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Casa da Ínsua
Esta casa senhorial, mandada construir no âmago da Beira Alta por iniciativa de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres (1739-1797), governador de Mato Grosso, data da segunda metade do século XVIII (c. de 1770-80).
Pensa-se que a autoria deste projeto arquitetónico seja de José Francisco de Paiva (1744-1824), do Porto. Existem pormenores que estabelecem ligações estilísticas com monumentos deste arquiteto - o desenho das varandas em ferro forjado, muito utilizado por ele, ou os frontões ondulados e semelhantes aos da Igreja do Convento de S. Bento de Avé Maria do Porto.
São três os portões de acesso à vasta propriedade agrícola, em pedra de feição classicizante (datáveis de 1900), havendo um outro junto à casa, rente a um pátio arborizado e rodeado por paredes brancas. A entrada principal ostenta um frontão curvilíneo e é ladeada por uma série de canhões com datas entre 1776 e 1797. No andar térreo, as janelas são protegidas por grades de ferro e as do segundo andar apresentam gelosias em forma de diamantes, a par das características guilhotinas. Das janelas mais altas parecem pender, nos cantos, rolos de pergaminho atado, em pedra escura. Numa das extremidades do terreiro fica a capela e, à esquerda, uma série de dependências de serviço.
Esta disposição, que define um tipo de casa constituída por um corpo longo delimitado por dois torreões, em voga desde o século XV, adquire o seu aspeto mais emblemático na fachada sobre o jardim.
Os torreões, de ameias ornadas de flores-de-lis, revelam a permanência de um arcaísmo puramente formal e realçam o exotismo do verde exuberante. As goteiras em canhão adquirem o mesmo significado. Dotada de grande simetria, a fachada possui uma galeria de três arcadas, ao nível do andar intermédio dos torreões (a do lado direito foi fechada no século anterior), corpo central com janelas de frontão triangular, com os cantos inferiores em rolo de pergaminho, sobrepujando outras de dimensão inferior, gradeadas e envoltas por cantaria, que se prolongam sob as galerias dos torreões. Estes torreões apresentam um outro piso que se eleva acima do corpo central, também eles com séries de três janelas de frontões angulares. O jardim sobranceiro divide-se em dois terraços com sebes de buxo e cameleiras, e ainda com um tanque povoado de nelumbos. O jardim inglês, ligeiramente afastado, é rico e extenso, de tal modo que se atribuíram nomes às ruas que foi formando, entrecruzadas com inúmeras clareiras, fontes e até um altar ao ar livre, que é enriquecido por uma terracota de Leopoldo Battistini (1909).
A Casa da Ínsua, beneficiada no século XIX, possui um valioso espólio documental na sua rica biblioteca, relativo ao Brasil setecentista. No seu interior destaca-se a escadaria com corrimão de pedra espiralada, de carácter marcadamente cénico, decorada por troféus de parede, e a lareira de um dos salões superiores, enquadrada por figuras alegadamente mitológicas. Tal como a Casa de Sezim, possui no seu interior decoração de papéis de parede pintados, fabricados por Z. Zuber (1827) e decorados por J. M. Gué. Presentemente, esta propriedade agrícola é também residência da família descendente do fundador.
Pensa-se que a autoria deste projeto arquitetónico seja de José Francisco de Paiva (1744-1824), do Porto. Existem pormenores que estabelecem ligações estilísticas com monumentos deste arquiteto - o desenho das varandas em ferro forjado, muito utilizado por ele, ou os frontões ondulados e semelhantes aos da Igreja do Convento de S. Bento de Avé Maria do Porto.
São três os portões de acesso à vasta propriedade agrícola, em pedra de feição classicizante (datáveis de 1900), havendo um outro junto à casa, rente a um pátio arborizado e rodeado por paredes brancas. A entrada principal ostenta um frontão curvilíneo e é ladeada por uma série de canhões com datas entre 1776 e 1797. No andar térreo, as janelas são protegidas por grades de ferro e as do segundo andar apresentam gelosias em forma de diamantes, a par das características guilhotinas. Das janelas mais altas parecem pender, nos cantos, rolos de pergaminho atado, em pedra escura. Numa das extremidades do terreiro fica a capela e, à esquerda, uma série de dependências de serviço.
Os torreões, de ameias ornadas de flores-de-lis, revelam a permanência de um arcaísmo puramente formal e realçam o exotismo do verde exuberante. As goteiras em canhão adquirem o mesmo significado. Dotada de grande simetria, a fachada possui uma galeria de três arcadas, ao nível do andar intermédio dos torreões (a do lado direito foi fechada no século anterior), corpo central com janelas de frontão triangular, com os cantos inferiores em rolo de pergaminho, sobrepujando outras de dimensão inferior, gradeadas e envoltas por cantaria, que se prolongam sob as galerias dos torreões. Estes torreões apresentam um outro piso que se eleva acima do corpo central, também eles com séries de três janelas de frontões angulares. O jardim sobranceiro divide-se em dois terraços com sebes de buxo e cameleiras, e ainda com um tanque povoado de nelumbos. O jardim inglês, ligeiramente afastado, é rico e extenso, de tal modo que se atribuíram nomes às ruas que foi formando, entrecruzadas com inúmeras clareiras, fontes e até um altar ao ar livre, que é enriquecido por uma terracota de Leopoldo Battistini (1909).
A Casa da Ínsua, beneficiada no século XIX, possui um valioso espólio documental na sua rica biblioteca, relativo ao Brasil setecentista. No seu interior destaca-se a escadaria com corrimão de pedra espiralada, de carácter marcadamente cénico, decorada por troféus de parede, e a lareira de um dos salões superiores, enquadrada por figuras alegadamente mitológicas. Tal como a Casa de Sezim, possui no seu interior decoração de papéis de parede pintados, fabricados por Z. Zuber (1827) e decorados por J. M. Gué. Presentemente, esta propriedade agrícola é também residência da família descendente do fundador.
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Como referenciar
Porto Editora – Casa da Ínsua na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-10 05:18:25]. Disponível em
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