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A China até ao Tempo dos Song: III-XIII
Os quatro séculos que se seguiram à deposição do último imperador Han por Ts'ao Ts'ao representaram para a China um período de desmembramento, guerras civis e invasões.
Foi dividida em três reinos: Wei, no Norte, comandado por Ts'ao Pi, filho de Ts'ao Ts'ao; Wu, no Sul do rio Amarelo, governado pela dinastia Sun; e Shu, a oeste, na atual Szechuan, governado pela família Liu, aliada da dinastia Sun, fundado por Liu Pei, continuador da dinastia Han.
Este período dos Três Reinos (220-265) mostrou à China a incapacidade de resistir à pressão bárbara, sendo o Norte invadido.
É no desenrolar deste período conturbado que se afirma o poder económico da bacia do rio Azul, ao qual se junta o grande contingente de refugiados vindos do Norte.
Sob esta pressão, a China torna-se permeável ao budismo.
A luta entre estes reinos terminou em 280, nas mãos da dinastia dos Ch'in ocidentais (265-316) que acabaram com a família Ts'ao (do reino dos Wei) em 265.
O primeiro imperador dos Ch'in ocidentais foi Ssu-ma Yen, general do Norte, que reunificou a China.
Sob o seu governo, o reino Wei, central, reafirmou a sua autoridade sobre as regiões do Sudoeste e do Sul, duas zonas que conheciam um novo desenvolvimento económico.
O triunfo dos Wei radicava na maior concentração de produtividade agrícola e no abastecimento de água como meio de fortalecer o poder militar.
Desde 241 que milhares de homens se encontravam acantonados no rio Huai como colonos, para defenderem a fronteira do Sul e ajudar à armazenagem de grão para futuras campanhas.
Os homens ricos locais perderam os seus seguidores, mas a tendência da época não tardou em transformar os funcionários colocados em seu lugar em novos homens poderosos.
Assim, evitando um confronto e recorrendo à guerra económica de desgaste, os Wei conseguiram aniquilar Shu, em 264, e Wu, em 280.
Em 316, as províncias do Norte passaram para as mãos dos povos das estepes e os Ch'in fugiram para o Sul, para Nanquim, junto do rio Amarelo, onde fundaram a debilitada dinastia dos Ch'in orientais (317-420).
Uma série de pressões acabou com a dinastia dos Ch'in ocidentais e manteve a fragmentação da China durante 273 anos.
Os períodos de guerra civil eram os momentos de maior perigo porque os grupos rivais sentiam-se tentados a chamar em sua ajuda grupos de guerreiros bárbaros.
Foi o que aconteceu em 304, quando os bárbaros nómadas apoiaram um príncipe e os tártaros apoiaram outro.
Desta feita, em 311, Loyang foi saqueada e o imperador capturado.
Em 316, o último imperador dos Ch'in ocidentais foi feito prisioneiro e Ch'ang-an destruída.
Ao primeiro imperador dos Ch'in ocidentais, Ssu-ma Yen, se deve a perda das províncias do Norte, quando permitiu que os seus 25 filhos governassem zonas separadas, debilitando o governo central do império, restaurando e estimulando a fragmentação em zonas quase feudais.
O conflito militar que eclodiu com a sua morte foi a grande oportunidade para os nómadas.
Porém, os invasores não conquistaram a China debilitada.
No ano 383, o pequeno exército dos Ch'in orientais obteve uma vitória sobre os nómadas, o que confirmou a independência dos chineses que viviam a sul do rio Huai.
A partir de 316, o Norte da China foi um campo de batalha de príncipes bárbaros rivais que, por sua vez, foram vítimas de novas invasões dos povos das estepes.
Foi aqui que apareceu uma nova ameaça: a dos tártaros toba. Este novo povo, os Toba-Wei (386-554), que fundaram uma nova dinastia, conseguiram submeter os diferentes reinos e unificar as províncias do Norte, em 439.
