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Cruz e Sousa
Escritor e jornalista brasileiro, João da Cruz e Sousa nasceu a 24 de novembro de 1861, em Desterro, atual Florianópolis, no Estado de Santa Catarina (Brasil).
Filho de escravos negros alforriados, foi educado pelos antigos senhores dos pais, o Marechal Guilherme Xavier e Sousa e esposa, de quem recebeu o último apelido. Em 1871, Cruz e Sousa matriculou-se no Ateneu Provincial Catarinense, onde estudou até 1875. Aí aprendeu francês, latim, grego e foi aluno do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu matemática e ciências naturais.
Em 1881, juntamente com Virgílio Várzea e Santos Lostada, fundou o jornal Colombo, onde exaltavam o Parnasianismo. Entre 1882 e 1883, viajou pelo Norte do Brasil, como secretário e ponto da Companhia Dramática Julieta dos Santos. De regresso a Desterro, escreveu para a imprensa - como para o jornal Tribuna Popular que dirigiu - as suas ideias abolicionistas. Em 1884, foi nomeado para o cargo de promotor público em Laguna, no entanto, essa nomeação foi-lhe recusada por ser negro. Em 1885, fundou o jornal O Moleque, que transmitia ideias provocatórias e mordazes, tal como o título sugeria. Em 1890, partiu para o Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de escriturário da Estrada de Ferro Central do Brasil. Influenciado pelo movimento simbolista francês, Cruz e Sousa publicou, em 1891, no jornal Folha Popular manifestos sobre o Simbolismo e integrou o grupo dos "Novos", nome atribuído aos simbolistas ou decadentes.
A 9 de novembro de 1892 casou-se com uma mulher negra, Gavita Rosa Gonçalves, com quem teve quatro filhos. Com a morte de dois dos seus filhos, Gavita, apresentando distúrbios mentais, passou alguns períodos em hospitais psiquiátricos. Cruz e Sousa, um dos maiores simbolistas brasileiros, escreveu Missal (1893) e Broquéis (1983) e, após a sua morte, foram publicados Evocações (1898), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905). No início da carreira, os seus poemas apresentavam características parnasianas, mas progressivamente evoluíram para o simbolismo, através de uma constante utilização de efeitos sonoros, de uma variedade e riqueza vocabular, de sinestesias e de contrastes. A sua poesia retrata a dor do homem negro que se dilui na dor universal humana, refletindo, num tom pessimista, o conflito entre Deus e o Homem, entre a vida e a morte.
A 19 de março de 1898, Cruz e Sousa faleceu de tuberculose, em Sítio, no Estado de Minas Gerais. Em 1999, Slyvio Back realizou o filme Cruz e Sousa - o Poeta do Desterro.
Filho de escravos negros alforriados, foi educado pelos antigos senhores dos pais, o Marechal Guilherme Xavier e Sousa e esposa, de quem recebeu o último apelido. Em 1871, Cruz e Sousa matriculou-se no Ateneu Provincial Catarinense, onde estudou até 1875. Aí aprendeu francês, latim, grego e foi aluno do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu matemática e ciências naturais.
Em 1881, juntamente com Virgílio Várzea e Santos Lostada, fundou o jornal Colombo, onde exaltavam o Parnasianismo. Entre 1882 e 1883, viajou pelo Norte do Brasil, como secretário e ponto da Companhia Dramática Julieta dos Santos. De regresso a Desterro, escreveu para a imprensa - como para o jornal Tribuna Popular que dirigiu - as suas ideias abolicionistas. Em 1884, foi nomeado para o cargo de promotor público em Laguna, no entanto, essa nomeação foi-lhe recusada por ser negro. Em 1885, fundou o jornal O Moleque, que transmitia ideias provocatórias e mordazes, tal como o título sugeria. Em 1890, partiu para o Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de escriturário da Estrada de Ferro Central do Brasil. Influenciado pelo movimento simbolista francês, Cruz e Sousa publicou, em 1891, no jornal Folha Popular manifestos sobre o Simbolismo e integrou o grupo dos "Novos", nome atribuído aos simbolistas ou decadentes.
A 9 de novembro de 1892 casou-se com uma mulher negra, Gavita Rosa Gonçalves, com quem teve quatro filhos. Com a morte de dois dos seus filhos, Gavita, apresentando distúrbios mentais, passou alguns períodos em hospitais psiquiátricos. Cruz e Sousa, um dos maiores simbolistas brasileiros, escreveu Missal (1893) e Broquéis (1983) e, após a sua morte, foram publicados Evocações (1898), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905). No início da carreira, os seus poemas apresentavam características parnasianas, mas progressivamente evoluíram para o simbolismo, através de uma constante utilização de efeitos sonoros, de uma variedade e riqueza vocabular, de sinestesias e de contrastes. A sua poesia retrata a dor do homem negro que se dilui na dor universal humana, refletindo, num tom pessimista, o conflito entre Deus e o Homem, entre a vida e a morte.
A 19 de março de 1898, Cruz e Sousa faleceu de tuberculose, em Sítio, no Estado de Minas Gerais. Em 1999, Slyvio Back realizou o filme Cruz e Sousa - o Poeta do Desterro.
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Como referenciar
Porto Editora – Cruz e Sousa na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-20 02:40:24]. Disponível em
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