capela de São Pedro.
É de referir ainda os paços do concelho, do século XVIII, de estilo barroco açoriano, com as suas colunas salomónicas. Alberga um espólio documental que remonta aos séculos XVI e XVII.
Tradições, Lendas e Curiosidades
A atividade cultural no concelho é marcada pelas Festas do Espírito Santo, celebradas em praticamente todas as ilhas. Estas festas estão ligadas aos primeiros colonos, que assim pediam proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa. Estas festas incluem as touradas à corda, uma tradição importada da vizinha Terceira. De destacar também a Semana Cultural de Velas, em julho.
No artesanato, a ilha oferece as rendas, as colchas de tear ou de ponto alto, feitas de lã e muito coloridas, e a viola de arame usada nas festas da ilha.
A personalidade ligada ao concelho que mais se distinguiu foi Francisco Lacerda (1869-1934), um compositor e maestro reconhecido na Europa.
Ainda no aspeto cultural, são de referir o Museu de Arte Sacra, sediado na igreja matriz, e a Casa de Artesanato do município.
Neste concelho, na povoação de Rosais, conta-se a lenda das rosas de Rosais que reza assim: Lúcia e João estavam apaixonados e prometidos desde crianças por acordo das famílias de ambos, pelo que resolveram marcar a boda assim que se tornaram adultos. Na véspera do casamento, João foi chamado para a guerra. A notícia deixou-os bastante abalados e tristes. Antes de partir e para consolar a amada, que não parava de chorar, disse-lhe para pedirem a Nossa Senhora um sinal: enquanto ele estivesse vivo, um terreno junto a suas casas permaneceria sem vegetação, mas se ele fosse ferido e morresse brotariam espontaneamente rosas vermelhas daquele chão. E João lá partiu para cumprir o seu dever. O tempo foi passando, os anos foram-se sucedendo, até que ao terceiro ano Lúcia deixa de receber notícias do noivo. Ela ficou desesperada mas, como não brotava nenhuma rosa vermelha, mantinha a esperança. Certo dia, chegou um frade com notícias de João. Estiveram presos juntos e João, muito fraco e doente, pedira ao frade que fosse falar com a noiva e a confortasse pela sua morte. O frade olhou pela janela e viu o descampado encher-se de rosas vermelhas. Lúcia faz então um novo pedido a Nossa Senhora: que espalhasse no campo rosas brancas quando ela morresse. No dia seguinte, aconteceu um novo milagre: surgiram rosas brancas junto às vermelhas e Lúcia dormiu para sempre. E assim a povoação passou a chamar-se Rosais.
Economia
Velas é um concelho quase exclusivamente dedicado ao setor primário, nas áreas da exploração agrícola e florestal, em que 52,1% e 42% da área do concelho constituem a área agrícola e a florestal, respetivamente. A agricultura é praticada em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, culturas permanentes de citrinos, batata e vinha, culturas temporárias de cereais para grão, prados, pastagens permanentes e prados temporários. O parque florestal é constituído essencialmente por cedros, zimbros e loureiros.
No que respeita à pecuária, os bovinos, os suínos e as aves constituem as principais espécies de criação de gado.
Quanto ao setor secundário, as atividades desenvolvem-se nas áreas das indústrias de laticínios, de conserva de peixe, de madeira e de fabrico de blocos. Destaque para o queijo de S. Jorge, fabricado na ilha, e que é exportado para a Europa. No setor terciário, essencialmente dedicado ao turismo, as principais atividades e atrações turísticas que se podem encontrar no concelho e por toda a ilha são a pesca desportiva, mergulho, observação submarina, caça, caminhadas e passeios.
Vila e sede do concelho, Velas localiza-se na Região Autónoma dos Açores (NUT II e NUT III), na ilha de São Jorge, ilha pertencente ao grupo central do arquipélago dos Açores. O concelho é limitado a leste pelo concelho de Calheta, ocupando uma superfície de 119,1 km2, distribuída por seis freguesias: Norte Grande (Neves), Rosais, Manadas (Santa Bárbara), Santo Amaro, São Jorge e Urzelina (São Mateus).
Em 2001, o concelho apresentava 5605 habitantes.
História e Monumentos
A ilha de S. Jorge foi descoberta em meados do século XV, iniciando-se o seu povoamento entre 1439 e 1470. Velas recebeu o foral de vila no final do século XV. A economia do concelho baseava-se no cultivo da vinha e do trigo e na exportação de pastel e urzelina para as tinturarias da Flandres e Europa, conhecendo nessa altura algum desenvolvimento económico. A ocupação espanhola e o facto de não oferecer bons portos de abrigo levaram a que a ilha de S. Jorge não prosperasse como as ilhas vizinhas. No entanto, sofreu vários ataques de corsários durante os séculos XVI a XVIII, incluindo dos famosos corsários conde Essex e Du-Gnay-Trouin. Além disso, nesse período a população esteve sujeita a várias calamidades, tais como sismos, erupções vulcânicas e maus anos de colheitas, acabando por conduzir a um ainda maior isolamento da ilha.
