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Babilónia (2000-144 a. C.)
A Babilónia é uma zona onde fluem os grandes rios Tigre e Eufrates, percorrendo um espaço desde a Anatólia e Síria até ao Golfo Pérsico.
Historicamente, o início civilizacional é marcado pelo período paleobabilónico (c. 2000 a 1595 a. C.). Em 2000 a. C. dá-se a queda da dinastia de Ur, com a invasão da Mesopotâmia pelos Amorritas. Conquistaram uma vasta série de cidades-estado, onde estabeleceram novas dinastias e se foram progressivamente adaptando à região babilónica. As guerras internas e as diversas dinastias, os habitantes anteriores e os novos emigrantes, provocaram uma considerável confusão durante este primeiro período, mas duas cidades, Isin e Larsa, dominaram sucessivamente a Babilónia. A cidade de Larsa foi finalmente capturada por um chefe amorrita e, em 1763 a. C., Hamurábi vai conquistá-la. O resto do período, cerca de 1763 a 1595 a. C., caracterizou-se por um movimento do poder para norte, sendo o seu eixo central Hamurábi da Babilónia, sexto membro da primeira dinastia e herdeiro de uma cidade-estado sólida. Durante a sua vigência desenvolveu estratégias diplomáticas e militares com cidades rivais, conseguindo notáveis êxitos, de tal forma que à sua morte a primeira dinastia babilónica dominava todo o território e regiões do Norte até Mari e Asur. Uma série de embaixadores de Hamurábi residiam em Mari e cada um deles informa os seus reis sobre as atividades dos monarcas rivais. Apesar desta "política diplomática", Hamurábi anexa Mari ao império após a vitória sobre Rim-Sin de Larsa.
O período paleobabilónico e sobretudo o reinado de Hamurábi são considerados como o período "clássico" da civilização babilónica, fruto do florescimento de uma cultura singular, produto da mistura de diversas correntes étnicas, sobretudo da civilização sumerio-acadiana anterior. A língua babilónica era um dialeto do acadio, uma língua semítica, e utilizava escrita cuneiforme. A estrutura política e económica foi semelhante à do terceiro milénio a. C., com uma série de pequenas cidades-estado autónomas governadas por dinastias de cariz local, num processo que acabou por evoluir no sentido da estrutura imperial. Nos campos da religião, do direito, da ciência e da arte assistimos a uma continuidade da influência anterior. O panteão divino era presidido por uma tríade composta por Na, Enlil e Enki, mas o estabelecimento da primeira dinastia babilónica aportou o principal deus da cidade, Marduk, que ascendeu ao primeiro lugar, a nível de Enki. Do ponto de vista das leis e do direito, não se verificaram modificações de vulto, exceto a inclusão do princípio famoso do "olho por olho, dente por dente", de origem amorrita. As fórmulas legais continuaram a ser expressas em sumério, embora os contratos legais e "códigos de direito" se escrevessem em acadiano. A literatura suméria foi copiada de uma forma cuidada e estudada durante o período Isin-Larsa, enquanto a norte surgia uma literatura acadiana. O sumério desapareceu como língua falada, mas continuou a ser utilizado na Babilónia para uso em textos litúrgicos e escolares.
De uma forma geral, existem traços que permitem identificar uma entidade singular na civilização babilónica. Um desses aspetos foi a mudança do poder para norte, devido a um forte problema agrícola surgido a sul, bem como a aparição de um dialeto babilónico do acadiano que substituiu a língua suméria, ou ainda o papel fundamental da cidade-estado de Babilónia, sobretudo durante o reinado de Hamurábi, que a perpetuou no tempo histórico.
Com a morte deste monarca, a estrutura imperial foi sujeita a grandes pressões, procedentes de um grupo de povos e potências estrangeiras. Os Cassitas são um exemplo desses povos; originalmente analfabeto e oriundo das montanhas, surgem pela primeira vez na força militar invasora do tempo de Samsuiluna (c. 1749-1712 a. C.). Uma segunda força importante era a representada pelo povo do "país do mar", provenientes do extremo Sul da Babilónia, ao largo do Golfo Pérsico. Tratava-se de uma poderosa nação que realizou importantes incursões nos territórios governados pelos sucessores de Hamurábi, até à conquista realizada pelos Cassitas. A potência exterior que findou a primeira dinastia da Babilónia foi o reino Hitita da Anatólia. Mursilis I, rei dos hititas, invadiu o espaço babilónico, saqueando a capital. Neste momento histórico termina o período paleobabilónico.
