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Animais Simbólicos
Animais reais ou imaginários simbolizaram os elementos e as fases do processo alquímico, como são exemplo o leão verde, que representa o vitríolo verde, o dragão, símbolo do mercúrio, a águia, símbolo do amoníaco, o basilisco, representação do cinábrio, o lobo, símbolo do antimónio, e o monstro de três cabeças ou tricéfalo, a alegoria do elixir da vida eterna e do mercúrio.
A serpente simboliza a energia positiva que se opõe aos poderes malignos, de aí que a segure Hermes e que apareça na vara de Moisés.
O cordeiro, animal cândido e puro, simboliza a inocência e, consequentemente, Cristo na doutrina cristã, aparecendo representações com este significado já na época paleocristã (nas catacumbas).
A abelha era, no antigo Baixo Egito, o símbolo da realeza, devido à importância que o mel tinha na alimentação, enquanto que no ocidente de influência cristã aparece como símbolo da alma e associado a Cristo e à Virgem Maria.
A águia, chamada de rainha do céu e dos pássaros, é não só o símbolo do evangelista João (que lhe foi atribuído por se considerar que o seu Evangelho era tão próximo de Deus que apenas podia ser inspirado por uma visão espiritual tão aguçada como a de uma águia) mas também do poder em geral e do das armas em particular (era o símbolo por excelência do Império Romano). A águia é um animal muito usado em heráldica, também sob a forma bicéfala (Sacro Império Romano-Germânico, Rússia), e consta como tradição que consegue olhar para o Sol diretamente e sem se ofuscar, associando-se assim tanto ao Sol como a mitos relacionados com ascensões ao céu. O 15.º signo diário do calendário azteca é a águia (quauhtli), associado ao furto mas também às qualidades guerreiras.
O burro, por seu lado, tem diversas simbologias: foi associado a Seth, que matou Osíris, no Antigo Egito, enquanto que na Grécia era o animal que Dioniso montava. Em Roma, o burro foi ligado à fecundidade, aparecendo assim junto a Ceres e a Príapo. No mundo ocidental e entre os cristãos, representou tanto a humildade como a preguiça, a ignorância e o ridículo.
O boi representa tradicionalmente a mansidão (a castração do touro), a força não violenta que serve pacificamente e que, portanto, tornou este animal um dos principais oferecidos em sacrifício em muitos ritos. Como puxava o arado associou-se à agricultura e na China chegou a ser condenável utilizar a carne deste animal que ajudava nas tarefas agrícolas.
O cão alude em muitas culturas à inteligência, à vigilância e à fidelidade, mas também à violência, ao obscuro e à maldade, como se verifica no caso de Cérbero, o cão infernal grego, e dos cães da deusa grega da obscuridade, Hécate. Entre os muçulmanos, por outro lado, o cão é considerado um ser impuro, e os cães negros foram frequentemente associados à magia negra e ao Diabo no Ocidente. Na mitologia azteca, o cão era uma das representações do deus dos mortos, Xolotl, pelo que este animal acompanhava as almas até ao Mictlan.
O cavalo foi conotado no Cristianismo tanto com a lascívia e a soberba (segundo os Padres da Igreja) como com a vitória sobre o mundo material (mártires).
No que se refere ao centauro, animal lendário que seria metade homem e metade cavalo, considerou-se que personificavam a força natural e o controlo sobre os instintos, passando no Cristianismo a simbolizar aquilo que era herético e, na Idade Média, a soberba dos pecadores.
A quimera era um animal fantástico, mistura de leão, serpente e cabra, que desde a Antiguidade simbolizou tanto as estações do ano da primavera, do inverno e do outono, respetivamente, como a força de Satã e a que se encontra subjacente aos vulcões.
A cigarra representava a imortalidade na antiga China, pelo que era comum colocar-se um amuleto com a forma deste animal na boca dos defuntos. Também foi símbolo das Musas e, por afinidade, da poesia.
No antigo Egito o deus Sobek tinha a forma de crocodilo, animal especialmente venerado em Crocodilópolis e muito importante nesta região por se associar ao rio Nilo, fundamental para a agricultura. Já no catolicismo, desde os primórdios que é ligado à boca do Inferno e é uma das formas com que aparece o Leviatã, enquanto que na América pré-colombiana simbolizava a abundância de filhos, riqueza e poder. A tradição popular conotou o crocodilo com a hipocrisia, rezando as histórias que vertia as chamadas "lágrimas de crocodilo" mas só depois de comer as presas.
