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Bragança
Aspetos geográficos
Cidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, capital de distrito e sede de concelho. Localiza-se na Região Norte (NUT II), no Alto Trás os Montes (NUT III). Elevada à categoria de cidade em 1464, Bragança constitui um importante centro comercial e de serviços.
O concelho de Bragança abrange uma área de 1173,6 km2 e está dividido em 49 freguesias: Alfaião, Aveleda, Babe, Baçal, Bragança - Santa Maria, Bragança - Sé, Calvelhe, Carragosa, Carrazedo, Castrelos, Castro de Avelãs, Coelhoso, Deilão, Donai, Espinhosela, Failde, França, Gimonde, Gondesende, Gostei, Grijó de Parada, Izeda, Macedo do Mato, Meixedo, Milhão, Mós, Nogueira, Outeiro, Parada, Paradinha Nova, Parâmio, Pinela, Pombares, Quintanilha, Quintela de Lampaças, Rabal, Rebordainhos, Rebordãos, Rio de Onor, Rio Frio, São Pedro de Serracenos, Salsas, Samil, Santa Comba de Rossas, São Julião de Palácios, Sendas, Serapicos, Sortes e Zoio.
Em 2021, o concelho apresentava 34 580 habitantes.
O natural ou habitante de Bragança denomina-se bragançano, braganção, bragancês, bragantino ou brigantino.
O distrito de Bragança situa-se na parte oriental da província tradicional de Trás-os-Montes e Alto Douro. Faz fronteira com a Espanha a norte e a leste, e está limitado pelos distritos de Vila Real a oeste e Viseu e Guarda a sul. Abrange uma área de 6543 km2 e é composto por 12 concelhos: Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vimioso, Vila Flor e Vinhais.
O relevo do distrito de Bragança é marcado por vastas superfícies planálticas, interrompidas por maciços montanhosos (serras de Montesinho, da Nogueira, de Bornes e da Coroa) e recortadas pelos vales encaixados do rio Douro e dos seus afluentes. O Douro, que delimita o distrito a leste e a sul, e os seus afluentes Sabor e Tua são os principais rios que drenam o distrito.
História e Monumentos
A tradição atribui a fundação da cidade de Bragança a um lendário rei Brigos, em 1906 a. C., daí lhe advindo o primitivo nome de Brigância. Mais tarde, foi dominada e reedificada pelos Romanos, no tempo do imperador Augusto César, que lhe terá dado o nome de Juliobriga.
Destruída na altura da guerra com os Mouros, foi mandada reconstruir em 1130 por D. Fernando Mendes, cunhado de D. Afonso Henriques, no lugar de Benquerença, tendo adotado este nome. Esta nova povoação travou novas lutas com os Árabes, que a destruíram. D. Sancho I repovoou-a e concedeu-lhe o primeiro foral, em 1187. Em 1199, em lutas com o rei de Castela, o monarca português restituiu-lhe o nome de Bragança. O foral viria a ser confirmado e reformulado, a 20 de fevereiro de 1464, pelo rei D. Afonso V.
Cidade fronteiriça, D. Dinis mandou fortificá-la, cercando-a de uma muralha e erigindo um poderoso castelo, que, em 1390, D. João I mandou ampliar. Esse castelo que domina a cidade tem forma quadrangular, com cada face colocada na direção de cada um dos pontos cardeais.
Destacam-se ainda os seguintes monumentos em Bragança: o monumento nacional Domus Municipalis, dos séculos XII e XIII, considerado um monumento único da arquitetura civil daquela época e que inicialmente terá sido construído para a casa da água, tornando-se mais tarde o espaço de reuniões dos «homens bons do concelho»; o pelourinho medieval, constituído por uma coluna encaixada numa figura zoomórfica - a porca da vila - e que termina num exótico capitel; a Sé (antiga igreja dos Jesuítas), do século XVI; as igrejas, de Santa Clara, de S. Bento e dos padres Jesuítas, também do século XVI; as igrejas de S. Vicente (século XVII), onde se realizou o casamento clandestino de D. Pedro I com Inês de Castro, e de S. Francisco (século XIII), que, segundo a tradição, teria sido edificada primitivamente pelo próprio S. Francisco de Assis e, mais tarde, se alargou e se tornou num convento dos frades franciscanos; e o Mosteiro de Castro de Avelãs (século XIII), uma mistura do Românico e do Árabe, outrora um poderoso reduto monástico do Nordeste Transmontano, constituído por três troncos cilíndricos de tijolo argamassado e pela igreja.