O período de dominação cassita ficou balizado entre cerca de 1595 e 1000 a. C. Um dos primeiros monarcas posterior a este momento, e devidamente referenciado, é Agum-kakrime. O segundo período da história babilónica é o correspondente ao século XIV a. C. e chega até nós sobretudo pelas informações egípcias coevas, onde se observa um intenso intercâmbio de tipo comercial e diplomático entre ambos os países. Os últimos anos do reinado de Burnaburiash II foram conturbados, terminando com a intervenção assíria que colocou Kurigalzu II no trono (c. 1332-1308 a. C.) e protagonizando um dos momentos mais brilhantes do domínio dos Assírios.
A dominação cassita constitui um dos momentos menos documentados da história da Babilónia. Contudo, o período foi importante do ponto de vista cultural. Estabeleceu-se uma nova capital, Dur-Kurigalzu, atualmente Aqar Quf, perto de Bagdade, onde se desenvolveram importantes construções e um significativo desenvolvimento artístico, manifestando os governantes cassitas uma profunda admiração pela civilização babilónica.
Proveniente de Isin, surgiu uma nova dinastia de governantes. A capital foi estabelecida na Babilónia onde reinou o mais importante dos membros desta dinastia: Nabucodonosor I (1125-1104 a. C.), uma autêntica lenda da tradição babilónica por ter conduzido uma guerra vitoriosa sobre Elam e, desta forma, ter permitido o regresso da imagem divina de Marduk ao território. Nabucodonosor enfrentou os Assírios num conjunto de guerras fronteiriças, empreendeu uma forte atividade construtiva, contribuindo para a prosperidade e desenvolvimento culturais, continuado no período dos seus sucessores. Contudo, nos finais do milénio, as pressões aumentaram, com a as incursões dos Arameus, progressivamente mais frequentes, acompanhando uma zona temporal "escura" da Babilónia.
O período de Nabucodonosor I foi muito importante culturalmente, com um amplo movimento de difusão da literatura herdada do período paleobabilónico e de épocas anteriores, criando-se, de igual modo, novas composições literárias e uma intensa atividade nas artes plásticas e na arquitetura.
O período neobabilónico, iniciado cerca de 1000 a. C. e prolongado até 539 a. C., refletiu as consequências da invasão dos Arameus. Apesar de assimilarem de uma forma progressiva a sociedade babilónica, a verdade é que a sua língua substituiu pouco a pouco a babilónica. Durante o século IX a. C., a potência vizinha, a Assíria, conheceu um renascimento político e apesar dos tratados mútuos de não agressão, nos finais da centúria rebentaram as hostilidades entre ambas as potências. Uma nova era despertou na Babilónia com o reinado de Nabu-nasir (747-737 a. C.), momento em que se iniciaram as observações e compilações sistemáticas dos fenómenos astronómicos. Durante os restantes anos do século VIII a. C. a estabilidade surge perturbada pela intromissão dos caldeus, um novo grupo de origem semítica, estabelecido na costa do Golfo Pérsico. Neste período destaca-se a figura de um chefe caldeu, Merodach-baladan II, que conseguiu por duas vezes conquistar a coroa babilónica. Contudo, a perseguição movida pelos Assírios acabou por dar resultados, passando o poder da mão dos caldeus para a dos assírios. Estes tentaram controlar a Babilónia de diferentes formas: durante o reinado de Nabu-nasir respeitaram o direito do monarca ao trono, mas quando os caldeus tomam o poder, o rei assírio Tiglat-pileser III (744-727 a. C.) penetra na Babilónia. Esta tendência de domínio do trono seria constante até ao reinado de Senaquerib (704-681 a. C.), que tentou implantar no território um governo de reis vassalos. Uma animosidade entre este e um dos "governadores" esteve na base da destruição da Babilónia em 689 a. C.
