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Casa de Serralves
O parque de Serralves constitui uma das últimas quintas de recreio construídas no Porto. Iniciada em 1925, ano em que Carlos Alberto Cabral, Conde de Vizela, herda a propriedade, a intervenção neste território prolonga-se até meados da década de 40.
Nesse mesmo ano o Conde, acompanhado pelo arquiteto Marques da Silva, visita a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais em Paris. Aí viram os pavilhões modernistas de Mallet-Stevens, Melnikov, Le Corbusier, Perret, assimilando a linguagem purista e arte déco.
A nova casa, projetada por Marques da Silva, apresenta uma grande contenção formal, apostando numa relação dinâmica dos volumes cúbicos de que se destaca a escultórica torre da capela e grandes superfícies envidraçadas. Uma alta platibanda esconde o telhado garantindo a imagem moderna que se pretendia para o exterior da casa.
O luxuoso interior, organizado em torno de um eixo perpendicular ao eixo principal da propriedade, é composto por uma série de espaços comuns reunidos em torno de um hall de duplo pé-direito. Os estudos de decoração do interior foram realizados a partir de 1930 pela famosa casa Ruhlmann & Laurent de Paris.
Este projeto de Marques da Silva representa de certa forma o topo da sua carreira, antecipando na sua austeridade e jogo volumétrico o liceu Infanta D. Maria, em Coimbra, projetado em 1931. A estrutura de betão foi projetada pelo engenheiro Teixeira Rego.
Complementando o desenho da casa, o conde encomenda ao arquiteto francês Jacques Gréber (1882-1926) o desenho do parque, que englobava um conjunto de jardins e uma quinta agrícola, bem como novos terrenos adquiridos para aumentar a propriedade. Gréber foi responsável pelo desenho de outros jardins em estilo arte déco, encomendados por mecenas ricos. O estudo inicial data de 1932 e a sua construção foi relativamente rápida.
Do ponto de vista geológico, o terreno contém zonas de xisto e de granitos. Uma linha de água corta o terreno, definindo um conjunto de microsistemas ecológicos que se articulam de forma variada, possibilitando uma grande diversidade de soluções paisagísticas e funcionais. A pendente mais forte encontra-se precisamente ao longo deste manancial de água que contém um espaço de bosque que separa a zona de jardim da área agrícola.
O desenho do jardim parte das condições topológicas presentes, assim como das regras e alinhamentos criados pelas construções, nomeadamente pela casa, que assume uma presença dominante neste território. Um eixo que atravessa a casa estruturando todo o terreno, numa extensão de quinhentos metros, em solução descendente sobre o rio Douro.
Os jardins, localizados na cota mais alta do terreno dividem-se em vários núcleos geometricamente ordenados: ao centro uma esplanada simétrica em diferentes níveis, o jardim lateral, o roseiral e o court de ténis. Inúmeros elementos construídos como muros, escadas, pérgolas ou a casa do fresco complementam as espécies vegetais na definição dos espaços.
Em 1944 o Conde de Vizela instala-se em Serralves mas cerca de dez anos mais tarde vê-se obrigado a vender a propriedade a Delfim Ferreira, Conde de Riba de Ave, outro industrial enriquecido.
Em 1987 o Ministério da Cultura compra a propriedade de Serralves e em 1989 a Fundação de Serralves instala um museu na casa do Conde de Vizela. No ano seguinte é considerada zona de proteção paisagística, urbanística e arquitetónica no Plano Diretor Municipal do Porto. Em 1996 o conjunto formado pelos elementos construídos e pelos jardins é declarado Imóvel de Interesse Público.
O novo edifício do museu de Serralves, projetado pelo arquiteto Siza Vieira, implantou-se sobre a horta e pomar do antigo jardim e obrigou a um redesenho dos espaços exteriores desta zona da propriedade, cujo projeto foi executado pelo arquiteto paisagista João Gomes da Silva. Para obviar a perda da horta primitiva foi construído, num ponto mais baixo do terreno, um jardim de plantas aromáticas.