Tradições, Lendas e Curiosidades
Bragança tem como feriado municipal o dia 22 de agosto. O seu orago é a Nossa Senhora das Graças (22 agosto).
Nos diferentes concelhos do distrito de Bragança, realizam-se romarias importantes: a festa de Santa Cruz, a 3 de maio; a festa a Nossa Senhora da Ribeira, no último domingo de maio; a festa a Nossa Senhora das Graças, de 12 a 22 de agosto; a festa a S. Bartolomeu, a 24 de agosto, e a festa a Nossa Senhora da Serra, a 8 de setembro, em Bragança; a festa do Concelho, onde se reúnem todas as padroeiras do concelho, que se realiza no último domingo de agosto, em Carrazeda de Ansiães; a da Senhora dos Montes Ermos, a 15 de agosto, em Freixo de Espada à Cinta; a festa de S. Pedro, a 29 de junho, em Macedo de Cavaleiros; a festa de Nossa Senhora das Graças, no primeiro domingo a seguir a 15 de agosto, em Miranda do Douro; a festa de Nossa Senhora do Amparo, no primeiro domingo de agosto, e a festa do Mártir S. Sebastião, no segundo domingo de setembro, em Mirandela; a festa de Nossa Senhora do Caminho, no último domingo de agosto, em Mogadouro; a da Nossa Senhora da Assunção, a 15 de agosto, em Torre de Moncorvo; a festa de S. Lourenço, a 10 de agosto, e a festa de Santa Bárbara e Nossa Senhora da Saúde, também em agosto, em Vimioso; e as festas a Nossa Senhora da Assunção, a 15 de agosto, e a de Santo António, no primeiro domingo de setembro, em Vinhais.
Tradicionalmente, são celebrados, em algumas aldeias dos concelhos do distrito, os rituais da "Festa dos Rapazes", da "Festa de Natal" e da "Festa a Santo Estevão".
A Festa dos Rapazes realiza-se entre 25 de dezembro e o dia dos Reis. Esta festa consagra os rapazes solteiros da aldeia, sendo a mesma presidida por um "juiz" ou por dois "mordomos", eleitos no último jantar desta celebração. O grupo de rapazes ocupa-se fundamentalmente da morte de uma vitela, que irá servir a primeira refeição coletiva. Esses rapazes e o gaiteiro contratado assistem à Missa do Galo e, um pouco antes dela acabar, saem da igreja, envergam as máscaras e os respetivos trajes e tomam posições estratégicas no sentido de forçar as pessoas que saem da missa a concentrarem-se no largo da aldeia, onde terá lugar o "colóquio". O colóquio consiste na subida de um dos rapazes a um palco improvisado com carros de bois, onde tira a máscara e, em verso, dá as boas-festas aos presentes; os outros companheiros, um após outro, comentam em tom burlesco ou sarcástico os acontecimentos ocorridos durante o ano. Terminado o "colóquio", o grupo e o gaiteiro iniciam uma visita a todos os moradores da aldeia, e estes fazem-lhes ofertas. Finda a ronda, os rapazes juntam-se num terreno amplo, onde tem lugar o baile.
Existe um ritual típico durante a época natalícia, a Festa de Natal, na freguesia de Bemposta, do concelho de Mogadouro. É uma tradição chamada "O Dia do Chocalheiro", que se realiza a 26 de dezembro e a 1 de janeiro, a partir da meia-noite. Neste ritual, as personagens intervenientes são meros pedintes ao serviço da igreja, percorrendo a localidade a recolher esmolas, na companhia dos respetivos mordomos. O cargo do chocalheiro é leiloado todos os anos pelo mordomo da festa. Na tradição local, a atuação do "chocalheiro" denuncia uma personalidade que aterroriza e que se coloca fora da lei e das convenções, mas é aceite porque contém um sentido de proteção da comunidade, sendo através dele que se normalizam certas forças estranhas que nesse período se creem desencadeadas.
Por volta dos dias 25 e 26 de dezembro, na freguesia de Ousilhão, do concelho de Vinhais, organiza-se a Festa a Santo Estevão ou a Festa dos Rapazes. A festa é dirigida por um "rei", que se faz acompanhar de dois rapazes - os "vassais". O rei, no dia 25 de dezembro, juntamente com um gaiteiro, quatro "moços" e um grupo de mascarados, visita todos os moradores da aldeia, a cantar e a dançar, recebendo, em troca, uma oferenda. No dia seguinte de manhã, dá-se a Missa ao Santo e, de tarde, a população prepara a refeição coletiva, que integra a bênção da mesa pelo padre, a transferência de poderes do velho para o novo rei do próximo ano e o leilão dos géneros ofertados.