A sinização dos povos nómadas, consequência da sedentarização e de uma notável capacidade assimiladora da cultura chinesa, abriu o caminho para a reunificação imperial que ocorreu em 589, quando o general tártaro Yang Chien subiu ao trono no Norte e conquistou as províncias meridionais, fundando a dinastia Sui.
Foi com o impulso desta dinastia que a China conheceu um longo período de unidade e prosperidade, sob os impérios Tang e Song, herdeiros da reunificação.
Em 618, uma sublevação eleva ao trono os Tang.
Herdeiros tanto da organização administrativa como da composição da classe dirigente dos estados bárbaros, os Tang sucederam à curta dinastia Sui e desenvolveram uma forma governamental e administrativa de sucesso à maneira dos Sui e estimularam um florescimento cultural e artístico que originou uma verdadeira idade de ouro na China.
Portadora de uma grande tradição militar e de grandes manadas de cavalos que resultaram no instrumento vital das suas conquistas, a dinastia Tang estabeleceu, desde o século VII, o seu domínio à Ásia Central e Oriental e, mais tarde, à Coreia e à Manchúria.
No início do século VIII, a dinastia Tang alcança o seu apogeu de riqueza e poder, destacando-se uma época gloriosa para as artes.
A aristocracia ameaçada, assassinada e posta de lado, sob as ordens da imperatriz Wu Zitian que fundou a dinastia Zhou, foi restaurada e assistiu a uma era de reformas.
Na segunda metade do século VIII (756-763), uma rebelião militar dos generais não chineses, liderada por Anlushan, eclodiu no Noroeste e, rapidamente se disseminou, forçando o imperador a fugir para o Ocidente, para Szechwan.
A partir desta altura, a história da expansão chinesa sofre uma viragem. Após a retirada dos chineses da Ásia Central, em consequência desta rebelião militar, estes territórios foram ocupados pelos uigures e tibetanos, quebrando-se os laços entre a China e a Ásia Central e levando a China a fechar-se sobre si própria.
Esta rebelião também provocou alterações sociais e económicas.
A autoridade do imperador foi reduzida e a política centralizada, sólida no século VII, foi posta de lado. O poder passou para as províncias, tornando-se muitas das capitais em ricas cidades.
A população em massa foi para o vale fértil do rio Azul, onde novos métodos de agricultura proporcionavam grandes colheitas de cereais.
O comércio floresceu e novas cidades com mercados surgiram por todo lado.
Em 762, a capital dos Tang, Ch'ang-an, é pilhada pelos uigures e, em 763, os tibetanos, depois de quebrarem os laços com os chineses, saquearam Ch'ang-an.
As tradições estrangeiras tornam-se suspeitas e dá-se a perseguição ao budismo, em 845, e o massacre dos muçulmanos.
Há uma ânsia de retornar à tradição: o confucionismo.
Em 879-884, na sequência de dificuldades económicas e revoltas maciças de camponeses que reduzem a autoridade central, o poder passa para as mãos dos generais das províncias, de regimes independentes.
Loyang é saqueada e Ch'ang-an é investida como nova capital do insurreto Huang Chao que se proclama imperador.
Em 907, a dinastia Tang acaba por sucumbir aos golpes deste revoltoso e a China divide-se em 10 estados, só voltando a ser reunificada pela dinastia Song em 960, a qual durou até 1279.
A perda de grande parte dos seus cavalos tornou a China vulnerável às invasões nómadas, como os tibetanos, a oeste, e os khitans mongóis, a nordeste, que ocuparam a Manchúria e o Norte da China, fundando a dinastia dos Liao, em 947.
Após a queda dos Tang, a China voltou a conhecer a anarquia. É o chamado período das Cinco Dinastias e dos Dez Estados que durou desde 907 até 959.
Em 960, um nobre guerreiro, Chao Kuang-yin, restabeleceu o império, fundando uma nova dinastia, a dos Song, que governou a China durante uma das mais brilhantes épocas culturais, comparável à Europa do Renascimento.
