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carne (simbologia)
A carne humana está na cultura bíblica associada à ideia de tentação e pecado e surge, no Antigo Testamento, como oposição à ideia de espírito, alma ou pureza. Esta mesma característica dada à carne é também observada na maior parte das religiões orientais, embora existam filosofias orientais que não dissociam a carne, ou corpo, do espírito, considerando-os ambos de natureza divina.
No Antigo Testamento, a carne tem sempre um significado oposto ao do espírito: ela é frágil e transitória enquanto que ele é eterno e forte. Talvez por estas razões, a carne é humana e associada ao pecado, enquanto que o espírito é divino e passível de salvação. No Novo Testamento, a carne é a manifestação humana de Cristo mas mantém a sua dissociação do espírito, incapaz de ser sagrada e tendendo sempre ao pecado. São frequentes as histórias e representações de santos a desprezarem e a mortificarem o seu corpo, como é o caso de S. Jerónimo. A expressão "diabo no corpo" é bem exemplificativa desta crença da maldade e impureza intrínsecas da carne, como é demonstrado no quadro Tentações de Santo Antão de Jerónimo Bosch.
Para São Paulo, um dos maiores pecados era o abandono aos desejos e tentações da carne, e o Homem estava sempre dividido entre carne e espírito e frequentemente sucumbe ao pecado pela sua fraqueza, já que pelo pecado original o Homem perdeu a sua possibilidade de salvação natural, tendo agora que lutar por consegui-la. São Jerónimo foi um dos padres da Igreja que defenderam, reforçando, a posição de S. Paulo, enquanto que Santo Agostinho a defendeu de forma mais suavizada. As correntes do estoicismo de Zenão, do maniqueísmo de Maniqueu, do montanismo, uma seita cristã fundada na Ásia Menor em 150 por Montano, e as correntes heréticas do gnosticismo, todas elas defendem que a carne é fraca e impura. Apesar de terem sido combatidas pelo Vaticano, este manteve de alguma forma esta conotação simbólica da carne. Neste sentido, os monges da Idade Média defendem o martírio e a virgindade e, como Bernardo de Clairvaux, consideram a carne o principal inimigo da alma, corrompida desde o nascimento, sendo as orações, os martírios, mortificações e a humildade os caminhos para se combater a sua natureza vil. Apesar de toda esta conotação negativa, o cristianismo prevê a ressurreição da carne e esta ideia, juntamente com a de Cristo como manifestação divina feita Homem, faz com que haja no fundo uma visão positiva da carne. Esta posição está mais próxima de algumas filosofias orientais, nomeadamente de influência tântrica, que consideram tanto o corpo como o espírito manifestações de energia diversa mas igualmente divinas.
No Antigo Testamento, a carne tem sempre um significado oposto ao do espírito: ela é frágil e transitória enquanto que ele é eterno e forte. Talvez por estas razões, a carne é humana e associada ao pecado, enquanto que o espírito é divino e passível de salvação. No Novo Testamento, a carne é a manifestação humana de Cristo mas mantém a sua dissociação do espírito, incapaz de ser sagrada e tendendo sempre ao pecado. São frequentes as histórias e representações de santos a desprezarem e a mortificarem o seu corpo, como é o caso de S. Jerónimo. A expressão "diabo no corpo" é bem exemplificativa desta crença da maldade e impureza intrínsecas da carne, como é demonstrado no quadro Tentações de Santo Antão de Jerónimo Bosch.
Para São Paulo, um dos maiores pecados era o abandono aos desejos e tentações da carne, e o Homem estava sempre dividido entre carne e espírito e frequentemente sucumbe ao pecado pela sua fraqueza, já que pelo pecado original o Homem perdeu a sua possibilidade de salvação natural, tendo agora que lutar por consegui-la. São Jerónimo foi um dos padres da Igreja que defenderam, reforçando, a posição de S. Paulo, enquanto que Santo Agostinho a defendeu de forma mais suavizada. As correntes do estoicismo de Zenão, do maniqueísmo de Maniqueu, do montanismo, uma seita cristã fundada na Ásia Menor em 150 por Montano, e as correntes heréticas do gnosticismo, todas elas defendem que a carne é fraca e impura. Apesar de terem sido combatidas pelo Vaticano, este manteve de alguma forma esta conotação simbólica da carne. Neste sentido, os monges da Idade Média defendem o martírio e a virgindade e, como Bernardo de Clairvaux, consideram a carne o principal inimigo da alma, corrompida desde o nascimento, sendo as orações, os martírios, mortificações e a humildade os caminhos para se combater a sua natureza vil. Apesar de toda esta conotação negativa, o cristianismo prevê a ressurreição da carne e esta ideia, juntamente com a de Cristo como manifestação divina feita Homem, faz com que haja no fundo uma visão positiva da carne. Esta posição está mais próxima de algumas filosofias orientais, nomeadamente de influência tântrica, que consideram tanto o corpo como o espírito manifestações de energia diversa mas igualmente divinas.
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Como referenciar
Porto Editora – carne (simbologia) na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-13 18:30:26]. Disponível em
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