Após um período de convulsão interna e da vitória de Asurbanipal sobre o seu irmão Shamash-shuma-ukin, durante o qual a Babilónia passou por uma inatividade total, os Caldeus tentaram de novo o domínio do território, estabelecendo uma dinastia que se tornaria a mais poderosa da história da Babilónia. O chefe e fundador deste movimento foi Nabopolosar (625-605 a. C.), que aliado aos Medos penetrou no território assírio, conquistando algumas zonas e ocupando a capital Nínive em 612 a. C. Contudo, o poder assírio não desapareceu e floresce uma nova dinastia apoiada pelo Egito. A vitória de Nabopolasar sobre Assírios e Egípcios em Karkemish possibilitou o controlo da Babilónia sobre a Assíria, herdando todo o seu império. Nabucodonosor II (604-562 a. C.) empreendeu enérgicas campanhas, concentrando forças na zona ocidental, tendo, contudo, o reino de Judá (com apoio egípcio) conseguido resistir. A segunda conquista, ocorrida em 587 a. C., acabou com a dinastia de Jerusalém, provocando o êxodo maciço dos judeus. Uma vez destruída Jerusalém, Nabucodonosor II invadiu o Egito em 665 a. C. À sua morte sucederam-lhe soberanos dos quais pouco sabemos, até que ascende ao trono Nabónido (555-539 a. C.), o último rei da dinastia, e que teve um trágico papel na queda da Babilónia. Durante a sua vigência desenvolveu-se uma ampla controvérsia religiosa que dividiu o país em fações, tendo, inclusive, governado durante 17 anos um oásis no deserto arábico (Teina), a grande distancia de Babilónia, deixando nesta o seu filho Belshazzar. Quando Ciro, o Grande, da Pérsia ameaçou o país, Nabónido, então regressado, defendeu o seu reino energicamente, mas não pôde impedir a conquista da capital em 539 a. C.
A cultura babilónica floresceu durante a pax asirica do século VII a. C. e, novamente, no período da dinastia caldeia no século VI a. C, o deus Nabu, filho de Marduk, acedeu ao lugar predominante no panteão. A astrologia adquiriu enorme importância, tendo a literatura sido, de uma forma geral, copiada e estudada, embora se criassem novas composições. No campo artístico e arquitetónico, os vestígios mais importantes são da Babilónia de Nabucodonosor, uma cidade que não tinha mudado muito quando Heródoto a visitou e sobre ela escreveu, menos de um século depois, afirmando que os seus jardins suspensos eram uma das sete maravilhas do Mundo.
Historicamente, o início civilizacional é marcado pelo período paleobabilónico (c. 2000 a 1595 a. C.). Em 2000 a. C. dá-se a queda da dinastia de Ur, com a invasão da Mesopotâmia pelos Amorritas. Conquistaram uma vasta série de cidades-estado, onde estabeleceram novas dinastias e se foram progressivamente adaptando à região babilónica. As guerras internas e as diversas dinastias, os habitantes anteriores e os novos emigrantes, provocaram uma considerável confusão durante este primeiro período, mas duas cidades, Isin e Larsa, dominaram sucessivamente a Babilónia. A cidade de Larsa foi finalmente capturada por um chefe amorrita e, em 1763 a. C., Hamurábi vai conquistá-la. O resto do período, cerca de 1763 a 1595 a. C., caracterizou-se por um movimento do poder para norte, sendo o seu eixo central Hamurábi da Babilónia, sexto membro da primeira dinastia e herdeiro de uma cidade-estado sólida. Durante a sua vigência desenvolveu estratégias diplomáticas e militares com cidades rivais, conseguindo notáveis êxitos, de tal forma que à sua morte a primeira dinastia babilónica dominava todo o território e regiões do Norte até Mari e Asur. Uma série de embaixadores de Hamurábi residiam em Mari e cada um deles informa os seus reis sobre as atividades dos monarcas rivais. Apesar desta "política diplomática", Hamurábi anexa Mari ao império após a vitória sobre Rim-Sin de Larsa.