A serpente simboliza a energia positiva que se opõe aos poderes malignos, de aí que a segure Hermes e que apareça na vara de Moisés.
O cordeiro, animal cândido e puro, simboliza a inocência e, consequentemente, Cristo na doutrina cristã, aparecendo representações com este significado já na época paleocristã (nas catacumbas).
A abelha era, no antigo Baixo Egito, o símbolo da realeza, devido à importância que o mel tinha na alimentação, enquanto que no ocidente de influência cristã aparece como símbolo da alma e associado a Cristo e à Virgem Maria.
A águia, chamada de rainha do céu e dos pássaros, é não só o símbolo do evangelista João (que lhe foi atribuído por se considerar que o seu Evangelho era tão próximo de Deus que apenas podia ser inspirado por uma visão espiritual tão aguçada como a de uma águia) mas também do poder em geral e do das armas em particular (era o símbolo por excelência do Império Romano). A águia é um animal muito usado em heráldica, também sob a forma bicéfala (Sacro Império Romano-Germânico, Rússia), e consta como tradição que consegue olhar para o Sol diretamente e sem se ofuscar, associando-se assim tanto ao Sol como a mitos relacionados com ascensões ao céu. O 15.º signo diário do calendário azteca é a águia (quauhtli), associado ao furto mas também às qualidades guerreiras.
O burro, por seu lado, tem diversas simbologias: foi associado a Seth, que matou Osíris, no Antigo Egito, enquanto que na Grécia era o animal que Dioniso montava. Em Roma, o burro foi ligado à fecundidade, aparecendo assim junto a Ceres e a Príapo. No mundo ocidental e entre os cristãos, representou tanto a humildade como a preguiça, a ignorância e o ridículo.
O boi representa tradicionalmente a mansidão (a castração do touro), a força não violenta que serve pacificamente e que, portanto, tornou este animal um dos principais oferecidos em sacrifício em muitos ritos. Como puxava o arado associou-se à agricultura e na China chegou a ser condenável utilizar a carne deste animal que ajudava nas tarefas agrícolas.
O cão alude em muitas culturas à inteligência, à vigilância e à fidelidade, mas também à violência, ao obscuro e à maldade, como se verifica no caso de Cérbero, o cão infernal grego, e dos cães da deusa grega da obscuridade, Hécate. Entre os muçulmanos, por outro lado, o cão é considerado um ser impuro, e os cães negros foram frequentemente associados à magia negra e ao Diabo no Ocidente. Na mitologia azteca, o cão era uma das representações do deus dos mortos, Xolotl, pelo que este animal acompanhava as almas até ao Mictlan.
O cavalo foi conotado no Cristianismo tanto com a lascívia e a soberba (segundo os Padres da Igreja) como com a vitória sobre o mundo material (mártires).
No que se refere ao centauro, animal lendário que seria metade homem e metade cavalo, considerou-se que personificavam a força natural e o controlo sobre os instintos, passando no Cristianismo a simbolizar aquilo que era herético e, na Idade Média, a soberba dos pecadores.
A quimera era um animal fantástico, mistura de leão, serpente e cabra, que desde a Antiguidade simbolizou tanto as estações do ano da primavera, do inverno e do outono, respetivamente, como a força de Satã e a que se encontra subjacente aos vulcões.
A cigarra representava a imortalidade na antiga China, pelo que era comum colocar-se um amuleto com a forma deste animal na boca dos defuntos. Também foi símbolo das Musas e, por afinidade, da poesia.
No antigo Egito o deus Sobek tinha a forma de crocodilo, animal especialmente venerado em Crocodilópolis e muito importante nesta região por se associar ao rio Nilo, fundamental para a agricultura. Já no catolicismo, desde os primórdios que é ligado à boca do Inferno e é uma das formas com que aparece o Leviatã, enquanto que na América pré-colombiana simbolizava a abundância de filhos, riqueza e poder. A tradição popular conotou o crocodilo com a hipocrisia, rezando as histórias que vertia as chamadas "lágrimas de crocodilo" mas só depois de comer as presas.
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Como referenciar
Porto Editora – Animais Simbólicos na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-11 15:56:20]. Disponível em
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