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Bismarck e Guilherme II: a Alemanha de Aço (1871-1914)
O Príncipe Otto Edward von Bismarck (1815-1898), foi um estadista prusso-germano, obreiro do Império Germânico do qual foi chanceler entre 1871 e 1890.
Bismarck nasceu em Schönhausen no 1.° de abril de 1815, no seio de uma família nobre pelo lado do pai e da grande burguesia pelo lado da mãe. A sua formação académica em Direito permitiu-lhe que em 1836 fosse trabalhar para o governo, mas o posto de funcionário subordinado não lhe agradou, demitindo-se um ano depois, passando então a administrar as propriedades da sua família.
Em 1847, no ano em que desposara Joana von Puttkamer, Bismarck entrou no mundo da política e, como delegado ao primeiro dieta (parlamento) da Prússia, evidenciou-se entre os conservadores. Com o rebentamento da Revolução em 1848, foi para Berlim auxiliar o rei Frederico Guilherme a suster a rebelião. Embora os seus conselhos não tivessem sido atendidos, foi reconhecida a sua lealdade, a ponto de ser nomeado, em 1851, representante da Prússia na Confederação Germânica, que congregava trinta e nove estados. Em seguida foi investido como embaixador na Rússia, em 1859, e em 1862 seria colocado em França.
Ainda em 1862, uma disputa entre o governo da Prússia e o Parlamento, relativa à dimensão do exército, chegava a um impasse. Em 1861, o Parlamento garantira fundos adicionais para serem aplicados em reformas, e em 1862 o governo recusou-se a aplicá-las sem reduzir o serviço militar compulsivo de três para dois anos; esta era uma concessão na qual insistia a ala liberal que dominava o Parlamento.
Bismarck foi então eleito ministro-presidente, levando a efeito a reunião de impostos tendo por base o orçamento de 1861, argumentando que por causa da Constituição não prevenir um impasse ele teria de aplicar o orçamento do ano precedente. Nesta altura, os seus objetivos eram já muito claros: desejava fazer a união da Alemanha. Para justificar o aumento do exército, referiu que esta era a grande questão do momento, ou seja, a unificação da Alemanha, a qual não se faria com "discursos e decisões maioritárias ... mas a 'ferro e fogo'".
A opinião pública começa gradualmente a estar do seu lado a partir de 1864, sobretudo quando usou o exército da Prússia em aliança com o da Áustria para tomar as províncias de Schleswig e de Holstein à Dinamarca. Todavia, em 1866, suscitou uma discussão entre a Prússia e a Áustria relativamente a estas duas províncias, que viria a desencadear a Guerra das Sete Semanas, travada entre a Áustria e outros estados alemães. No final deste conflito, incorporou as províncias de Schleswig-Holstein e a de Hanôver, bem como outros territórios, à Prússia, unindo também todos os estados germânicos da Alemanha Norte e Central na Confederação Germânica do Norte, liderada pela Prússia.
Em 1870, Bismarck "provocou" uma guerra entre os estados alemães e a França, fazendo com que fosse esta a declará-la. O seu objetivo era elevar o entusiasmo nacional e chamar para a causa alemã os estados do Sul, que se mostravam relutantes relativamente à unidade nacional.
Enquanto chanceler imperial, Bismarck tinha como grande objetivo a consolidação do novo estado germânico. No exterior, procurava fortalecer o império através de uma forte rede de alianças ao mesmo tempo que, a nível interno, afastava qualquer opositor. Os católicos do Sul mostravam-se contrários à sua centralização do poder, tendo sentido a sua força e ira no Kulturkampf contra a Igreja. Também os socialistas e os liberais tiveram de enfrentar a sua implacável sede de poder. Bismarck teimou em deixar cair em descrédito os liberais; contudo teve de pacificar as suas relações com os católicos; e, embora falhasse na derrota dos socialistas, a política de segurança social que introduziu eliminou quaisquer anseios revolucionários que pudessem existir.
A chegada ao poder do imperador Guilherme II, também conhecido como Kaiser Guilherme, seria o ponto de viragem do seu estado de graça político. O novo soberano germânico não era grande adepto da política externa de Bismarck e rejeitava os seus planos para esmagar à força o trabalho. Assim, uma das suas primeiras medidas governativas foi a dispensa dos serviços do chanceler em 1890. Obediente e disciplinado, Bismarck retirou-se então para a sua propriedade familiar, situada perto de Hamburgo, onde veio a falecer a 30 de julho desse ano.