Nesse mesmo ano o Conde, acompanhado pelo arquiteto Marques da Silva, visita a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais em Paris. Aí viram os pavilhões modernistas de Mallet-Stevens, Melnikov, Le Corbusier, Perret, assimilando a linguagem purista e arte déco.
A nova casa, projetada por Marques da Silva, apresenta uma grande contenção formal, apostando numa relação dinâmica dos volumes cúbicos de que se destaca a escultórica torre da capela e grandes superfícies envidraçadas. Uma alta platibanda esconde o telhado garantindo a imagem moderna que se pretendia para o exterior da casa.
O luxuoso interior, organizado em torno de um eixo perpendicular ao eixo principal da propriedade, é composto por uma série de espaços comuns reunidos em torno de um hall de duplo pé-direito. Os estudos de decoração do interior foram realizados a partir de 1930 pela famosa casa Ruhlmann & Laurent de Paris.
Este projeto de Marques da Silva representa de certa forma o topo da sua carreira, antecipando na sua austeridade e jogo volumétrico o liceu Infanta D. Maria, em Coimbra, projetado em 1931. A estrutura de betão foi projetada pelo engenheiro Teixeira Rego.
Complementando o desenho da casa, o conde encomenda ao arquiteto francês Jacques Gréber (1882-1926) o desenho do parque, que englobava um conjunto de jardins e uma quinta agrícola, bem como novos terrenos adquiridos para aumentar a propriedade. Gréber foi responsável pelo desenho de outros jardins em estilo arte déco, encomendados por mecenas ricos. O estudo inicial data de 1932 e a sua construção foi relativamente rápida.
Do ponto de vista geológico, o terreno contém zonas de xisto e de granitos. Uma linha de água corta o terreno, definindo um conjunto de microsistemas ecológicos que se articulam de forma variada, possibilitando uma grande diversidade de soluções paisagísticas e funcionais. A pendente mais forte encontra-se precisamente ao longo deste manancial de água que contém um espaço de bosque que separa a zona de jardim da área agrícola.
O desenho do jardim parte das condições topológicas presentes, assim como das regras e alinhamentos criados pelas construções, nomeadamente pela casa, que assume uma presença dominante neste território. Um eixo que atravessa a casa estruturando todo o terreno, numa extensão de quinhentos metros, em solução descendente sobre o rio Douro.
Os jardins, localizados na cota mais alta do terreno dividem-se em vários núcleos geometricamente ordenados: ao centro uma esplanada simétrica em diferentes níveis, o jardim lateral, o roseiral e o court de ténis. Inúmeros elementos construídos como muros, escadas, pérgolas ou a casa do fresco complementam as espécies vegetais na definição dos espaços.
Em 1944 o Conde de Vizela instala-se em Serralves mas cerca de dez anos mais tarde vê-se obrigado a vender a propriedade a Delfim Ferreira, Conde de Riba de Ave, outro industrial enriquecido.
Em 1987 o Ministério da Cultura compra a propriedade de Serralves e em 1989 a Fundação de Serralves instala um museu na casa do Conde de Vizela. No ano seguinte é considerada zona de proteção paisagística, urbanística e arquitetónica no Plano Diretor Municipal do Porto. Em 1996 o conjunto formado pelos elementos construídos e pelos jardins é declarado Imóvel de Interesse Público.
O novo edifício do museu de Serralves, projetado pelo arquiteto Siza Vieira, implantou-se sobre a horta e pomar do antigo jardim e obrigou a um redesenho dos espaços exteriores desta zona da propriedade, cujo projeto foi executado pelo arquiteto paisagista João Gomes da Silva. Para obviar a perda da horta primitiva foi construído, num ponto mais baixo do terreno, um jardim de plantas aromáticas.
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Como referenciar
Porto Editora – Casa de Serralves na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-06 23:28:25]. Disponível em
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