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A Noite de S. Bartolomeu
Nome por que é comummente conhecida a grande matança de Protestantes ocorrida em Paris na noite de 23 para 24 de agosto de 1572, estendendo-se a outras regiões nos dias seguintes. Corria o reinado de Carlos IX.
Este acontecimento sangrento radica na situação que decorreu da Paz de Saint Germain, em 1570, que inicialmente se apresentava favorável aos Protestantes. Com efeito, os esforços de empreender uma política reconciliadora por parte de Carlos IX e Maria de Médicis eram uma imagem do que se estava a tentar fazer na própria família real, dividida também por problemas religiosos. Havia também o propósito, por parte dos soberanos, de preparar a sua sucessão, a qual pendia para o protestante Henrique de Navarra (Henrique IV), no caso de o rei e seus irmãos morrerem sem descendentes.
O almirante Coligny, antigo líder protestante, começou a ganhar grande influência na corte, induzindo gradualmente Carlos IX contra o campeão do catolicismo universal, Filipe II, rei de Espanha. Por outro lado, para apoiar Carlos IX neste confronto, aproximou-o do príncipe de Orange, protestante. Chegou-se mesmo a conceber, à luz das estratégias conspiradoras de Coligny, um eventual matrimónio de Isabel de Inglaterra com o duque de Alençon ou o de Anjou, de forma a robustecer uma aliança anti-católica entre Franceses e Ingleses.
Porém, na França sentia-se cada vez mais uma atmosfera de "chumbo", de latência de uma guerra civil iminente. As guerras com Espanha e a conquista da Flandres afastaram momentaneamente esse espetro, mas gradualmente deixaram de conseguir impedir a ocorrência de um conflito religioso fratricida. Também um eventual casamento de Henrique de Navarra com uma católica poderia desanuviar o clima de guerra civil potencial. Mas a ação dos Guise, católicos, em contracorrente com esta situação de reconciliação e desanuviamento criada pela Paz de 1570, fazia temer um grande conflito religioso. Estes perpetraram mesmo uma tentativa de assassinato de Coligny, em 1572, que fracassou. Na corte, temia-se que a guerra com Espanha e a aliança com os Protestantes pudessem ser nefastos para a França. Maria de Médicis foi uma das figuras que vislumbraram esse cenário difícil, receando um derrube dos Valois, que detinham o poder, pelos Guise, tal era o apoio que estes tinham das massas populares católicas francesas. O rei Carlos, atento a este crescimento de popularidade e influência dos Guise, começa a apoiar um ataque fulminante aos Protestantes, cujos resultados poderiam também abortar a emergência de uma fação católica (liderada pelos Guise) contra a monarquia Valois.
O rei aprovou então a medida que mais se defendia na corte: a matança de Protestantes. Aproveitando a excitação das turbas parisienses, espicaçada pelos toques a rebate dos sinos de St. Germain-l´Auxerrois, os Católicos avançam sobre os Protestantes da cidade naquela fatídica noite de agosto. Mais de três mil protestantes foram assassinados, entre os quais Gaspard de Coligny, tendo-se cometido homicídio inclusive dentro do Louvre. Henrique de Navarra e Condé, contudo, foram salvos por Carlos IX.
Até aos primeiros dias de outubro, as matanças continuaram fora de Paris, remetendo os Protestantes resistentes para o Oeste (La Rochelle) e para o Sul. A Europa não esboçou qualquer reprovação a esta chacina. Mas a violência religiosa em França não mais parou, destacando-se os regicídios de Henrique III pelo monge Jacques Clément, em 1589, e o de Henrique IV por outro religioso, Ravaillac, em 1610.
Este acontecimento sangrento radica na situação que decorreu da Paz de Saint Germain, em 1570, que inicialmente se apresentava favorável aos Protestantes. Com efeito, os esforços de empreender uma política reconciliadora por parte de Carlos IX e Maria de Médicis eram uma imagem do que se estava a tentar fazer na própria família real, dividida também por problemas religiosos. Havia também o propósito, por parte dos soberanos, de preparar a sua sucessão, a qual pendia para o protestante Henrique de Navarra (Henrique IV), no caso de o rei e seus irmãos morrerem sem descendentes.
O almirante Coligny, antigo líder protestante, começou a ganhar grande influência na corte, induzindo gradualmente Carlos IX contra o campeão do catolicismo universal, Filipe II, rei de Espanha. Por outro lado, para apoiar Carlos IX neste confronto, aproximou-o do príncipe de Orange, protestante. Chegou-se mesmo a conceber, à luz das estratégias conspiradoras de Coligny, um eventual matrimónio de Isabel de Inglaterra com o duque de Alençon ou o de Anjou, de forma a robustecer uma aliança anti-católica entre Franceses e Ingleses.
Porém, na França sentia-se cada vez mais uma atmosfera de "chumbo", de latência de uma guerra civil iminente. As guerras com Espanha e a conquista da Flandres afastaram momentaneamente esse espetro, mas gradualmente deixaram de conseguir impedir a ocorrência de um conflito religioso fratricida. Também um eventual casamento de Henrique de Navarra com uma católica poderia desanuviar o clima de guerra civil potencial. Mas a ação dos Guise, católicos, em contracorrente com esta situação de reconciliação e desanuviamento criada pela Paz de 1570, fazia temer um grande conflito religioso. Estes perpetraram mesmo uma tentativa de assassinato de Coligny, em 1572, que fracassou. Na corte, temia-se que a guerra com Espanha e a aliança com os Protestantes pudessem ser nefastos para a França. Maria de Médicis foi uma das figuras que vislumbraram esse cenário difícil, receando um derrube dos Valois, que detinham o poder, pelos Guise, tal era o apoio que estes tinham das massas populares católicas francesas. O rei Carlos, atento a este crescimento de popularidade e influência dos Guise, começa a apoiar um ataque fulminante aos Protestantes, cujos resultados poderiam também abortar a emergência de uma fação católica (liderada pelos Guise) contra a monarquia Valois.
O rei aprovou então a medida que mais se defendia na corte: a matança de Protestantes. Aproveitando a excitação das turbas parisienses, espicaçada pelos toques a rebate dos sinos de St. Germain-l´Auxerrois, os Católicos avançam sobre os Protestantes da cidade naquela fatídica noite de agosto. Mais de três mil protestantes foram assassinados, entre os quais Gaspard de Coligny, tendo-se cometido homicídio inclusive dentro do Louvre. Henrique de Navarra e Condé, contudo, foram salvos por Carlos IX.
Até aos primeiros dias de outubro, as matanças continuaram fora de Paris, remetendo os Protestantes resistentes para o Oeste (La Rochelle) e para o Sul. A Europa não esboçou qualquer reprovação a esta chacina. Mas a violência religiosa em França não mais parou, destacando-se os regicídios de Henrique III pelo monge Jacques Clément, em 1589, e o de Henrique IV por outro religioso, Ravaillac, em 1610.
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Como referenciar
Porto Editora – A Noite de S. Bartolomeu na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-10 07:51:33]. Disponível em
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