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A Caverna
A Caverna, publicada em 1999, é uma novela do escritor português José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998.
Centrada no espaço fechado de um Centro Comercial acabado de construir, ofuscado pelo "Néon ", a ação desenvolve-se em torno de um agregado familiar - a família de Cipriano Algós - que, vivendo, até então, da feitura de bonecos artesanais, começa a ver a luz a extinguir-se ao fundo do túnel, incapaz de se adaptar às regras impostas pela nova realidade consumista.
Personagens fundamentais no desenvolvimento da intriga, a Família Algós (Cipriano, filha e genro) representa a tentativa de resistir e sobreviver à ameaça das grandes superfícies; por seu lado, o Centro Comercial (enquanto personagem coletiva) personifica o consumo desenfreado que caracteriza os nossos dias. De facto, indiferente à morte lenta do negócio artesanal que sustinha aquele agregado, o Centro Comercial limita-se a dizer-lhe: " Morre, já não necessito de ti".
Retomando o mito da Caverna de Platão, o autor, através da metáfora do Centro Comercial, retrata-nos o mundo atual como um mundo que caminha para uma "morte anunciada", perante a incapacidade e ausência de vontade de mudar o rumo dos acontecimentos.
Observador e empenhado, o narrador conta-nos histórias que deixam perceber a relação das pessoas com o sistema, que as envolve e as abafa, não as deixando escapar das amarras globalizantes.
Como toda a obra literária do autor, A Caverna reflete um conjunto de preocupações sociais face a um mundo que naufraga, como consequências de políticas assentes no neoliberalismo selvagem.
Centrada no espaço fechado de um Centro Comercial acabado de construir, ofuscado pelo "Néon ", a ação desenvolve-se em torno de um agregado familiar - a família de Cipriano Algós - que, vivendo, até então, da feitura de bonecos artesanais, começa a ver a luz a extinguir-se ao fundo do túnel, incapaz de se adaptar às regras impostas pela nova realidade consumista.
Personagens fundamentais no desenvolvimento da intriga, a Família Algós (Cipriano, filha e genro) representa a tentativa de resistir e sobreviver à ameaça das grandes superfícies; por seu lado, o Centro Comercial (enquanto personagem coletiva) personifica o consumo desenfreado que caracteriza os nossos dias. De facto, indiferente à morte lenta do negócio artesanal que sustinha aquele agregado, o Centro Comercial limita-se a dizer-lhe: " Morre, já não necessito de ti".
Observador e empenhado, o narrador conta-nos histórias que deixam perceber a relação das pessoas com o sistema, que as envolve e as abafa, não as deixando escapar das amarras globalizantes.
Como toda a obra literária do autor, A Caverna reflete um conjunto de preocupações sociais face a um mundo que naufraga, como consequências de políticas assentes no neoliberalismo selvagem.
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Como referenciar
Porto Editora – A Caverna na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-15 14:51:40]. Disponível em
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