Corpo Vegetal

Julieta Monginho

Morro da Pena Ventosa

Rui Couceiro

Pedra e Sombra

Burhan Sönmez

4 min

escultura
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Técnica
Escultura é uma expressão artística que se fundamenta na criação de objetos tridimensionais.
Alargando o campo estético da pintura, que tem um carácter eminentemente visual (embora, durante a última centúria tenha conhecido notável incremento das dimensões sensoriais), a escultura adiciona a perceção táctil e as sensações de matéria, volume, peso e espaço. Estas características permitem aproximá-la da arquitetura, verificando-se que em muitas culturas era corrente a associação de esculturas com as estruturas arquitetónicas.
Esculturas de bronze numa fonte, em Londres
"Piedade" na Sé de Viseu
Estátua de D. Sebastião, em Lagos, da autoria de João Cutileiro
Escultura num jardim chinês
Escultura em alto-relevo na base de um monumento
"Apolo e as Ninfas", mármore de François Girardon, cerca de 1675
Escultura em alto-relevo sobre Afonso de Albuquerque
Estátua de um anjo, Otava, Canadá
A escultura tradicional pode classificar-se de exenta (quando tem a forma de estátua de vulto redondo) e de relevo (adossada a um plano de suporte) - neste caso com as subclassificações de baixo relevo ou alto relevo.
Pode elaborar-se aplicando vários processos. O mais corrente é o entalhe, também designado por cinzelado, um processo subtrativo que se baseia na eliminação de matéria a um bloco de maneira a obter-se a forma pretendida. Michelangelo constitui um dos expoentes máximos desta técnica de trabalho. Embora seja mais frequente o uso de pedra, nomeadamente do mármore, é também possível o emprego de madeira ou de outros materiais mais raros, como o marfim. Tanto as esculturas em madeira como as de pedra são muitas vezes policromadas.
Outro dos processos tradicionais de escultura é o modelado, feito com materiais brandos como cera ou argila. Devido à fragilidade do resultado, o modelado usa-se sobretudo para esbocetos e estudos preliminares ou ainda como base de criação de moldes para estátuas executadas com metais fundidos.
A fundição de esculturas, com utilização de moldes remonta à pré-história. O metal mais utilizado para este fim é o cobre e as suas ligas: o bronze e o latão.
A construção consiste em reunir e sobrepor em solução de assemblage ou de collage uma série de objetos ou materiais, obtendo-se formas mais ou menos complexas. Este processo de criação teve particular expansão e divulgação durante o século XX. Picasso realizou algumas esculturas nas quais utilizava objetos existentes, reunidos para formar uma nova peça. John Chamberlain ou o francês César executaram vários trabalhos que empregavam materiais pobres e reciclados. Uma das formas contemporâneas da escultura, a instalação, constitui uma expansão do campo tradicional em direção à dimensão espacial da arquitetura. Muitas instalações foram realizadas com processos de assemblage. A arte contemporânea permitiu ainda a experimentação de novas técnicas e de materiais inusitados como o uso de motores e de peças em movimento ou a utilização de fontes luminosas (como o néon), de imagens vídeo e de som.
Arte
Os mais antigos objetos esculpidos datam de cerca de 30 000 anos a. C. De pequena dimensão, estas esculturas representavam figuras femininas conhecidas por Vénus e ligavam-se ao culto da fertilidade.
Na Mesopotâmia e no Egito antigo a escultura adquiriu um sentido monumental, surgindo o retrato e a representação de personagens, geralmente ligadas à arquitetura. O relevo conheceu grande aplicação na civilização Egípcia e Persa.
Na Grécia, esta forma de expressão ganhou um desenvolvimento técnico e estético notável. As primeiras manifestações, datadas do período arcaico, eram relativamente estilizadas, denunciando limitações técnicas no trabalho dos materiais. No período clássico, a partir do século V a. C., auge da cultura artística grega, foi possível a identificação de vários autores com percursos criativos próprios, como Fídias, Praxíteles ou Lísipo. Predominava nesta altura a representação canónica mas naturalista de figuras humanas - deuses ou atletas - com grande sentido de movimento e de equilíbrio.
Os Romanos associaram a tradição escultórica Etrusca (cultura que trabalhou essencialmente em terracota) do território itálico com o estilo da Grécia clássica. Difundiram a sua estética a toda a Europa e região mediterrânica. Para além de desenvolverem pela primeira vez o retrato realista e a temática equestre, aplicaram em grande escala a escultura à arquitetura, surgindo sob a forma de estatuária ou de baixos relevos em edifícios comemorativos como os arcos de triunfo ou as colunas celebrativas de vitórias.
Quase desaparecida após a queda do Império Romano, esta forma artística conheceu novo desenvolvimento nos períodos românico e gótico, associada, enquanto elemento ornamental (de pórticos, capiteis, frisos, etc.), aos templos cristãos.
No século XV, com o eclodir do Renascimento em Itália e o aparecimento da figura do artista enquanto criador individual e já não submetido ao trabalho hierarquizado das corporações medievais, a escultura atingiu uma nova fase de apogeu estético. Recuperando algumas soluções estilísticas do período clássico grego e romano, os escultores Lorenzo Ghiberti e Donatello criaram estátuas em estilo naturalista em que atingiam grande perfeição na reprodução do real e dos pormenores anatómicos das figuras. Um dos expoentes máximos da escultura foi o artista polifacetado Michelangelo entre cujas obras se contam o notável David, a famosa Pietá da Basílica de S. Pedro de Roma ou as estátuas dos túmulos dos Medici em Florença.
Nos períodos Barroco e Rococó, os grandes centros artísticos foram Roma, onde trabalharam Lorenzo Bernini, autor de "Apolo e Dafne" (1622-1624) e do magnífico "Êxtase de Santa Teresa de Ávila" (1645-1652), Paris (François Girardon e Antoine Coysevox) e a Baviera (irmãos Asam).
A escultura neoclássica, retomando temas e formas da antiguidade greco-latina teve no italiano Antonio Canova um dos seus expoentes.
No século XIX foi a França que tomou a liderança cultural e artística da civilização ocidental. Auguste Rodin, artista surgido na transição do período romântico para o Realismo e autor de obras emblemáticas como O Beijo ou O Pensador, foi, a par de Michelangelo e de Bernini, um dos mais importantes escultores da história, pioneiro de alguns movimentos estéticos e artistas do século XX.
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Como referenciar
Porto Editora – escultura na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2024-10-10 12:55:34]. Disponível em
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