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Alterações de Évora
As alterações de Évora inserem-se na conjuntura do reinado de Filipe II e constituem um movimento precursor da Restauração da Independência (1640).
Em agosto de 1637, o corregedor André Morais de Sarmento, seguindo instruções vindas de Lisboa, em relação ao novo imposto a ser cobrado no território nacional, estabelecido por Filipe II de Espanha, convocou os vereadores da Câmara de Évora para discutirem como iria ser cobrado aos eborenses este imposto. Como não chegaram a acordo, o corregedor tentou por meio de ameaças forçar o juiz do povo, Sesinando Rodrigues, e o seu escrivão, João Barradas, a assumirem, em nome do povo, o pagamento desta tributação. Porém, estes recusaram-se, alegando que não se pronunciariam sem ouvirem os interessados que, entretanto, tinham acompanhado os delegados a casa do magistrado e se iam amontoando na praça onde residia o corregedor.
Assim eclodiu a revolta.
Tal situação obrigou a que a nobreza e o clero local reunissem na Igreja de Santo Antão, constituindo uma junta que ficou conhecida por Junta de Santo Antão e que tinha como objetivo encontrar soluções para a crise.
Contudo, desconfiando o povo das intenções da Junta, estabeleceu-se em Évora um poder efetivo e clandestino que teve como mentores, entre outros, jesuítas, que procuraram alargar esta revolta a nível nacional.
Só em 1638 o duque de Beja, que comandava o exército da Cantábria em direção à fronteira alentejana, entra em Portugal e acaba com esta revolta, condenando à morte os representantes do povo.
No fundo, esta revolta de Évora foi como que uma forma de protesto contra o aumento tributário espanhol que espelhava a dificuldade das suas finanças.
Porém, para além desta causa imediata ou, se lhe quisermos chamar, espanhola, havia outras causas subjacentes: as luso-brasileiras. Em suma, pode-se afirmar que a decadência espanhola, os ataques holandeses ao Brasil e Angola que punham em risco o império português atlântico e uma fase de regressão dos preços agrícolas são condicionantes suficientes para despoletar esta revolta.
Por outras palavras, o decadentismo espanhol tinha reflexos na vida portuguesa: a partir de 1630, o agravamento dos impostos foi uma constante na vida nacional, isto é, desde que as remessas do ouro e da prata das Índias diminuíram.
Este decadentismo aliado ao medo português de perder o Brasil, face às ameaças de ataques holandeses, que era o sustentáculo de Portugal, conduziu às alterações de Évora.
Em agosto de 1637, o corregedor André Morais de Sarmento, seguindo instruções vindas de Lisboa, em relação ao novo imposto a ser cobrado no território nacional, estabelecido por Filipe II de Espanha, convocou os vereadores da Câmara de Évora para discutirem como iria ser cobrado aos eborenses este imposto. Como não chegaram a acordo, o corregedor tentou por meio de ameaças forçar o juiz do povo, Sesinando Rodrigues, e o seu escrivão, João Barradas, a assumirem, em nome do povo, o pagamento desta tributação. Porém, estes recusaram-se, alegando que não se pronunciariam sem ouvirem os interessados que, entretanto, tinham acompanhado os delegados a casa do magistrado e se iam amontoando na praça onde residia o corregedor.
Assim eclodiu a revolta.
Tal situação obrigou a que a nobreza e o clero local reunissem na Igreja de Santo Antão, constituindo uma junta que ficou conhecida por Junta de Santo Antão e que tinha como objetivo encontrar soluções para a crise.
Contudo, desconfiando o povo das intenções da Junta, estabeleceu-se em Évora um poder efetivo e clandestino que teve como mentores, entre outros, jesuítas, que procuraram alargar esta revolta a nível nacional.
Só em 1638 o duque de Beja, que comandava o exército da Cantábria em direção à fronteira alentejana, entra em Portugal e acaba com esta revolta, condenando à morte os representantes do povo.
No fundo, esta revolta de Évora foi como que uma forma de protesto contra o aumento tributário espanhol que espelhava a dificuldade das suas finanças.
Porém, para além desta causa imediata ou, se lhe quisermos chamar, espanhola, havia outras causas subjacentes: as luso-brasileiras. Em suma, pode-se afirmar que a decadência espanhola, os ataques holandeses ao Brasil e Angola que punham em risco o império português atlântico e uma fase de regressão dos preços agrícolas são condicionantes suficientes para despoletar esta revolta.
Por outras palavras, o decadentismo espanhol tinha reflexos na vida portuguesa: a partir de 1630, o agravamento dos impostos foi uma constante na vida nacional, isto é, desde que as remessas do ouro e da prata das Índias diminuíram.
Este decadentismo aliado ao medo português de perder o Brasil, face às ameaças de ataques holandeses, que era o sustentáculo de Portugal, conduziu às alterações de Évora.
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Como referenciar
Porto Editora – Alterações de Évora na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-09-12 02:22:14]. Disponível em
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