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Alterações Estruturais na Sociedade e nos Comportamentos
Durante os anos 60 iniciou-se uma profunda mudança em diversas sociedades, entre as quais sobressai a norte-americana. As minorias étnicas que viviam em países estrangeiros (ou no próprio país, como os índios) insurgiram-se contra a segregação racial de que eram alvo.
Nos anos 50, os jovens reagiram contra a forma de vida que levava a geração adulta, caracterizada em grande parte por um consumismo desenfreado. Assim, sucederam-se as provocações e comportamentos irreverentes dos edwardians, jovens ingleses que ostentavam golas em veludo, dos franceses vestidos de preto, defendendo o existencialismo de Jean Paul Sartre e das pantomimas sexuais exibidas na Alemanha ocidental, onde a censura proibia a mais leve referência à sexualidade. A revista alemã Twen teve também um grande sucesso entre os jovens por passar por cima de tabus e repressões sem significado. Mas a grande pedrada no charco foi a criação da Playboy, de Hugh Hefner, que inaugurou uma nova era de sobrevalorização do corpo da mulher, em detrimento da sua dignidade. Os conflitos que se deram nos EUA entre as comunidades brancas e as negras agudizaram-se nos anos 50 e 60, gerando uma onda de violência que terminaria apenas no final desta última década. Os negros, alvo de uma série de medidas discriminatórias, começaram a reivindicar direitos como o acesso a qualquer lugar nos transportes públicos, a entrar em qualquer cantina, em estudar em qualquer escola, o acesso a qualquer instituição pública e direitos iguais aos dos brancos. Tal desencadeou uma onde de protestos e violência por parte da comunidade branca, como aconteceu quando os primeiros estudantes negros ingressaram na escola estatal de Little Rock (Arcansas) em 1957, sendo necessária a intervenção militar massiva para proteger os alunos de cor. Martin Luther King iniciou um movimento pacífico de protesto que conquistou progressivamente direitos para a comunidade negra. Contudo, a contínua resistência branca (com radicalizações como o Ku Klux Klan, por exemplo) e o assassinato do carismático líder originaram uma gigantesca onda de violência, como a do bairro negro de Watts (Los Angeles), o surgimento dos Black Panters, grupo ativista negro que pretendia a criação de um partido político negro e empreendia lutas armadas, o Blick Power, que pretendia igualdade económica aos brancos e os Black Muslims, nacionalistas negros dirigidos por Malcolm X. De igual forma, também os índios se reuniram e formaram o Red Power, tendo ocupado a fortaleza de Alcatraz (São Francisco) e alertado a sociedade para a injustiça com que eram tratados. Surgiram gradualmente alguns movimentos sociais que criaram grupos marginais e completamente alheios à estrutura social vigente nos anos 50 e 60, como foi o caso da beat generation, criada pelo escritor Jack Kerouac e reacionária contra a burguesia e o conformismo, preconizando valores como a valorização da mulher, o sexo livre, o consumo de drogas e uma vida anti-intelectual, sem objetivos nem compromissos. Propósitos semelhantes tinham os hippies, movimento com auge em 1967, que chegaram a criar comunas onde praticavam o sexo livre, o consumo de drogas e uma forma de vida anti-consumista e pacifista. Os movimentos juvenis tomaram cada vez mais força, recusando-se ser educados de forma manipulativa politicamente, lutando pelos direitos cívicos, contra a guerra do Vietname e o consumismo, defendendo a emancipação da mulher, a homossexualidade, o fim dos tabus sexuais e ancorando-se em religiões asiáticas.
Nos anos 50, os jovens reagiram contra a forma de vida que levava a geração adulta, caracterizada em grande parte por um consumismo desenfreado. Assim, sucederam-se as provocações e comportamentos irreverentes dos edwardians, jovens ingleses que ostentavam golas em veludo, dos franceses vestidos de preto, defendendo o existencialismo de Jean Paul Sartre e das pantomimas sexuais exibidas na Alemanha ocidental, onde a censura proibia a mais leve referência à sexualidade. A revista alemã Twen teve também um grande sucesso entre os jovens por passar por cima de tabus e repressões sem significado. Mas a grande pedrada no charco foi a criação da Playboy, de Hugh Hefner, que inaugurou uma nova era de sobrevalorização do corpo da mulher, em detrimento da sua dignidade. Os conflitos que se deram nos EUA entre as comunidades brancas e as negras agudizaram-se nos anos 50 e 60, gerando uma onda de violência que terminaria apenas no final desta última década. Os negros, alvo de uma série de medidas discriminatórias, começaram a reivindicar direitos como o acesso a qualquer lugar nos transportes públicos, a entrar em qualquer cantina, em estudar em qualquer escola, o acesso a qualquer instituição pública e direitos iguais aos dos brancos. Tal desencadeou uma onde de protestos e violência por parte da comunidade branca, como aconteceu quando os primeiros estudantes negros ingressaram na escola estatal de Little Rock (Arcansas) em 1957, sendo necessária a intervenção militar massiva para proteger os alunos de cor. Martin Luther King iniciou um movimento pacífico de protesto que conquistou progressivamente direitos para a comunidade negra. Contudo, a contínua resistência branca (com radicalizações como o Ku Klux Klan, por exemplo) e o assassinato do carismático líder originaram uma gigantesca onda de violência, como a do bairro negro de Watts (Los Angeles), o surgimento dos Black Panters, grupo ativista negro que pretendia a criação de um partido político negro e empreendia lutas armadas, o Blick Power, que pretendia igualdade económica aos brancos e os Black Muslims, nacionalistas negros dirigidos por Malcolm X. De igual forma, também os índios se reuniram e formaram o Red Power, tendo ocupado a fortaleza de Alcatraz (São Francisco) e alertado a sociedade para a injustiça com que eram tratados. Surgiram gradualmente alguns movimentos sociais que criaram grupos marginais e completamente alheios à estrutura social vigente nos anos 50 e 60, como foi o caso da beat generation, criada pelo escritor Jack Kerouac e reacionária contra a burguesia e o conformismo, preconizando valores como a valorização da mulher, o sexo livre, o consumo de drogas e uma vida anti-intelectual, sem objetivos nem compromissos. Propósitos semelhantes tinham os hippies, movimento com auge em 1967, que chegaram a criar comunas onde praticavam o sexo livre, o consumo de drogas e uma forma de vida anti-consumista e pacifista. Os movimentos juvenis tomaram cada vez mais força, recusando-se ser educados de forma manipulativa politicamente, lutando pelos direitos cívicos, contra a guerra do Vietname e o consumismo, defendendo a emancipação da mulher, a homossexualidade, o fim dos tabus sexuais e ancorando-se em religiões asiáticas.
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Como referenciar
Porto Editora – Alterações Estruturais na Sociedade e nos Comportamentos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-09 01:37:08]. Disponível em
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