Este homem usou a sua magnífica diplomacia para persuadir potenciais rivais, agindo de forma a tornar-se um admirável imperador.
Instaurou um competente e pragmático serviço civil, seguiu os princípios do confucionismo, viveu uma vida modesta, apoderou-se das mais brilhantes unidades militares do país sob o seu controlo pessoal e, em 977, restaurou os concursos oficiais.
Antes da sua morte, começou uma expansão para o interior do Sul.
Porém, nem ele nem os seus sucessores conseguiram restaurar por completo o império dos Tang.
Após lutas incessantes, os Song tiveram de acordar com os khitans em Pequim, em 1004, que se tinham apoderado da Manchúria e do Norte da China, em reinar a sul do rio Amarelo, através da assinatura de um tratado de paz. Este tratado foi benéfico para o comércio externo entre esta zona e o Japão, a Índia, a Arábia e o Egito, para o artesanato, para as novas invenções como o compasso, a bússola, a pólvora para canhão, a imprensa, etc., para a investigação filosófica como o neoconfucionismo e para as artes.
Em 1122-23, o reino khitan de Pequim que tinha repelido, nos séculos X-XI, os ataques dos Song, acabou por cair mediante os ataques dos Djurchets, povo de raça tungusa, que retirou aos Song o resto da China do Norte, repelindo-os para o rio Azul; atravessaram o rio Amarelo, aproximaram-se de Cantão e expulsaram os Khitans para o Oeste.
Assim, pode-se dizer que a partir de 1127 a dinastia Song se estabeleceu no Sul com Kao Tsung.
Apesar da perda do Norte, a China continuou próspera, já que este recuo significava um grande incremento económico. Os territórios do Sul eram mais produtivos, o que fez com que a população aumentasse, o comércio e a indústria crescessem e a capital instalada em Lin-an (Hangzhou), em 1135, se tornasse a maior cidade do Mundo.
A educação generalizou-se com a ajuda da imprensa inventada pelos Tang.
Surgia uma classe média amante das artes e mercadores prósperos. Este surto comercial e industrial, acompanhado pelo crescimento das artes visuais, literatura, ciências, tecnologia e filosofia, levou a que a China dos Song fosse brilhante em todos os aspetos.
A zona do rio Azul, muito fértil, alimentou um Norte empobrecido.
O centro de gravidade económico e político desloca-se, assim, do Norte para o Sul.
No século XIII, a China encontrava-se dividida em três estados: o do Norte, dos Djurchets que adotaram o título de Chin; o do Sul, dos Song; e o do Oeste, dos Tanguts.
No início do século XIII, a China assiste a um retrocesso, vítima das destruições e perturbações sociais dos novos bárbaros, os mongóis, para além da própria estabilidade social causada pela dinastia Tang e Song que deu azo a atitudes conservadoras e conformistas, contrárias à mudança, por parte dos intelectuais e políticos.
Porém, a China continuava a ser muito mais populosa, produtiva, rica e avançada do que a Europa do seu tempo, transformando-se na maior potência mundial.
Gengis Khan, senhor da Mongólia, começou, assim, a sua conquista sobre a China.
Em primeiro lugar conquistou o reino do Oeste, em 1209; depois foi a vez dos Chin, no Norte de Pequim, em 1215. Os Chin, retirados para o Ho-nan, acabaram por ser destruídos, em 1234, pelos mongóis.
Após a tomada de Pequim, Gengis Khan virou-se para o Oeste em campanhas incessantes de pilhagem contra o império dos Song.
Deve-se a Mongka (1251-59), terceiro sucessor de Gengis Khan, a conquista do império dos Song, que foi continuada pelo seu irmão Kubilai (1260-94), fundador a dinastia mongol Yuan (1260-1368), que se apoderou, em 1276, de Hangzhou (capital dos Song) e, em 1278, de Cantão.
Em 1279, o último imperador da dinastia Song suicidou-se.