Na Sé do concelho de Miranda do Douro encontra-se uma estatueta do Menino Jesus da Cartolinha. Reza a lenda que em meados do século XVII, no meio de uma batalha entre o povo de Miranda e os Espanhóis, os Portugueses se sentiram muito cansados e com fome. De súbito, surgiu no meio da multidão, vindo não se sabe donde, um rapazinho com uma espada em punho a dar-lhes forças e ânimo. Os Portugueses recobraram forças e lutaram com tal garra que obrigaram os Espanhóis a regressarem à sua terra. Entretanto, o menino desapareceu e o povo gritou "milagre: foi o Menino Jesus!".
Economia
Nas zonas cultivadas, como a do vale da ribeira da Vilariça, que é muito fértil, encontram-se a oliveira, o castanheiro e a vinha, além da amendoeira, que constitui uma das suas maiores riquezas. O distrito também produz trigo, centeio, batata, fruta e produtos hortícolas. Na pecuária, salienta-se a criação de gado lanígero e bovino, destacando-se deste último a famosa raça Mirandesa.
O subsolo é rico em minérios, destacando-se o volfrâmio e o ferro.
A indústria encontra-se pouco desenvolvida, estando limitada aos ramos alimentar, madeireiro, da cortiça e de construção civil.
O turismo encontra-se em expansão e apresenta potencialidades no aproveitamento das características paisagísticas e culturais da região, bem como na exploração de atividades ligadas à caça, à pesca e aos desportos náuticos.
No artesanato típico confecionam-se artigos de cestaria, trabalhos em couro, trabalhos na forja, colchas de linho, colchas de lã, colchas de seda, toalhas e colchas de renda, artigos de tanoaria, produtos em madeira, instrumentos musicais, artigos de latoaria, artigos de albardaria, ferragens, foles, peças de granito e miniaturas de casas tradicionais em xisto.
Cidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, capital de distrito e sede de concelho. Localiza-se na Região Norte (NUT II), no Alto Trás os Montes (NUT III). Elevada à categoria de cidade em 1464, Bragança constitui um importante centro comercial e de serviços.
O concelho de Bragança abrange uma área de 1173,6 km2 e está dividido em 49 freguesias: Alfaião, Aveleda, Babe, Baçal, Bragança - Santa Maria, Bragança - Sé, Calvelhe, Carragosa, Carrazedo, Castrelos, Castro de Avelãs, Coelhoso, Deilão, Donai, Espinhosela, Failde, França, Gimonde, Gondesende, Gostei, Grijó de Parada, Izeda, Macedo do Mato, Meixedo, Milhão, Mós, Nogueira, Outeiro, Parada, Paradinha Nova, Parâmio, Pinela, Pombares, Quintanilha, Quintela de Lampaças, Rabal, Rebordainhos, Rebordãos, Rio de Onor, Rio Frio, São Pedro de Serracenos, Salsas, Samil, Santa Comba de Rossas, São Julião de Palácios, Sendas, Serapicos, Sortes e Zoio.
Em 2021, o concelho apresentava 34 580 habitantes.
O natural ou habitante de Bragança denomina-se bragançano, braganção, bragancês, bragantino ou brigantino.
O distrito de Bragança situa-se na parte oriental da província tradicional de Trás-os-Montes e Alto Douro. Faz fronteira com a Espanha a norte e a leste, e está limitado pelos distritos de Vila Real a oeste e Viseu e Guarda a sul. Abrange uma área de 6543 km2 e é composto por 12 concelhos: Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vimioso, Vila Flor e Vinhais.
O relevo do distrito de Bragança é marcado por vastas superfícies planálticas, interrompidas por maciços montanhosos (serras de Montesinho, da Nogueira, de Bornes e da Coroa) e recortadas pelos vales encaixados do rio Douro e dos seus afluentes. O Douro, que delimita o distrito a leste e a sul, e os seus afluentes Sabor e Tua são os principais rios que drenam o distrito.
