Casanova
Aventureiro e escritor italiano, Giacomo Girolamo Casanova nasceu a 2 de abril de 1725, em Veneza, numa casa nas proximidades do Teatro San Samuele. Filho de Getano Giuseppe Casanova e de Zanetta Farussi, ambos atores, Giacomo Casanova viria mais tarde a afirmar ser filho ilegítimo do nobre veneziano Michele Grimani, proprietário do teatro onde os seus pais trabalhavam.
Teria sido educado sobretudo pela avó materna, Marzia Farussi, já que os pais se haviam deslocado em tournée a Londres, de onde regressariam em 1728. Com a morte do pai, em 1733, a mãe decidiu rejeitar consequentes propostas de casamento e dedicar-se à criação e ao provimento dos seus filhos, resolução que pouco durou, pois cedo deixaria Veneza, acabando em Dresden, trabalhando com o grupo Comici Italiani.
Assim sendo, o jovem Casanova foi enviado, em 1734, para casa de um Doutor Gozzi, em Pádua, onde recebeu uma boa educação, dando sinais de precocidade extraordinária. Ter-se-ia apaixonado pela irmã mais nova do médico.
Em 1738 começou a estudar Direito na Universidade de Pádua, mas como os seus estudos não requeriam presença absoluta, passou a maior parte do seu tempo em Veneza, deslocando-se apenas a Pádua em época de exames. Prestou serviço no exército durante algum tempo, foi violinista de parco sucesso e trabalhou para um advogado, de nome Manzoni
Em 1742 obteve o seu diploma em Direito Canónico e Civil pela Universidade de Pádua. A sua mãe, então em Varsóvia, decidiu entregar ao senhorio a sua casa em Veneza. Casanova foi aceite no Seminário de São Cipriano, acabando por ser expulso por conduta escandalosa, como resultado da sua vida de dissipação, entre álcool e aventuras amorosas.
No ano seguinte, Casanova foi aprisionado no Forte de Sant'Andrea, morreu-lhe a mãe e, posto em liberdade, foi nomeado secretário de Bernardo da Bernardis, bispo de Martirano, na Calábria. Impressionado pela pobreza da região, recusou o posto. Foi então secretário do Cardeal Acquaviva, em Roma, mas um novo escândalo forçou-o a abandonar a cidade, viajando em consequência para Nápoles, Corfu e Constantinopla, acabando por tornar a Veneza, onde teve uma aventura amorosa com uma Signora F.. Em 1746 foi violinista no Teatro de San Samuel, em Veneza.
Os diferentes períodos da vida de Casanova foram marcados pelas aflições provocadas por doenças venéreas. Tendo contraído gonorreia ainda na adolescência, com a experiência aprendeu a tratar as doenças sexualmente transmissíveis, auto-medicando-se e expurgando as purulências.
Em 1749 conheceria o grande amor da sua vida, uma francesa jovem e misteriosa, de nome Henriette, que logo o abandonou para regressar à alçada familiar. Casanova partiu então para Lyon, onde foi aceite na Maçonaria. Suspeito de heresia pela Inquisição, foi forçado a permanecer em movimento. Viajou por Paris, onde, em coautoria com François Prévost d'Exiles escreveu uma peça de teatro, Les Tessaliennes, representada quatro vezes, em 1752, no Comédie Italienne; por Dresden, onde, em 1753 foi estreada a sua paródia à Thébaïde de Racine; e por Praga e Viena, acabando por retornar a Veneza.
Denunciado como mágico em 1755, Casanova viu apreendidos os seus manuscritos, os seus tratados de magia e o livro de posições sexuais de Arentino. Condenado a cinco anos de prisão numa câmara de chumbo no sótão do palácio do Doge, que chegava a atingir temperaturas de um calor extremo, conseguiu escapulir-se ao fim de um ano. Exilando-se em Paris, foi considerado uma celebridade pela notícia da sua fuga.
Jogador inveterado, introduziu, em 1757, a lotaria, invenção que o tornou milionário. Montou também uma fábrica de estampagem de seda, a qual era mantida por vinte jovens operárias. Para além disso, desviou grandes quantias de dinheiro das mãos da Marquesa D'Urfé.
Durante os seus anos no exílio, Casanova conheceu personalidades como Luís XV, Rousseau e a Madame Pompadour. Em 1760 foi obrigado a fugir aos seus credores, deambulando de novo pela Europa, passando por Nápoles, Inglaterra, Alemanha e Espanha. Em 1772 escreveu, na língua italiana, a História do Desassossego na Polónia, e entre 1774 e 1782 trabalhou como espião ao serviço da Inquisição de Veneza. Conheceu, na cidade de Praga, em 1787, Amadeus Mozart, tendo estado presente na estreia da sua ópera Don Giovanni. Mozart teria alegadamente retirado parte da sua inspiração de episódios da vida do aventureiro para a composição da ópera.
