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Castelo de Penedono
O Castelo de Penedono está situado no interior da Beira Alta, implantado no alto de sólida penedia. Espaço militar e residência senhorial, esta fortaleza medieval beirã é um dos mais singulares e belos castelos portugueses. As suas origens, bem assim como as da vila que se estende a seus pés, não são conhecidas com exatidão. A documentação histórica menciona Penedono, pela primeira vez, apenas no século X, referindo-se nessa escrita o repovoamento desta área após a vitória sobre os muçulmanos na Batalha de Simancas, que ocorreu em 939 e foi obtida pelas tropas leonesas sob a chefia de Ramiro II.
A defesa desta região da Beira Alta foi confiada a Rodrigo Tedoniz, sobrinho de Mumadona (a fundadora do Castelo de Guimarães), que viria a ser alcaide dos seus castelos. Em 960, Rodrigo Tedoniz efetua a doação do Castelo de Penedono a um mosteiro de Guimarães, casa religiosa onde se acolhera acometido de grave doença.
O século XI foi um período de avanços e recuos da fronteira cristã e a incerteza povoava o desertificado território beirão. Penedono e o seu castelo inscreveram-se nestas lutas intermináveis mudando frequentemente de mãos, umas vezes ocupados pelas armas cristãs, outras alternando com as tropas islâmicas. A reconquista definitiva deve-se à ação do rei leonês Fernando Magno.
Integrando o território do Condado Portucalense, Penedono servia como ponto de vigilância e defesa contra as investidas fronteiriças, vindas agora dos reinos de Castela e Leão. D. Sancho I procede ao seu repovoamento através de um foral datado de 1195, ao mesmo tempo que procura restaurar as suas fortificações. Em 1217, D. Afonso II confirma o seu foral, para, três séculos mais tarde, D. Manuel I outorgar novo foral, o que revela a importância da vila de Penedono. Anteriormente, no reinado de D. Dinis, as defesas desta praça-forte seriam reforçadas. Durante a crise dinástica de 1383-85, Penedono aparece ao lado do mestre de Avis, tendo o seu alcaide, Gonçalo Vasques Coutinho, combatido valorosamente na Batalha de Trancoso, o que lhe valeu a promoção ao posto de marechal. Os descendentes da família Coutinho notabilizaram-se pelos seus feitos de armas, com realce para Álvaro Gonçalves Coutinho, "o Magriço", um dos doze cavaleiros de Inglaterra que ficaram imortalizados nas estrofes camonianas do Canto VI de Os Lusíadas.
As obras de reconstrução de tão singular castelo medieval terão sido realizadas no século XVI. O castelo desenha uma planta aproximadamente triangular, com os panos laterais ressaltados e protegidos por ameias piramidais. Delimitando a parte ocidental da muralha sul destacam-se dois elegantes e esguios torreões coroados de ameias piramidais reentrantes, ladeando e protegendo a porta principal do castelo, sobrepujada por um arco pleno unindo ambos os torreões defensivos.
Dois outros robustos torreões prismáticos, contrafortados e misulados, são coroados por ameias piramidais, sendo ainda o pano da muralha do noroeste reforçada por um cubelo defensivo.
O espaço intramuros é reduzido, podendo verificar-se nas suas paredes vestígios de onde assentava o travejamento dos pisos residenciais, sendo as paredes rasgadas por várias janelas quadradas com bancos de pedra. Num dos ângulos inscreve-se a altiva cisterna do castelo.
Avançada e unindo-se aos penedos onde assenta o castelo observa-se a barbacã defensiva, obra de modestas dimensões com as suas cortinas pétreas rasgadas por porta ogival, possuindo ainda estreito adarve corrido.
A defesa desta região da Beira Alta foi confiada a Rodrigo Tedoniz, sobrinho de Mumadona (a fundadora do Castelo de Guimarães), que viria a ser alcaide dos seus castelos. Em 960, Rodrigo Tedoniz efetua a doação do Castelo de Penedono a um mosteiro de Guimarães, casa religiosa onde se acolhera acometido de grave doença.
Integrando o território do Condado Portucalense, Penedono servia como ponto de vigilância e defesa contra as investidas fronteiriças, vindas agora dos reinos de Castela e Leão. D. Sancho I procede ao seu repovoamento através de um foral datado de 1195, ao mesmo tempo que procura restaurar as suas fortificações. Em 1217, D. Afonso II confirma o seu foral, para, três séculos mais tarde, D. Manuel I outorgar novo foral, o que revela a importância da vila de Penedono. Anteriormente, no reinado de D. Dinis, as defesas desta praça-forte seriam reforçadas. Durante a crise dinástica de 1383-85, Penedono aparece ao lado do mestre de Avis, tendo o seu alcaide, Gonçalo Vasques Coutinho, combatido valorosamente na Batalha de Trancoso, o que lhe valeu a promoção ao posto de marechal. Os descendentes da família Coutinho notabilizaram-se pelos seus feitos de armas, com realce para Álvaro Gonçalves Coutinho, "o Magriço", um dos doze cavaleiros de Inglaterra que ficaram imortalizados nas estrofes camonianas do Canto VI de Os Lusíadas.
As obras de reconstrução de tão singular castelo medieval terão sido realizadas no século XVI. O castelo desenha uma planta aproximadamente triangular, com os panos laterais ressaltados e protegidos por ameias piramidais. Delimitando a parte ocidental da muralha sul destacam-se dois elegantes e esguios torreões coroados de ameias piramidais reentrantes, ladeando e protegendo a porta principal do castelo, sobrepujada por um arco pleno unindo ambos os torreões defensivos.
Dois outros robustos torreões prismáticos, contrafortados e misulados, são coroados por ameias piramidais, sendo ainda o pano da muralha do noroeste reforçada por um cubelo defensivo.
O espaço intramuros é reduzido, podendo verificar-se nas suas paredes vestígios de onde assentava o travejamento dos pisos residenciais, sendo as paredes rasgadas por várias janelas quadradas com bancos de pedra. Num dos ângulos inscreve-se a altiva cisterna do castelo.
Avançada e unindo-se aos penedos onde assenta o castelo observa-se a barbacã defensiva, obra de modestas dimensões com as suas cortinas pétreas rasgadas por porta ogival, possuindo ainda estreito adarve corrido.
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Como referenciar
Porto Editora – Castelo de Penedono na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-12-08 09:26:48]. Disponível em
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