História e Monumentos
A tradição atribui a fundação da cidade de Bragança a um lendário rei Brigos, em 1906 a. C., daí lhe advindo o primitivo nome de Brigância. Mais tarde, foi dominada e reedificada pelos Romanos, no tempo do imperador Augusto César, que lhe terá dado o nome de Juliobriga.
Destruída na altura da guerra com os Mouros, foi mandada reconstruir em 1130 por D. Fernando Mendes, cunhado de D. Afonso Henriques, no lugar de Benquerença, tendo adotado este nome. Esta nova povoação travou novas lutas com os Árabes, que a destruíram. D. Sancho I repovoou-a e concedeu-lhe o primeiro foral, em 1187. Em 1199, em lutas com o rei de Castela, o monarca português restituiu-lhe o nome de Bragança. O foral viria a ser confirmado e reformulado, a 20 de fevereiro de 1464, pelo rei D. Afonso V.
Cidade fronteiriça, D. Dinis mandou fortificá-la, cercando-a de uma muralha e erigindo um poderoso castelo, que, em 1390, D. João I mandou ampliar. Esse castelo que domina a cidade tem forma quadrangular, com cada face colocada na direção de cada um dos pontos cardeais.
Destacam-se ainda os seguintes monumentos em Bragança: o monumento nacional Domus Municipalis, dos séculos XII e XIII, considerado um monumento único da arquitetura civil daquela época e que inicialmente terá sido construído para a casa da água, tornando-se mais tarde o espaço de reuniões dos «homens bons do concelho»; o pelourinho medieval, constituído por uma coluna encaixada numa figura zoomórfica - a porca da vila - e que termina num exótico capitel; a Sé (antiga igreja dos Jesuítas), do século XVI; as igrejas, de Santa Clara, de S. Bento e dos padres Jesuítas, também do século XVI; as igrejas de S. Vicente (século XVII), onde se realizou o casamento clandestino de D. Pedro I com Inês de Castro, e de S. Francisco (século XIII), que, segundo a tradição, teria sido edificada primitivamente pelo próprio S. Francisco de Assis e, mais tarde, se alargou e se tornou num convento dos frades franciscanos; e o Mosteiro de Castro de Avelãs (século XIII), uma mistura do Românico e do Árabe, outrora um poderoso reduto monástico do Nordeste Transmontano, constituído por três troncos cilíndricos de tijolo argamassado e pela igreja.
Bragança tem como feriado municipal o dia 22 de agosto. O seu orago é a Nossa Senhora das Graças (22 agosto).
Nos diferentes concelhos do distrito de Bragança, realizam-se romarias importantes: a festa de Santa Cruz, a 3 de maio; a festa a Nossa Senhora da Ribeira, no último domingo de maio; a festa a Nossa Senhora das Graças, de 12 a 22 de agosto; a festa a S. Bartolomeu, a 24 de agosto, e a festa a Nossa Senhora da Serra, a 8 de setembro, em Bragança; a festa do Concelho, onde se reúnem todas as padroeiras do concelho, que se realiza no último domingo de agosto, em Carrazeda de Ansiães; a da Senhora dos Montes Ermos, a 15 de agosto, em Freixo de Espada à Cinta; a festa de S. Pedro, a 29 de junho, em Macedo de Cavaleiros; a festa de Nossa Senhora das Graças, no primeiro domingo a seguir a 15 de agosto, em Miranda do Douro; a festa de Nossa Senhora do Amparo, no primeiro domingo de agosto, e a festa do Mártir S. Sebastião, no segundo domingo de setembro, em Mirandela; a festa de Nossa Senhora do Caminho, no último domingo de agosto, em Mogadouro; a da Nossa Senhora da Assunção, a 15 de agosto, em Torre de Moncorvo; a festa de S. Lourenço, a 10 de agosto, e a festa de Santa Bárbara e Nossa Senhora da Saúde, também em agosto, em Vimioso; e as festas a Nossa Senhora da Assunção, a 15 de agosto, e a de Santo António, no primeiro domingo de setembro, em Vinhais.
Tradicionalmente, são celebrados, em algumas aldeias dos concelhos do distrito, os rituais da "Festa dos Rapazes", da "Festa de Natal" e da "Festa a Santo Estevão".