A partir de 1785 trabalhou como bibliotecário no Castelo de Dux, na Boémia, ao serviço do Conde de Waldstein, como ele maçon e interessado em magia. Começa a escrever, em 1790, a Histoire de Ma Vie (1960-62) Desdentado, enfermo e há muito impotente, Casanova veio a falecer a 4 de junho de 1798, na companhia e cuidados de Cecile von Roggendorf, uma canonesa de vinte e dois anos, e de Elise von der Recke. Segundo o Principe de Ligne, as suas últimas palavras teriam sido: "Vivi como um filósofo, morro como um cristão".
Teria sido educado sobretudo pela avó materna, Marzia Farussi, já que os pais se haviam deslocado em tournée a Londres, de onde regressariam em 1728. Com a morte do pai, em 1733, a mãe decidiu rejeitar consequentes propostas de casamento e dedicar-se à criação e ao provimento dos seus filhos, resolução que pouco durou, pois cedo deixaria Veneza, acabando em Dresden, trabalhando com o grupo Comici Italiani.
Assim sendo, o jovem Casanova foi enviado, em 1734, para casa de um Doutor Gozzi, em Pádua, onde recebeu uma boa educação, dando sinais de precocidade extraordinária. Ter-se-ia apaixonado pela irmã mais nova do médico.
Em 1742 obteve o seu diploma em Direito Canónico e Civil pela Universidade de Pádua. A sua mãe, então em Varsóvia, decidiu entregar ao senhorio a sua casa em Veneza. Casanova foi aceite no Seminário de São Cipriano, acabando por ser expulso por conduta escandalosa, como resultado da sua vida de dissipação, entre álcool e aventuras amorosas.
No ano seguinte, Casanova foi aprisionado no Forte de Sant'Andrea, morreu-lhe a mãe e, posto em liberdade, foi nomeado secretário de Bernardo da Bernardis, bispo de Martirano, na Calábria. Impressionado pela pobreza da região, recusou o posto. Foi então secretário do Cardeal Acquaviva, em Roma, mas um novo escândalo forçou-o a abandonar a cidade, viajando em consequência para Nápoles, Corfu e Constantinopla, acabando por tornar a Veneza, onde teve uma aventura amorosa com uma Signora F.. Em 1746 foi violinista no Teatro de San Samuel, em Veneza.
Os diferentes períodos da vida de Casanova foram marcados pelas aflições provocadas por doenças venéreas. Tendo contraído gonorreia ainda na adolescência, com a experiência aprendeu a tratar as doenças sexualmente transmissíveis, auto-medicando-se e expurgando as purulências.
Em 1749 conheceria o grande amor da sua vida, uma francesa jovem e misteriosa, de nome Henriette, que logo o abandonou para regressar à alçada familiar. Casanova partiu então para Lyon, onde foi aceite na Maçonaria. Suspeito de heresia pela Inquisição, foi forçado a permanecer em movimento. Viajou por Paris, onde, em coautoria com François Prévost d'Exiles escreveu uma peça de teatro, Les Tessaliennes, representada quatro vezes, em 1752, no Comédie Italienne; por Dresden, onde, em 1753 foi estreada a sua paródia à Thébaïde de Racine; e por Praga e Viena, acabando por retornar a Veneza.
Denunciado como mágico em 1755, Casanova viu apreendidos os seus manuscritos, os seus tratados de magia e o livro de posições sexuais de Arentino. Condenado a cinco anos de prisão numa câmara de chumbo no sótão do palácio do Doge, que chegava a atingir temperaturas de um calor extremo, conseguiu escapulir-se ao fim de um ano. Exilando-se em Paris, foi considerado uma celebridade pela notícia da sua fuga.
Jogador inveterado, introduziu, em 1757, a lotaria, invenção que o tornou milionário. Montou também uma fábrica de estampagem de seda, a qual era mantida por vinte jovens operárias. Para além disso, desviou grandes quantias de dinheiro das mãos da Marquesa D'Urfé.
Durante os seus anos no exílio, Casanova conheceu personalidades como Luís XV, Rousseau e a Madame Pompadour. Em 1760 foi obrigado a fugir aos seus credores, deambulando de novo pela Europa, passando por Nápoles, Inglaterra, Alemanha e Espanha. Em 1772 escreveu, na língua italiana, a História do Desassossego na Polónia, e entre 1774 e 1782 trabalhou como espião ao serviço da Inquisição de Veneza. Conheceu, na cidade de Praga, em 1787, Amadeus Mozart, tendo estado presente na estreia da sua ópera Don Giovanni. Mozart teria alegadamente retirado parte da sua inspiração de episódios da vida do aventureiro para a composição da ópera.
A partir de 1785 trabalhou como bibliotecário no Castelo de Dux, na Boémia, ao serviço do Conde de Waldstein, como ele maçon e interessado em magia. Começa a escrever, em 1790, a Histoire de Ma Vie (1960-62) Desdentado, enfermo e há muito impotente, Casanova veio a falecer a 4 de junho de 1798, na companhia e cuidados de Cecile von Roggendorf, uma canonesa de vinte e dois anos, e de Elise von der Recke. Segundo o Principe de Ligne, as suas últimas palavras teriam sido: "Vivi como um filósofo, morro como um cristão".
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Como referenciar
Porto Editora – Casanova na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-02-06 19:55:01]. Disponível em
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