O período paleobabilónico e sobretudo o reinado de Hamurábi são considerados como o período "clássico" da civilização babilónica, fruto do florescimento de uma cultura singular, produto da mistura de diversas correntes étnicas, sobretudo da civilização sumerio-acadiana anterior. A língua babilónica era um dialeto do acadio, uma língua semítica, e utilizava escrita cuneiforme. A estrutura política e económica foi semelhante à do terceiro milénio a. C., com uma série de pequenas cidades-estado autónomas governadas por dinastias de cariz local, num processo que acabou por evoluir no sentido da estrutura imperial. Nos campos da religião, do direito, da ciência e da arte assistimos a uma continuidade da influência anterior. O panteão divino era presidido por uma tríade composta por Na, Enlil e Enki, mas o estabelecimento da primeira dinastia babilónica aportou o principal deus da cidade, Marduk, que ascendeu ao primeiro lugar, a nível de Enki. Do ponto de vista das leis e do direito, não se verificaram modificações de vulto, exceto a inclusão do princípio famoso do "olho por olho, dente por dente", de origem amorrita. As fórmulas legais continuaram a ser expressas em sumério, embora os contratos legais e "códigos de direito" se escrevessem em acadiano. A literatura suméria foi copiada de uma forma cuidada e estudada durante o período Isin-Larsa, enquanto a norte surgia uma literatura acadiana. O sumério desapareceu como língua falada, mas continuou a ser utilizado na Babilónia para uso em textos litúrgicos e escolares.
De uma forma geral, existem traços que permitem identificar uma entidade singular na civilização babilónica. Um desses aspetos foi a mudança do poder para norte, devido a um forte problema agrícola surgido a sul, bem como a aparição de um dialeto babilónico do acadiano que substituiu a língua suméria, ou ainda o papel fundamental da cidade-estado de Babilónia, sobretudo durante o reinado de Hamurábi, que a perpetuou no tempo histórico.
Com a morte deste monarca, a estrutura imperial foi sujeita a grandes pressões, procedentes de um grupo de povos e potências estrangeiras. Os Cassitas são um exemplo desses povos; originalmente analfabeto e oriundo das montanhas, surgem pela primeira vez na força militar invasora do tempo de Samsuiluna (c. 1749-1712 a. C.). Uma segunda força importante era a representada pelo povo do "país do mar", provenientes do extremo Sul da Babilónia, ao largo do Golfo Pérsico. Tratava-se de uma poderosa nação que realizou importantes incursões nos territórios governados pelos sucessores de Hamurábi, até à conquista realizada pelos Cassitas. A potência exterior que findou a primeira dinastia da Babilónia foi o reino Hitita da Anatólia. Mursilis I, rei dos hititas, invadiu o espaço babilónico, saqueando a capital. Neste momento histórico termina o período paleobabilónico.
O período de dominação cassita ficou balizado entre cerca de 1595 e 1000 a. C. Um dos primeiros monarcas posterior a este momento, e devidamente referenciado, é Agum-kakrime. O segundo período da história babilónica é o correspondente ao século XIV a. C. e chega até nós sobretudo pelas informações egípcias coevas, onde se observa um intenso intercâmbio de tipo comercial e diplomático entre ambos os países. Os últimos anos do reinado de Burnaburiash II foram conturbados, terminando com a intervenção assíria que colocou Kurigalzu II no trono (c. 1332-1308 a. C.) e protagonizando um dos momentos mais brilhantes do domínio dos Assírios.
A dominação cassita constitui um dos momentos menos documentados da história da Babilónia. Contudo, o período foi importante do ponto de vista cultural. Estabeleceu-se uma nova capital, Dur-Kurigalzu, atualmente Aqar Quf, perto de Bagdade, onde se desenvolveram importantes construções e um significativo desenvolvimento artístico, manifestando os governantes cassitas uma profunda admiração pela civilização babilónica.
Proveniente de Isin, surgiu uma nova dinastia de governantes. A capital foi estabelecida na Babilónia onde reinou o mais importante dos membros desta dinastia: Nabucodonosor I (1125-1104 a. C.), uma autêntica lenda da tradição babilónica por ter conduzido uma guerra vitoriosa sobre Elam e, desta forma, ter permitido o regresso da imagem divina de Marduk ao território. Nabucodonosor enfrentou os Assírios num conjunto de guerras fronteiriças, empreendeu uma forte atividade construtiva, contribuindo para a prosperidade e desenvolvimento culturais, continuado no período dos seus sucessores. Contudo, nos finais do milénio, as pressões aumentaram, com a as incursões dos Arameus, progressivamente mais frequentes, acompanhando uma zona temporal "escura" da Babilónia.
O período de Nabucodonosor I foi muito importante culturalmente, com um amplo movimento de difusão da literatura herdada do período paleobabilónico e de épocas anteriores, criando-se, de igual modo, novas composições literárias e uma intensa atividade nas artes plásticas e na arquitetura.
