análise do discurso
Disciplina dos estudos linguísticos, muitas vezes designada também por linguística textual, a análise do discurso é um conjunto de teorias e correntes que têm por objetivo estudar o texto e/ou o discurso, em todas as suas modalidades escritas e orais, que se foi desenhando desde a década de 60 do século XX e que começou com a "discourse analysis" britânica e com a "escola de Genebra" suíça.
À discourse analysis britânica aderiram nomes como M. A. K. Haliday e R. Hasan, T. A. van Dijk, J. McH. Sinclair, M. Coulthard (que mais tarde passaram a trabalhar em linguística de texto e em análise crítica do discurso), e mais recentemente M. Stubbs e D. Schiffrin. Esta corrente começou por analisar o funcionamento das interações professor-aluno em contexto de sala de aula tendo por objetivo construir um modelo funcional de análise do discurso que pudesse ser alargado a outros tipos de interações verbais, como a conversação. Esse alargamento a outras situações de diálogo viria a ser feita mais tarde por M. Stubbs (1983) e D. Schiffrin (1987), criando uma corrente dentro da discourse analysis designada por análise conversacional. A análise conversacional tenta assim dar conta dos mecanismos interaccionais da língua, desenvolvendo um modelo hierárquico de unidades estruturais e funcionais de análise da conversação, dando destaque ao conceito de marcador linguístico e descrevendo a sua função discursiva.
A escola de Genebra, por seu lado, que tem como principais representantes E. Roulet, Moeshler, A. Auchlin, C. Kerbrat-Orecchioni, desenvolveu um modelo funcional de análise do discurso dividido em níveis, que obedece a um princípio hierárquico e cujas partes estabelecem entre si relações funcionais. Neste quadro desenvolvem-se estudos sobre os conectores e marcadores pragmáticos, elementos essenciais para a estruturação do discurso, e sobre as estratégias que determinam a coesão e a coerência do discurso. A escola de Genebra conjugou outras linhas de investigação como a teoria dos atos de fala de J. Austin e J. Searle, a teoria das máximas conversacionais de H. P. Grice, a teoria da interação ou etnometodologia americana de E. Goffman, a teoria da argumentação de O. Ducrot e J. C. Anscombre e até aspetos da discourse analysis britânica.
Nos finais da década de 90 surge a análise argumentativa, uma corrente representada por R. Amossy, C. Plantin, entre outros, que tem como objetivo recolher os fundamentos das principais correntes saídas da análise do discurso, recuperando os conceitos de ethos (as imagens pessoais que o locutor projeta no e pelo seu discurso), pathos (processos de inscrição da afetividade e da emoção no discurso) e logos (processos lógicos que fundamentam a argumentação), radicados na tradição da retórica aristotélica, que passam a ser encarados como mecanismos essenciais com vista à persuasão, uma vez que todo o discurso é, no limite, argumentativo.
Em Portugal, esta disciplina tem como principais representantes J. Fonseca, F. I. Fonseca, M. A. Marques, M. E. Pedro, A. Duarte Rodrigues, M. A. Coutinho e I. G. Rodrigues, entre outros.
À discourse analysis britânica aderiram nomes como M. A. K. Haliday e R. Hasan, T. A. van Dijk, J. McH. Sinclair, M. Coulthard (que mais tarde passaram a trabalhar em linguística de texto e em análise crítica do discurso), e mais recentemente M. Stubbs e D. Schiffrin. Esta corrente começou por analisar o funcionamento das interações professor-aluno em contexto de sala de aula tendo por objetivo construir um modelo funcional de análise do discurso que pudesse ser alargado a outros tipos de interações verbais, como a conversação. Esse alargamento a outras situações de diálogo viria a ser feita mais tarde por M. Stubbs (1983) e D. Schiffrin (1987), criando uma corrente dentro da discourse analysis designada por análise conversacional. A análise conversacional tenta assim dar conta dos mecanismos interaccionais da língua, desenvolvendo um modelo hierárquico de unidades estruturais e funcionais de análise da conversação, dando destaque ao conceito de marcador linguístico e descrevendo a sua função discursiva.
A escola de Genebra, por seu lado, que tem como principais representantes E. Roulet, Moeshler, A. Auchlin, C. Kerbrat-Orecchioni, desenvolveu um modelo funcional de análise do discurso dividido em níveis, que obedece a um princípio hierárquico e cujas partes estabelecem entre si relações funcionais. Neste quadro desenvolvem-se estudos sobre os conectores e marcadores pragmáticos, elementos essenciais para a estruturação do discurso, e sobre as estratégias que determinam a coesão e a coerência do discurso. A escola de Genebra conjugou outras linhas de investigação como a teoria dos atos de fala de J. Austin e J. Searle, a teoria das máximas conversacionais de H. P. Grice, a teoria da interação ou etnometodologia americana de E. Goffman, a teoria da argumentação de O. Ducrot e J. C. Anscombre e até aspetos da discourse analysis britânica.
Nos finais da década de 90 surge a análise argumentativa, uma corrente representada por R. Amossy, C. Plantin, entre outros, que tem como objetivo recolher os fundamentos das principais correntes saídas da análise do discurso, recuperando os conceitos de ethos (as imagens pessoais que o locutor projeta no e pelo seu discurso), pathos (processos de inscrição da afetividade e da emoção no discurso) e logos (processos lógicos que fundamentam a argumentação), radicados na tradição da retórica aristotélica, que passam a ser encarados como mecanismos essenciais com vista à persuasão, uma vez que todo o discurso é, no limite, argumentativo.
Em Portugal, esta disciplina tem como principais representantes J. Fonseca, F. I. Fonseca, M. A. Marques, M. E. Pedro, A. Duarte Rodrigues, M. A. Coutinho e I. G. Rodrigues, entre outros.
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Como referenciar
Porto Editora – análise do discurso na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-03-16 16:20:13]. Disponível em
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