No século XX a construção do aeroporto e a reabilitação dos portos de Calheta e Velas promoveram o desenvolvimento económico da região.
Do património arquitetónico de Velas destacam-se a igreja matriz, que substituiu o edifício mandado erguer pelo Infante D. Henrique, e a Igreja da Misericórdia Velha.
No concelho existem várias capelas, nomeadamente a Capela de Nossa Senhora do Rosário, que pertenceu ao antigo Convento das Freiras de Santa Clara, a Capela de São João, de meados do século XIX, a Capela de Santo André, a Capela de Nossa Senhora do Pilar, de fins do século XVIII, a Capela das Almas, a Capela de Nossa Senhora da Piedade, a Capela de Santa Ana e a Capela de São Pedro.
É de referir ainda os paços do concelho, do século XVIII, de estilo barroco açoriano, com as suas colunas salomónicas. Alberga um espólio documental que remonta aos séculos XVI e XVII.
Tradições, Lendas e Curiosidades
A atividade cultural no concelho é marcada pelas Festas do Espírito Santo, celebradas em praticamente todas as ilhas. Estas festas estão ligadas aos primeiros colonos, que assim pediam proteção contra os desastres naturais. O ritual inclui a coroação de uma criança, que usa o cetro e uma placa de prata, símbolos do Espírito Santo, tendo lugar uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa. Estas festas incluem as touradas à corda, uma tradição importada da vizinha Terceira. De destacar também a Semana Cultural de Velas, em julho.
No artesanato, a ilha oferece as rendas, as colchas de tear ou de ponto alto, feitas de lã e muito coloridas, e a viola de arame usada nas festas da ilha.
A personalidade ligada ao concelho que mais se distinguiu foi Francisco Lacerda (1869-1934), um compositor e maestro reconhecido na Europa.
Ainda no aspeto cultural, são de referir o Museu de Arte Sacra, sediado na igreja matriz, e a Casa de Artesanato do município.
Neste concelho, na povoação de Rosais, conta-se a lenda das rosas de Rosais que reza assim: Lúcia e João estavam apaixonados e prometidos desde crianças por acordo das famílias de ambos, pelo que resolveram marcar a boda assim que se tornaram adultos. Na véspera do casamento, João foi chamado para a guerra. A notícia deixou-os bastante abalados e tristes. Antes de partir e para consolar a amada, que não parava de chorar, disse-lhe para pedirem a Nossa Senhora um sinal: enquanto ele estivesse vivo, um terreno junto a suas casas permaneceria sem vegetação, mas se ele fosse ferido e morresse brotariam espontaneamente rosas vermelhas daquele chão. E João lá partiu para cumprir o seu dever. O tempo foi passando, os anos foram-se sucedendo, até que ao terceiro ano Lúcia deixa de receber notícias do noivo. Ela ficou desesperada mas, como não brotava nenhuma rosa vermelha, mantinha a esperança. Certo dia, chegou um frade com notícias de João. Estiveram presos juntos e João, muito fraco e doente, pedira ao frade que fosse falar com a noiva e a confortasse pela sua morte. O frade olhou pela janela e viu o descampado encher-se de rosas vermelhas. Lúcia faz então um novo pedido a Nossa Senhora: que espalhasse no campo rosas brancas quando ela morresse. No dia seguinte, aconteceu um novo milagre: surgiram rosas brancas junto às vermelhas e Lúcia dormiu para sempre. E assim a povoação passou a chamar-se Rosais.
Economia
Velas é um concelho quase exclusivamente dedicado ao setor primário, nas áreas da exploração agrícola e florestal, em que 52,1% e 42% da área do concelho constituem a área agrícola e a florestal, respetivamente. A agricultura é praticada em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, culturas permanentes de citrinos, batata e vinha, culturas temporárias de cereais para grão, prados, pastagens permanentes e prados temporários. O parque florestal é constituído essencialmente por cedros, zimbros e loureiros.
No que respeita à pecuária, os bovinos, os suínos e as aves constituem as principais espécies de criação de gado.
Quanto ao setor secundário, as atividades desenvolvem-se nas áreas das indústrias de laticínios, de conserva de peixe, de madeira e de fabrico de blocos. Destaque para o queijo de S. Jorge, fabricado na ilha, e que é exportado para a Europa. No setor terciário, essencialmente dedicado ao turismo, as principais atividades e atrações turísticas que se podem encontrar no concelho e por toda a ilha são a pesca desportiva, mergulho, observação submarina, caça, caminhadas e passeios.
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Como referenciar
Porto Editora – Velas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-05-30 18:06:39]. Disponível em
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