Álvaro Cunhal
Político português, Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu a 10 de novembro de 1913, em Coimbra, e faleceu a 13 de junho de 2005.
Foi estudante da Faculdade de Direito de Lisboa e, em 1931, filiou-se no Partido Comunista. Em 1935, foi eleito secretário-geral da Juventude Comunista e, um ano depois, passou à clandestinidade. Em 1937, entrou para o Comité Central do partido. Os anos 30 foram ainda marcados pela colaboração em jornais como O Diabo, Seara Nova e Vértice e nas publicações clandestinas Avante e Militante.
Após várias detenções temporárias, foi preso em 1949 no Forte de Peniche, de onde conseguiu evadir-se em 1960. No ano seguinte passou a ser secretário-geral do partido (cargo que ocupou até novembro de 1992, data do último congresso, que elegeu, para o mesmo cargo, Carlos Carvalhas). Regressou a Portugal a 27 de abril de 1974, sendo ministro sem pasta dos governos provisórios de 1974 e de 1975. Foi eleito deputado várias vezes, mas raramente ocupou o lugar na Assembleia da República.
Cunhal distinguiu-se também como escritor. Escreveu vários livros de índole política, como Rumo à Vitória (1964), O Radicalismo Pequeno-Burguês de Fachada Socialista (1970), Contribuição para o Estudo da Questão Agrária (1976), A Revolução Portuguesa (1976) e Passado e Futuro (1976), Do 25 de Novembro às Eleições para a Assembleia da República, As Eleições para a Assembleia da República, O Partido com Paredes de Vidro e ainda Falência da Política de Direita do PS 1983-1985 I, Falência da Política de Direita do PS 1983-1985 II.
No campo do romance, entre outros livros, publicou, sob o pseudónimo de Manuel Tiago, Até Amanhã, Camaradas (1975), Cinco Dias, Cinco Noites (1975), A casa de Eulália (1997) e o livro de contos Fronteiras (1998). Ambos os primeiros romances têm por referente os tempos em que o PCP se movia na clandestinidade, durante o regime corporativista deposto no 25 de abril. A primeira versão do ensaio As Lutas de Classes em Portugal nos Fins da Idade Média foi publicada pela primeira vez em Portugal em 1975. A Arte, o Artista e a Sociedade (1996) revelam a admiração de Álvaro Cunhal pela mulher e a conotação do nu feminino como expressão de liberdade. Em 2002, foi publicada a tradução que Cunhal fez da obra O Rei Lear de William Shakespeare.
Também se distinguiu como artista plástico. Os seus Desenhos de Prisão (1974 e 1989) realizados quando cumpriu pena por "atividades subversivas pró-comunistas", dão uma carga estética à visão política do seu autor. Em 1997 foi publicada a tese que Cunhal apresentou em 1940 para exame no 5.º Ano Jurídico da Faculdade de Direito de Lisboa, intitulada O Aborto - Causas e Soluções.
Em 2001 foi publicada uma biografia sobre a vida política de Álvaro Cunhal, em dois volumes, da autoria de José Pacheco Pereira e intitulada Álvaro Cunhal - Uma Biografia Política. Três anos mais tarde, foi publicada a obra de Maria João Avilez Conversas com Álvaro Cunhal e Outras Lembranças que, segundo a autora, revela a grande personalidade que foi Álvaro Cunhal.
-
Maria João AvilezJornalista portuguesa, Maria João Rita Filomena Pinto da Cunha de Avilez nasceu a 4 de fevereiro de ...
-
José Pacheco PereiraPolítico português nascido em 1949, na cidade do Porto. Licenciado em Filosofia pela Universidade do...
-
LisboaAspetos geográficos Cidade, capital de Portugal, sede de distrito e de concelho. Localiza-se na Regi...
-
DireitoA palavra direito deriva etimologicamente de ius rectum, que significa "aquilo que é justo", o Direi...
-
William ShakespearePoeta e dramaturgo inglês nascido em 1564, em Stratford-Upon-Avon, e falecido em 1616. O seu anivers...
-
PortugalGeografia País do Sudoeste da Europa. Situado na parte ocidental da Península Ibérica, abrange uma s...
-
Manuel TiagoPseudónimo literário adotado por Álvaro Cunhal, político, ficcionista, ensaísta e desenhador, filho ...
-
Assembleia da RepúblicaÓrgão parlamentar, unicameral, composto por deputados eleitos por sufrágio direto, por círculos elei...
-
Forte de PenichePara a proteção das povoações existentes na península de Peniche, D. Manuel I ordenou a construção d...
-
nullnull