Pela primeira vez na história da China, um estrangeiro dominava o país.
Foi dividida em três reinos: Wei, no Norte, comandado por Ts'ao Pi, filho de Ts'ao Ts'ao; Wu, no Sul do rio Amarelo, governado pela dinastia Sun; e Shu, a oeste, na atual Szechuan, governado pela família Liu, aliada da dinastia Sun, fundado por Liu Pei, continuador da dinastia Han.
Este período dos Três Reinos (220-265) mostrou à China a incapacidade de resistir à pressão bárbara, sendo o Norte invadido.
É no desenrolar deste período conturbado que se afirma o poder económico da bacia do rio Azul, ao qual se junta o grande contingente de refugiados vindos do Norte.
Sob esta pressão, a China torna-se permeável ao budismo.
A luta entre estes reinos terminou em 280, nas mãos da dinastia dos Ch'in ocidentais (265-316) que acabaram com a família Ts'ao (do reino dos Wei) em 265.
O primeiro imperador dos Ch'in ocidentais foi Ssu-ma Yen, general do Norte, que reunificou a China.
Sob o seu governo, o reino Wei, central, reafirmou a sua autoridade sobre as regiões do Sudoeste e do Sul, duas zonas que conheciam um novo desenvolvimento económico.
O triunfo dos Wei radicava na maior concentração de produtividade agrícola e no abastecimento de água como meio de fortalecer o poder militar.
Desde 241 que milhares de homens se encontravam acantonados no rio Huai como colonos, para defenderem a fronteira do Sul e ajudar à armazenagem de grão para futuras campanhas.
Os homens ricos locais perderam os seus seguidores, mas a tendência da época não tardou em transformar os funcionários colocados em seu lugar em novos homens poderosos.
Assim, evitando um confronto e recorrendo à guerra económica de desgaste, os Wei conseguiram aniquilar Shu, em 264, e Wu, em 280.
Em 316, as províncias do Norte passaram para as mãos dos povos das estepes e os Ch'in fugiram para o Sul, para Nanquim, junto do rio Amarelo, onde fundaram a debilitada dinastia dos Ch'in orientais (317-420).
Uma série de pressões acabou com a dinastia dos Ch'in ocidentais e manteve a fragmentação da China durante 273 anos.
Os períodos de guerra civil eram os momentos de maior perigo porque os grupos rivais sentiam-se tentados a chamar em sua ajuda grupos de guerreiros bárbaros.
Foi o que aconteceu em 304, quando os bárbaros nómadas apoiaram um príncipe e os tártaros apoiaram outro.
Desta feita, em 311, Loyang foi saqueada e o imperador capturado.
Em 316, o último imperador dos Ch'in ocidentais foi feito prisioneiro e Ch'ang-an destruída.
Ao primeiro imperador dos Ch'in ocidentais, Ssu-ma Yen, se deve a perda das províncias do Norte, quando permitiu que os seus 25 filhos governassem zonas separadas, debilitando o governo central do império, restaurando e estimulando a fragmentação em zonas quase feudais.
O conflito militar que eclodiu com a sua morte foi a grande oportunidade para os nómadas.
Porém, os invasores não conquistaram a China debilitada.
No ano 383, o pequeno exército dos Ch'in orientais obteve uma vitória sobre os nómadas, o que confirmou a independência dos chineses que viviam a sul do rio Huai.
A partir de 316, o Norte da China foi um campo de batalha de príncipes bárbaros rivais que, por sua vez, foram vítimas de novas invasões dos povos das estepes.
Foi aqui que apareceu uma nova ameaça: a dos tártaros toba. Este novo povo, os Toba-Wei (386-554), que fundaram uma nova dinastia, conseguiram submeter os diferentes reinos e unificar as províncias do Norte, em 439.