A Festa dos Rapazes realiza-se entre 25 de dezembro e o dia dos Reis. Esta festa consagra os rapazes solteiros da aldeia, sendo a mesma presidida por um "juiz" ou por dois "mordomos", eleitos no último jantar desta celebração. O grupo de rapazes ocupa-se fundamentalmente da morte de uma vitela, que irá servir a primeira refeição coletiva. Esses rapazes e o gaiteiro contratado assistem à Missa do Galo e, um pouco antes dela acabar, saem da igreja, envergam as máscaras e os respetivos trajes e tomam posições estratégicas no sentido de forçar as pessoas que saem da missa a concentrarem-se no largo da aldeia, onde terá lugar o "colóquio". O colóquio consiste na subida de um dos rapazes a um palco improvisado com carros de bois, onde tira a máscara e, em verso, dá as boas-festas aos presentes; os outros companheiros, um após outro, comentam em tom burlesco ou sarcástico os acontecimentos ocorridos durante o ano. Terminado o "colóquio", o grupo e o gaiteiro iniciam uma visita a todos os moradores da aldeia, e estes fazem-lhes ofertas. Finda a ronda, os rapazes juntam-se num terreno amplo, onde tem lugar o baile.
Existe um ritual típico durante a época natalícia, a Festa de Natal, na freguesia de Bemposta, do concelho de Mogadouro. É uma tradição chamada "O Dia do Chocalheiro", que se realiza a 26 de dezembro e a 1 de janeiro, a partir da meia-noite. Neste ritual, as personagens intervenientes são meros pedintes ao serviço da igreja, percorrendo a localidade a recolher esmolas, na companhia dos respetivos mordomos. O cargo do chocalheiro é leiloado todos os anos pelo mordomo da festa. Na tradição local, a atuação do "chocalheiro" denuncia uma personalidade que aterroriza e que se coloca fora da lei e das convenções, mas é aceite porque contém um sentido de proteção da comunidade, sendo através dele que se normalizam certas forças estranhas que nesse período se creem desencadeadas.
Por volta dos dias 25 e 26 de dezembro, na freguesia de Ousilhão, do concelho de Vinhais, organiza-se a Festa a Santo Estevão ou a Festa dos Rapazes. A festa é dirigida por um "rei", que se faz acompanhar de dois rapazes - os "vassais". O rei, no dia 25 de dezembro, juntamente com um gaiteiro, quatro "moços" e um grupo de mascarados, visita todos os moradores da aldeia, a cantar e a dançar, recebendo, em troca, uma oferenda. No dia seguinte de manhã, dá-se a Missa ao Santo e, de tarde, a população prepara a refeição coletiva, que integra a bênção da mesa pelo padre, a transferência de poderes do velho para o novo rei do próximo ano e o leilão dos géneros ofertados.
Na Sé do concelho de Miranda do Douro encontra-se uma estatueta do Menino Jesus da Cartolinha. Reza a lenda que em meados do século XVII, no meio de uma batalha entre o povo de Miranda e os Espanhóis, os Portugueses se sentiram muito cansados e com fome. De súbito, surgiu no meio da multidão, vindo não se sabe donde, um rapazinho com uma espada em punho a dar-lhes forças e ânimo. Os Portugueses recobraram forças e lutaram com tal garra que obrigaram os Espanhóis a regressarem à sua terra. Entretanto, o menino desapareceu e o povo gritou "milagre: foi o Menino Jesus!".
Economia
Nas zonas cultivadas, como a do vale da ribeira da Vilariça, que é muito fértil, encontram-se a oliveira, o castanheiro e a vinha, além da amendoeira, que constitui uma das suas maiores riquezas. O distrito também produz trigo, centeio, batata, fruta e produtos hortícolas. Na pecuária, salienta-se a criação de gado lanígero e bovino, destacando-se deste último a famosa raça Mirandesa.
O subsolo é rico em minérios, destacando-se o volfrâmio e o ferro.
A indústria encontra-se pouco desenvolvida, estando limitada aos ramos alimentar, madeireiro, da cortiça e de construção civil.
O turismo encontra-se em expansão e apresenta potencialidades no aproveitamento das características paisagísticas e culturais da região, bem como na exploração de atividades ligadas à caça, à pesca e aos desportos náuticos.
No artesanato típico confecionam-se artigos de cestaria, trabalhos em couro, trabalhos na forja, colchas de linho, colchas de lã, colchas de seda, toalhas e colchas de renda, artigos de tanoaria, produtos em madeira, instrumentos musicais, artigos de latoaria, artigos de albardaria, ferragens, foles, peças de granito e miniaturas de casas tradicionais em xisto.
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Como referenciar
Porto Editora – Bragança na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-10 17:07:34]. Disponível em
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