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Cardeal de Richelieu
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Religioso francês nascido a 9 de setembro de 1585, na cidade de Paris, faleceu a 4 de dezembro de 1642. Armand-Jean du Plessis, seu nome verdadeiro, era filho do Grande Preboste de França e senhor de Richelieu, François du Plessis, e da sua mulher Sizanne de la Porte. Estudou no Colégio de Navarra e na Academia de Pluvinel, orientando-se a sua educação para a carreira militar. Contudo, uma vez que o seu irmão Alphonse recusou o cargo de bispo de Luçon, que pertencia à família, Armand-Jean substituiu-o no ano de 1606.
 
Com apenas 22 anos necessitou da aprovação papal, que foi pedir a Roma, e uma vez conseguida iniciou as suas tarefas diocesanas. Travou conhecimento com aquele que ficaria para a história como a "eminência parda" pela confiança que Richelieu sempre depositaria nele: o capuchinho Padre José.
 
Eleito deputado nos Estados Gerais pelo clero de Poitou em 1614, foi depois distinguido com o cargo de Grande Esmoler do reino por Maria de Médicis, mãe de Luís XIII. Protegido de um poderoso ministro do reino, Concino Concini, ganhou também ascendente sobre a rainha-mãe, mas quando estes caíram em desgraça também Richelieu foi, em 1618, exilado para Avinhão por ordem de Luís XIII. Após a reconciliação do rei com a sua mãe, em 1620, por meio do Tratado de Angoulême, abriu-se de novo o caminho de Richelieu ao poder.
 
A 16 de abril de 1621 tornou-se Cardeal de Richelieu, por intercessão do rei, três anos depois membro do Conselho Real e chegando ao posto de primeiro ministro, dedicou-se à prática de uma política que procurou fortalecer tanto o poderio francês face a outros dominantes na Europa como o do rei no seu próprio país. Tal implicou a perda de privilégios e de estruturas defensivas que davam autonomia a grandes figuras da nobreza, que passaram a viver em constante revolta contra este ministro.
 
Uma das medidas mais polémicas tomadas por Richelieu (entretanto feito par de França e duque) foi a aliança com os Protestantes no combate dos anos 30 de 1600 contra os Católicos do império dos Habsburgos, posição tomada por razões políticas mas criticada por ser tomada por um clérigo. Destes combates nasceram a "taille" e a gabela, taxas a pagar sobre a terra e o sal para o financiamento dos gastos militares.
 
Após o seu falecimento, sucedeu-lhe no cargo o cardeal Mazarino.
 
Richelieu foi uma das figuras de proa da instauração do Absolutismo real na França. Subordinou todos os poderes ao rei, no qual centralizou todo o poder. Mitigou e aboliu até os conflitos de interesses de carácter nobiliárquico ou religioso, fazendo valer a arbitragem e intervenção da política real, cujo maior instrumento era o próprio cardeal-duque Richelieu. Um estado centralizado, com Richelieu, substituiu um país pulverizado por poderes, fragmentado por querelas e lutas internas e regido por leis diversas. Um Rei, um Estado, uma Lei, poderia ter sido a divisa absolutista de Richelieu.
 
Este notabilizou-se ainda pelo enfraquecimento do poder dos Habsburgos na Europa, reinantes na Espanha (com os Áustrias) e no Sacro-Império Romano-Germânico. Foi um dos apoiantes dos Protestantes do Norte da Europa contra os estados dominados pelos Habsburgos que, apesar de católicos como Richelieu, no seu entender deveriam ser enfraquecidos para dar lugar à hegemonia da França.
 
Assim, Richelieu foi um dos vencedores da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) e da Paz de Vestefália, momento de viragem na direção geopolítica da Europa.
 
 
Cardeal de Richelieu
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Como referenciar
Porto Editora – Cardeal de Richelieu na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-03 01:38:47]. Disponível em

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