Bismarck foi um dos responsáveis - talvez o seu maior artífice - da unificação germânica, conseguida como ele referia "a ferro e fogo"; foi também um homem que preparou meticulosamente as guerras em que se envolveu, as quais automaticamente cessava no momento em que os seus propósitos eram alcançados. Na política interna, foi ainda mais longe ao fomentar o descrédito dos seus adversários, em proveito próprio e em proveito dos seus desígnios sócio-políticos.
Bismarck nasceu em Schönhausen no 1.° de abril de 1815, no seio de uma família nobre pelo lado do pai e da grande burguesia pelo lado da mãe. A sua formação académica em Direito permitiu-lhe que em 1836 fosse trabalhar para o governo, mas o posto de funcionário subordinado não lhe agradou, demitindo-se um ano depois, passando então a administrar as propriedades da sua família.
Em 1847, no ano em que desposara Joana von Puttkamer, Bismarck entrou no mundo da política e, como delegado ao primeiro dieta (parlamento) da Prússia, evidenciou-se entre os conservadores. Com o rebentamento da Revolução em 1848, foi para Berlim auxiliar o rei Frederico Guilherme a suster a rebelião. Embora os seus conselhos não tivessem sido atendidos, foi reconhecida a sua lealdade, a ponto de ser nomeado, em 1851, representante da Prússia na Confederação Germânica, que congregava trinta e nove estados. Em seguida foi investido como embaixador na Rússia, em 1859, e em 1862 seria colocado em França.
Bismarck foi então eleito ministro-presidente, levando a efeito a reunião de impostos tendo por base o orçamento de 1861, argumentando que por causa da Constituição não prevenir um impasse ele teria de aplicar o orçamento do ano precedente. Nesta altura, os seus objetivos eram já muito claros: desejava fazer a união da Alemanha. Para justificar o aumento do exército, referiu que esta era a grande questão do momento, ou seja, a unificação da Alemanha, a qual não se faria com "discursos e decisões maioritárias ... mas a 'ferro e fogo'".
A opinião pública começa gradualmente a estar do seu lado a partir de 1864, sobretudo quando usou o exército da Prússia em aliança com o da Áustria para tomar as províncias de Schleswig e de Holstein à Dinamarca. Todavia, em 1866, suscitou uma discussão entre a Prússia e a Áustria relativamente a estas duas províncias, que viria a desencadear a Guerra das Sete Semanas, travada entre a Áustria e outros estados alemães. No final deste conflito, incorporou as províncias de Schleswig-Holstein e a de Hanôver, bem como outros territórios, à Prússia, unindo também todos os estados germânicos da Alemanha Norte e Central na Confederação Germânica do Norte, liderada pela Prússia.
Em 1870, Bismarck "provocou" uma guerra entre os estados alemães e a França, fazendo com que fosse esta a declará-la. O seu objetivo era elevar o entusiasmo nacional e chamar para a causa alemã os estados do Sul, que se mostravam relutantes relativamente à unidade nacional.
Enquanto chanceler imperial, Bismarck tinha como grande objetivo a consolidação do novo estado germânico. No exterior, procurava fortalecer o império através de uma forte rede de alianças ao mesmo tempo que, a nível interno, afastava qualquer opositor. Os católicos do Sul mostravam-se contrários à sua centralização do poder, tendo sentido a sua força e ira no Kulturkampf contra a Igreja. Também os socialistas e os liberais tiveram de enfrentar a sua implacável sede de poder. Bismarck teimou em deixar cair em descrédito os liberais; contudo teve de pacificar as suas relações com os católicos; e, embora falhasse na derrota dos socialistas, a política de segurança social que introduziu eliminou quaisquer anseios revolucionários que pudessem existir.
A chegada ao poder do imperador Guilherme II, também conhecido como Kaiser Guilherme, seria o ponto de viragem do seu estado de graça político. O novo soberano germânico não era grande adepto da política externa de Bismarck e rejeitava os seus planos para esmagar à força o trabalho. Assim, uma das suas primeiras medidas governativas foi a dispensa dos serviços do chanceler em 1890. Obediente e disciplinado, Bismarck retirou-se então para a sua propriedade familiar, situada perto de Hamburgo, onde veio a falecer a 30 de julho desse ano.
Bismarck foi um dos responsáveis - talvez o seu maior artífice - da unificação germânica, conseguida como ele referia "a ferro e fogo"; foi também um homem que preparou meticulosamente as guerras em que se envolveu, as quais automaticamente cessava no momento em que os seus propósitos eram alcançados. Na política interna, foi ainda mais longe ao fomentar o descrédito dos seus adversários, em proveito próprio e em proveito dos seus desígnios sócio-políticos.
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Como referenciar
Porto Editora – Bismarck e Guilherme II: a Alemanha de Aço (1871-1914) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-05 15:59:17]. Disponível em
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