A sinização dos povos nómadas, consequência da sedentarização e de uma notável capacidade assimiladora da cultura chinesa, abriu o caminho para a reunificação imperial que ocorreu em 589, quando o general tártaro Yang Chien subiu ao trono no Norte e conquistou as províncias meridionais, fundando a dinastia Sui.
Foi com o impulso desta dinastia que a China conheceu um longo período de unidade e prosperidade, sob os impérios Tang e Song, herdeiros da reunificação.
Em 618, uma sublevação eleva ao trono os Tang.
Herdeiros tanto da organização administrativa como da composição da classe dirigente dos estados bárbaros, os Tang sucederam à curta dinastia Sui e desenvolveram uma forma governamental e administrativa de sucesso à maneira dos Sui e estimularam um florescimento cultural e artístico que originou uma verdadeira idade de ouro na China.
Portadora de uma grande tradição militar e de grandes manadas de cavalos que resultaram no instrumento vital das suas conquistas, a dinastia Tang estabeleceu, desde o século VII, o seu domínio à Ásia Central e Oriental e, mais tarde, à Coreia e à Manchúria.
No início do século VIII, a dinastia Tang alcança o seu apogeu de riqueza e poder, destacando-se uma época gloriosa para as artes.
A aristocracia ameaçada, assassinada e posta de lado, sob as ordens da imperatriz Wu Zitian que fundou a dinastia Zhou, foi restaurada e assistiu a uma era de reformas.
Na segunda metade do século VIII (756-763), uma rebelião militar dos generais não chineses, liderada por Anlushan, eclodiu no Noroeste e, rapidamente se disseminou, forçando o imperador a fugir para o Ocidente, para Szechwan.
A partir desta altura, a história da expansão chinesa sofre uma viragem. Após a retirada dos chineses da Ásia Central, em consequência desta rebelião militar, estes territórios foram ocupados pelos uigures e tibetanos, quebrando-se os laços entre a China e a Ásia Central e levando a China a fechar-se sobre si própria.
Esta rebelião também provocou alterações sociais e económicas.
A autoridade do imperador foi reduzida e a política centralizada, sólida no século VII, foi posta de lado. O poder passou para as províncias, tornando-se muitas das capitais em ricas cidades.
A população em massa foi para o vale fértil do rio Azul, onde novos métodos de agricultura proporcionavam grandes colheitas de cereais.
O comércio floresceu e novas cidades com mercados surgiram por todo lado.
Em 762, a capital dos Tang, Ch'ang-an, é pilhada pelos uigures e, em 763, os tibetanos, depois de quebrarem os laços com os chineses, saquearam Ch'ang-an.
As tradições estrangeiras tornam-se suspeitas e dá-se a perseguição ao budismo, em 845, e o massacre dos muçulmanos.
Há uma ânsia de retornar à tradição: o confucionismo.
Em 879-884, na sequência de dificuldades económicas e revoltas maciças de camponeses que reduzem a autoridade central, o poder passa para as mãos dos generais das províncias, de regimes independentes.
Loyang é saqueada e Ch'ang-an é investida como nova capital do insurreto Huang Chao que se proclama imperador.
Em 907, a dinastia Tang acaba por sucumbir aos golpes deste revoltoso e a China divide-se em 10 estados, só voltando a ser reunificada pela dinastia Song em 960, a qual durou até 1279.
A perda de grande parte dos seus cavalos tornou a China vulnerável às invasões nómadas, como os tibetanos, a oeste, e os khitans mongóis, a nordeste, que ocuparam a Manchúria e o Norte da China, fundando a dinastia dos Liao, em 947.
Após a queda dos Tang, a China voltou a conhecer a anarquia. É o chamado período das Cinco Dinastias e dos Dez Estados que durou desde 907 até 959.
Em 960, um nobre guerreiro, Chao Kuang-yin, restabeleceu o império, fundando uma nova dinastia, a dos Song, que governou a China durante uma das mais brilhantes épocas culturais, comparável à Europa do Renascimento.
Este homem usou a sua magnífica diplomacia para persuadir potenciais rivais, agindo de forma a tornar-se um admirável imperador.
