cólera
A cólera é uma infeção intestinal aguda, causada por uma bactéria Gram negativa e anaeróbia facultativa, o Vibrio colerae (vibrião colérico), que produz uma enterotoxina que desencadeia diarreia forte. Existem cerca de 190 subtipos desta bactéria, sendo que apenas dois são produtores da enterotoxina - Vibrio colerae 01 (conhecido por "el tor") e Vibrio colerae 0139.
Embora o bacilo possa sobreviver nas águas doce e salgada por algum tempo, o homem é o principal reservatório, sendo a transmissão feita por ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes de doentes ou de portadores assintomáticos. A transmissão direta é relativamente rara, porque é necessária uma grande quantidade de bactérias para desencadear a infeção (103/ ml de alimento ou 106/ml de água).
Os vibriões são ingeridos, sendo grande parte deles destruídos no estômago, devido à elevada acidez do suco gástrico. Os que sobrevivem, encontram na alcalinidade do intestino um meio ótimo para a sua reprodução e proliferação. A libertação de toxinas desestabiliza o equilíbrio do sódio nas células da mucosa intestinal, levando à perca abundante de água e eletrólitos, em diarreias severas, que podem conduzir à perca de até 2 litros de fluidos por hora.
Após um período de incubação variável (de algumas horas a 5 dias), surgem os sintomas da doença, que assumem uma forma suave em 90% dos casos. Nos 10% de casos graves, ocorre diarreia aquosa abundante e súbita, geralmente sem sangue ou pus, podendo ser acompanhada de vómitos, o que origina desidratação intensa. A perca de água e de eletrólitos acarreta perca rápida de peso, prostração, olhos encovados, flacidez da pele e cãibras musculares. Sem tratamento adequado, pode ocorrer baixa da pressão sanguínea, falência renal, coma e até morte em 50 % dos casos não tratados, contra apenas 2% dos assistidos medicamente.
O tratamento faz-se, sobretudo, à base de reidratação (oral nos casos suaves e por via intravenosas nos mais graves), podendo ser administrados antibióticos nas infeções severas, e não devendo ser usados medicamentos anti-diarreicos, que têm um efeito de incremento da concentração do microrganismo. A recuperação é completa, ocorrendo rapidamente, podendo, no entanto, o indivíduo continuar a eliminar o Vibrio colerae nas fezes durante mais cerca de 20 dias, em média.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, desde 1993 que nenhum país exige a vacinação como condição para ser fornecido visto de entrada. A imunidade concedida pelas vacinas não é absoluta: as injetáveis têm uma eficácia de 50%, durante apenas 3 meses, e as orais de 85%, por 3 anos. A infeção gera uma autoimunidade que dura cerca de 6 meses.
A cólera é endémica em alguns países do mundo, a maioria subdesenvolvidos, com fracas ou nulas redes sanitárias e de abastecimento de água tratada, prevalecendo sobretudo em África, onde se registam 70% dos casos conhecidos.
Esta doença causou já oito grandes pandemias (infeções de distribuição mundial), datando a última de 1993/1998.
Embora o bacilo possa sobreviver nas águas doce e salgada por algum tempo, o homem é o principal reservatório, sendo a transmissão feita por ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes de doentes ou de portadores assintomáticos. A transmissão direta é relativamente rara, porque é necessária uma grande quantidade de bactérias para desencadear a infeção (103/ ml de alimento ou 106/ml de água).
Os vibriões são ingeridos, sendo grande parte deles destruídos no estômago, devido à elevada acidez do suco gástrico. Os que sobrevivem, encontram na alcalinidade do intestino um meio ótimo para a sua reprodução e proliferação. A libertação de toxinas desestabiliza o equilíbrio do sódio nas células da mucosa intestinal, levando à perca abundante de água e eletrólitos, em diarreias severas, que podem conduzir à perca de até 2 litros de fluidos por hora.
Após um período de incubação variável (de algumas horas a 5 dias), surgem os sintomas da doença, que assumem uma forma suave em 90% dos casos. Nos 10% de casos graves, ocorre diarreia aquosa abundante e súbita, geralmente sem sangue ou pus, podendo ser acompanhada de vómitos, o que origina desidratação intensa. A perca de água e de eletrólitos acarreta perca rápida de peso, prostração, olhos encovados, flacidez da pele e cãibras musculares. Sem tratamento adequado, pode ocorrer baixa da pressão sanguínea, falência renal, coma e até morte em 50 % dos casos não tratados, contra apenas 2% dos assistidos medicamente.
O tratamento faz-se, sobretudo, à base de reidratação (oral nos casos suaves e por via intravenosas nos mais graves), podendo ser administrados antibióticos nas infeções severas, e não devendo ser usados medicamentos anti-diarreicos, que têm um efeito de incremento da concentração do microrganismo. A recuperação é completa, ocorrendo rapidamente, podendo, no entanto, o indivíduo continuar a eliminar o Vibrio colerae nas fezes durante mais cerca de 20 dias, em média.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, desde 1993 que nenhum país exige a vacinação como condição para ser fornecido visto de entrada. A imunidade concedida pelas vacinas não é absoluta: as injetáveis têm uma eficácia de 50%, durante apenas 3 meses, e as orais de 85%, por 3 anos. A infeção gera uma autoimunidade que dura cerca de 6 meses.
A cólera é endémica em alguns países do mundo, a maioria subdesenvolvidos, com fracas ou nulas redes sanitárias e de abastecimento de água tratada, prevalecendo sobretudo em África, onde se registam 70% dos casos conhecidos.
Esta doença causou já oito grandes pandemias (infeções de distribuição mundial), datando a última de 1993/1998.
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Como referenciar
Porto Editora – cólera na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-05-12 02:42:10]. Disponível em
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