O período neobabilónico, iniciado cerca de 1000 a. C. e prolongado até 539 a. C., refletiu as consequências da invasão dos Arameus. Apesar de assimilarem de uma forma progressiva a sociedade babilónica, a verdade é que a sua língua substituiu pouco a pouco a babilónica. Durante o século IX a. C., a potência vizinha, a Assíria, conheceu um renascimento político e apesar dos tratados mútuos de não agressão, nos finais da centúria rebentaram as hostilidades entre ambas as potências. Uma nova era despertou na Babilónia com o reinado de Nabu-nasir (747-737 a. C.), momento em que se iniciaram as observações e compilações sistemáticas dos fenómenos astronómicos. Durante os restantes anos do século VIII a. C. a estabilidade surge perturbada pela intromissão dos caldeus, um novo grupo de origem semítica, estabelecido na costa do Golfo Pérsico. Neste período destaca-se a figura de um chefe caldeu, Merodach-baladan II, que conseguiu por duas vezes conquistar a coroa babilónica. Contudo, a perseguição movida pelos Assírios acabou por dar resultados, passando o poder da mão dos caldeus para a dos assírios. Estes tentaram controlar a Babilónia de diferentes formas: durante o reinado de Nabu-nasir respeitaram o direito do monarca ao trono, mas quando os caldeus tomam o poder, o rei assírio Tiglat-pileser III (744-727 a. C.) penetra na Babilónia. Esta tendência de domínio do trono seria constante até ao reinado de Senaquerib (704-681 a. C.), que tentou implantar no território um governo de reis vassalos. Uma animosidade entre este e um dos "governadores" esteve na base da destruição da Babilónia em 689 a. C.
Após um período de convulsão interna e da vitória de Asurbanipal sobre o seu irmão Shamash-shuma-ukin, durante o qual a Babilónia passou por uma inatividade total, os Caldeus tentaram de novo o domínio do território, estabelecendo uma dinastia que se tornaria a mais poderosa da história da Babilónia. O chefe e fundador deste movimento foi Nabopolosar (625-605 a. C.), que aliado aos Medos penetrou no território assírio, conquistando algumas zonas e ocupando a capital Nínive em 612 a. C. Contudo, o poder assírio não desapareceu e floresce uma nova dinastia apoiada pelo Egito. A vitória de Nabopolasar sobre Assírios e Egípcios em Karkemish possibilitou o controlo da Babilónia sobre a Assíria, herdando todo o seu império. Nabucodonosor II (604-562 a. C.) empreendeu enérgicas campanhas, concentrando forças na zona ocidental, tendo, contudo, o reino de Judá (com apoio egípcio) conseguido resistir. A segunda conquista, ocorrida em 587 a. C., acabou com a dinastia de Jerusalém, provocando o êxodo maciço dos judeus. Uma vez destruída Jerusalém, Nabucodonosor II invadiu o Egito em 665 a. C. À sua morte sucederam-lhe soberanos dos quais pouco sabemos, até que ascende ao trono Nabónido (555-539 a. C.), o último rei da dinastia, e que teve um trágico papel na queda da Babilónia. Durante a sua vigência desenvolveu-se uma ampla controvérsia religiosa que dividiu o país em fações, tendo, inclusive, governado durante 17 anos um oásis no deserto arábico (Teina), a grande distancia de Babilónia, deixando nesta o seu filho Belshazzar. Quando Ciro, o Grande, da Pérsia ameaçou o país, Nabónido, então regressado, defendeu o seu reino energicamente, mas não pôde impedir a conquista da capital em 539 a. C.
A cultura babilónica floresceu durante a pax asirica do século VII a. C. e, novamente, no período da dinastia caldeia no século VI a. C, o deus Nabu, filho de Marduk, acedeu ao lugar predominante no panteão. A astrologia adquiriu enorme importância, tendo a literatura sido, de uma forma geral, copiada e estudada, embora se criassem novas composições. No campo artístico e arquitetónico, os vestígios mais importantes são da Babilónia de Nabucodonosor, uma cidade que não tinha mudado muito quando Heródoto a visitou e sobre ela escreveu, menos de um século depois, afirmando que os seus jardins suspensos eram uma das sete maravilhas do Mundo.
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Como referenciar
Porto Editora – Babilónia (2000-144 a. C.) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-09 03:54:36]. Disponível em
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