Instaurou um competente e pragmático serviço civil, seguiu os princípios do confucionismo, viveu uma vida modesta, apoderou-se das mais brilhantes unidades militares do país sob o seu controlo pessoal e, em 977, restaurou os concursos oficiais.
Antes da sua morte, começou uma expansão para o interior do Sul.
Porém, nem ele nem os seus sucessores conseguiram restaurar por completo o império dos Tang.
Após lutas incessantes, os Song tiveram de acordar com os khitans em Pequim, em 1004, que se tinham apoderado da Manchúria e do Norte da China, em reinar a sul do rio Amarelo, através da assinatura de um tratado de paz. Este tratado foi benéfico para o comércio externo entre esta zona e o Japão, a Índia, a Arábia e o Egito, para o artesanato, para as novas invenções como o compasso, a bússola, a pólvora para canhão, a imprensa, etc., para a investigação filosófica como o neoconfucionismo e para as artes.
Em 1122-23, o reino khitan de Pequim que tinha repelido, nos séculos X-XI, os ataques dos Song, acabou por cair mediante os ataques dos Djurchets, povo de raça tungusa, que retirou aos Song o resto da China do Norte, repelindo-os para o rio Azul; atravessaram o rio Amarelo, aproximaram-se de Cantão e expulsaram os Khitans para o Oeste.
Assim, pode-se dizer que a partir de 1127 a dinastia Song se estabeleceu no Sul com Kao Tsung.
Apesar da perda do Norte, a China continuou próspera, já que este recuo significava um grande incremento económico. Os territórios do Sul eram mais produtivos, o que fez com que a população aumentasse, o comércio e a indústria crescessem e a capital instalada em Lin-an (Hangzhou), em 1135, se tornasse a maior cidade do Mundo.
A educação generalizou-se com a ajuda da imprensa inventada pelos Tang.
Surgia uma classe média amante das artes e mercadores prósperos. Este surto comercial e industrial, acompanhado pelo crescimento das artes visuais, literatura, ciências, tecnologia e filosofia, levou a que a China dos Song fosse brilhante em todos os aspetos.
A zona do rio Azul, muito fértil, alimentou um Norte empobrecido.
O centro de gravidade económico e político desloca-se, assim, do Norte para o Sul.
No século XIII, a China encontrava-se dividida em três estados: o do Norte, dos Djurchets que adotaram o título de Chin; o do Sul, dos Song; e o do Oeste, dos Tanguts.
No início do século XIII, a China assiste a um retrocesso, vítima das destruições e perturbações sociais dos novos bárbaros, os mongóis, para além da própria estabilidade social causada pela dinastia Tang e Song que deu azo a atitudes conservadoras e conformistas, contrárias à mudança, por parte dos intelectuais e políticos.
Porém, a China continuava a ser muito mais populosa, produtiva, rica e avançada do que a Europa do seu tempo, transformando-se na maior potência mundial.
Gengis Khan, senhor da Mongólia, começou, assim, a sua conquista sobre a China.
Em primeiro lugar conquistou o reino do Oeste, em 1209; depois foi a vez dos Chin, no Norte de Pequim, em 1215. Os Chin, retirados para o Ho-nan, acabaram por ser destruídos, em 1234, pelos mongóis.
Após a tomada de Pequim, Gengis Khan virou-se para o Oeste em campanhas incessantes de pilhagem contra o império dos Song.
Deve-se a Mongka (1251-59), terceiro sucessor de Gengis Khan, a conquista do império dos Song, que foi continuada pelo seu irmão Kubilai (1260-94), fundador a dinastia mongol Yuan (1260-1368), que se apoderou, em 1276, de Hangzhou (capital dos Song) e, em 1278, de Cantão.
Em 1279, o último imperador da dinastia Song suicidou-se.
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Porto Editora – A China até ao Tempo dos Song: III-XIII na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-09 10:02:54]. Disponível em
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