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verbo

Na gramática tradicional, o verbo é uma palavra de forma variável, ou seja, sujeita a flexão, que exprime uma ação, um processo ou um estado dentro um certo enquadramento temporal.
Morfologicamente, o verbo varia em modo/tempo1 e número/pessoa, sendo estas informações fornecidas através das desinências que terminam as formas verbais, ou seja, os seus morfemas. Por exemplo, reconhecemos a marca do tempo Pretérito Imperfeito do modo Indicativo de um verbo de primeira conjugação pela sua terminação -va (amava), que é manifestada pela terminação -ia nas segunda e terceira conjugações (corria/ dormia). Por outro lado, reconhecemos a marca de 1.ª pessoa do plural (número) também pela terminação - mos (amamos/ sabemos/ partimos). De acordo com a vogal temática de onde provém a etimologia do verbo, existem três conjugações: a primeira, com vogal temática <a>, corresponde a verbos com infinitivo terminado em -ar (levar, viajar, andar); a segunda, com vogal temática <e>, corresponde a verbos com infinitivo terminado em -er (correr, saber, e o caso irregular de pôr); a terceira com vogal temática <i>, corresponde a verbos com infinitivo terminado em -ir (dormir, despir, seguir). O verbo varia assim em:
pessoa, de acordo com o sujeito da enunciação (1.ª - eu/nós, 2.ª - tu/vós, 3.ª - ele/ela/eles/elas);
• em número, segundo a quantidade de sujeitos implicados na enunciação (singular - eu, tu, ele/ela/você e plural - nós, vós, eles/elas/vocês);
• em tempo, conforme o momento em que se dá o facto expresso pelo verbo (presente, passado e futuro);
• em modo, segundo a atitude do falante em relação ao conteúdo do enunciado (Indicativo, Conjuntivo, Imperativo, Infinitivo, Condicional2);
• em voz, segundo a perspetiva que se tem do acontecer verbal; se a perspetiva é feita a partir do sujeito/ agente, estamos perante a voz ativa (ex: A Joana disse mentiras); se é feita a partir do objeto direto que sofre a ação, estamos perante a voz passiva (ex: Mentiras foram ditas pela Joana); se se distancia quer do sujeito, quer do objeto direto, diluindo-se o sujeito/ agente estamos no caso da voz média (ex: Disseram-se mentiras);
• em aspeto, conforme a forma como decorre a ação verbal, que pode ser acabado (ex: Acabei de chegar.), frequentativo, habitual e inacabado (ex: Ando a estudar espanhol há dois anos; Continuo a ir ao cinema às segundas-feiras); além da designada conjugação perifrástica (ver) o aspeto exprime-se em português também em alguns tempos verbais, como por exemplo pela oposição Pretérito Perfeito (=ação acabada) vs Pretérito Imperfeito (= ação inacabada).
Por outro lado, o sentido e a construção de verbos levou a contrapor aos verbos de sentido pleno, os verbos auxiliares, que podem ser de diversas naturezas: verbos auxiliares de tempos compostos (ter e haver), verbos auxiliares de modo ou verbos modais (poder, ter de, querer, dever), verbos auxiliares de voz passiva (ser, estar), verbos auxiliares de aspeto (andar a, estar a, continuar a, deixar de, ficar a, etc.).
Desempenhando a função sintática de predicado da oração, constituindo assim o núcleo à volta do qual se organizam os outros constituintes, os verbos são classificados sintaticamente segundo o número e o tipo de complementos que selecionam e que a ele se subordinam. Assim, temos verbos:
transitivos (diretos e/ou indiretos), quando selecionam um complemento direto (Viste aquele filme?), ou um complemento indireto (Telefonei à minha namorada) ou ambos os complementos (Vou oferecer-te um perfume);
intransitivos, quando apenas possuem sujeito, não selecionando nenhum complemento (Eles partiram; ontem nevou ; aconteceu um imprevisto);
preposicionais, quando selecionam um complemento obrigatório que é introduzido por uma preposição (Gosto de flores; Fui a Lisboa);
predicativos, quando selecionam um sintagma nominal com função de predicativo do sujeito (O meu pai é professor);
impessoais, quando não possuem sujeito, pelo que apenas se utilizam na 3.ª pessoa do singular (Chove; sardinhas assadas);
unipessoais, quando a ação é específica de uma determinada espécie (ladrar, balir, miar, cacarejar).
Ainda no que respeita à flexão, segundo a gramática tradicional, os verbos podem ser regulares, quando seguem do paradigma de conjugação normal (andar, correr, partir), ou irregulares, quando apresentam alterações significativas de radical (ex: sei, sabes, saiba, soube, saberei). Quando os verbos não se conjugam em todas as suas formas, designam-se por defectivos (ex: reaver, falir, haver = com significado de existir).
Em sentidos figurados, os verbos impessoais (chover, trovejar), unipessoais (ladrar, miar) e defetivos (banir, falir, colorir, etc.) podem ser usados em todas as formas verbais, como, por exemplo, em textos literários (nuvem: "Eu chovi toda a manhã de tristeza" - onde se subentende "eu chorei...").
NOTA:
1As informações de modo/tempo e número/pessoa vêm amalgamadas e emparelhadas, ou seja, é por exemplo um único morfema -ria (amaria) que indica o modo do Condicional e o tempo Presente. É também um único morfema -s que indica 2.ª pessoa do singular (sabes, sabias, saberás). Apenas o Pretérito Perfeito do Indicativo possui um paradigma especial que reúne num morfema as quatro informações modo/tempo/número/pessoa.
2Esta é a proposta da Gramática Tradicional. Existem outras propostas que consideram apenas três modos: indicativo, conjuntivo e imperativo.
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Como referenciar
Porto Editora – verbo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-06-08 05:34:25]. Disponível em
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